As necessidades de muitos superam as necessidades de poucos ou de um só. Caros leitores, benvindos novamente. Nesta pequena reflexão iremos aproveitar uma cena de ficção do filme Star Trek II – A ira de Khan, para extrair uma mensagem aplicando, conforme a natureza deste site, um cunho religioso. Muitas outras denominações também fizeram o mesmo exercício, cada qual dentro da vertente de conhecimento que acreditam e professam. Por aqui não será diferente. Vamos lá. Marcos 9,35 – “Sentando-se, [Jesus] chamou os Doze e disse-lhes: Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos.” Lucas 22,25-27 – “E Jesus disse-lhes: Os reis dos pagãos dominam como senhores, e os que exercem sobre eles autoridade chamam-se benfeitores. Que não seja assim entre vós; mas o que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve.” João 12,25-26 – “Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará.” E por fim, João 15,13 – “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” Como podemos bem perceber, as sagradas escrituras nos ensinam que depois de Deus, o próximo vem em segundo lugar. Nestas pequenas passagens que selecionamos fica muito claro esta verdade. E é fácil de se constatar isso porque se eu me preocupar apenas com meu umbigo e colocar somente todas as minhas prioridades egoístas acima de tudo e inclusive de Deus, já vimos que a coisa não irá dar certo. É Jesus quem atesta isso. Vimos nos trechos acima. Sob a ótica católica a prática do amor que nos é ensinada e pedida é a do amor caridade. O amor que se preocupa com os outros antes de se preocupar com qualquer outra coisa. Um exemplo de pessoa que expressa esse tipo de amor? As mães. Alguém já ouviu dizerem a respeito de uma “verdadeira mãe” que ela deixou “seu filho na mão”? Claro que não! As mães são aqui na terra uma representação do amor que Deus tem por cada um de nós. Mãe deixa de comprar uma sandália nova para si para comprar um sapato novo para o filho. Mãe deixa de comer a coxa do frango para dar para o filho. Mãe vai visitar o filho na prisão. Mãe atravessa a noite em pé com o filho doente no colo que não consegue dormir e no dia seguinte tem que ir trabalhar. Mães são assim, elas possuem o dom da sabedoria que lhes permitem fazer o que é preciso pelo outro, em primeiro lugar. A caridade é assim, ela vai de encontro as necessidades das pessoas. No contexto do filme, a referida cena trata do personagem Spock sacrificando sua vida para que toda a tripulação da nave fosse salva. Isso, caros leitores, não lhes remetem a atitude de Jesus? Que deu sua vida para que nós tivéssemos vida? Pagando na cruz os nossos pecados? Todos (muitos) precisavam da salvação, poucos a queriam e cabia a Jesus (o um), redimir a humanidade. Não é crime nenhum confabularmos que Jesus não foi obrigado a passar pela paixão. Com certeza, mesmo em nossa inteligência limitada, podemos conceber que ele sabia muito bem o que lhe aguardaria e que sem dúvida alguma, dentro da Trindade Santa, tinha mais o que fazer, vamos colocar esse “mais” na categoria de “suas necessidades”. Continuemos a imaginar. No entanto, Deus Pai chegou para Jesus e disse: “Filho, você tem que dar uma descida lá embaixo, aquele povo todo não está conseguindo sozinho”. Deus disse claramente a Jesus que a necessidade da humanidade era grande e por isso Jesus veio ao mundo. Agora na contramão da questão, o inverso aconteceu justamente por amor. Para entendermos que as necessidades de um superam as necessidades de muitos, que é a resposta que o capitão Kirk dá a Spock no terceiro filme da saga, assim agiu Jesus para com o Pai. O que o pai queria, que é a salvação de todos aqueles que confiou a Jesus, acontecesse, então, como o próprio Cristo disse nos evangelhos, ele veio para fazer a vontade do Pai, superior a nossa vontade porque ele sabe melhor do que nós o que precisamos e quer nossa salvação muito mais do que muitos de nós, pois como diz a escritura, nem sabemos orar e pedir como convém. Nos dois filmes a mensagem das duas vias gira em torno do sacrifício que se faz por alguém. Muitos não unem esforços em campanhas para arrecadar recursos para pessoas desabrigadas? Ou então para arrecadar recursos para uma pessoa que precisa de uma grande cirurgia dispendiosa, da qual depende sua vida? Um médico não se empenha em suas cirurgias para curar a muitos? Nossa vida é recheada de exemplos de que as coisas são assim mesmo pois assim como a ficção imita a realidade, a natureza humana imita a natureza divina. fonte: Jefferson Roger
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