Silêncio é uma coisa maravilhosa. O próprio Jesus, encontramos nos relatos dos evangelhos, retirava-se para fazer suas orações. Ele buscava o silêncio para falar a Deus e ouvir em seu coração o que o Pai tinha a dizer. Se não existe o silêncio o excesso de decibéis soterra nossa mente e coração. Seu inimigo, o barulho, muito difundido nos dias atuais, provoca uma sensação muito ruim sobretudo para os verdadeiros amantes do silêncio. No silêncio podemos nos acalmar, podemos nos concentrar, podemos ler, podemos dormir, podemos pensar em nada esvaziando nossas mentes ou podemos refletir em alguma coisa. Ficar em silêncio lembra “ficar calado”, lembra não fazer barulho. Lembra “ficar quieto”. A atitude de se ficar em silêncio nos premia com muitas coisas e dá também a nós e aos outros muitas respostas. Se ficamos em silêncio conseguimos pensar ou alguém consegue realmente pensar com algum barulho? Com alguma pessoa falando alto perto de você? Existe também o silêncio organizado. É aquele silêncio onde você quer assistir um programa na tv e então faz silêncio para poder escutar o volume da tv sem precisar levanta-lo demais. Se nessa hora alguém quer falar ao mesmo tempo que a tv concorrendo com o seu volume, esse silêncio organizado é quebrado. É a mesma coisa numa sala de cinema. Experimente assistir o filme com uma dupla levando a cabo alguma conversa paralela durante a sessão. Qualquer coisa estão a conversar e assim o silêncio organizado fica prejudicado. Podemos perceber com estes pequenos exemplos que o silêncio pode ser organizado. Aqui entra em cena uma bela conexão: silêncio e organização. Um contribui para o outro. Você faz silêncio para organizar seus pensamentos, faz silêncio para que possa descansar, faz silêncio para que possa rezar. Faz silêncio para que possa ouvir e nesse ouvir, ouvir a Deus. Assim fazia Jesus, rezava em silêncio. Retirava-se do meio do povo para orar. Precisava de silêncio para colocar mente, corpo, alma e coração focados num momento único. Isso mesmo o corpo e a mente também precisam participar da oração. Somos um composto de corpo e alma. Ou enquanto você joga seu videogame com seu amigo ao mesmo tempo vai recitar o Rosário? Ou enquanto está trabalhando vai parcelando as dezenas do Rosário durante o dia como um carnê das Casas Bahia? A graça muitos querem para ontem, pedir a prestação e querer já sair com a graça na primeira dezena é fazer pouco caso de Deus e não se comprometer. Da mesma forma muitas pessoas vão participar de uma novena e se a graça for recebida só no nono dia, elas vão se arrastando dia após dia, cultivando uma ansiedade e um pouco de receio porque a novena vai chegando ao fim e nada de Deus me ouvir. Se a graça acontece no último dia, ufa! Fazem uma segunda novena para agradecer? E se a graça precisa de muitas novenas? Como fica? Exercemos nossas práticas religiosas sem dedicação e com a cabeça e coração voltados para outras coisas, outras pessoas ou os barulhos do mundo que ficam também em forma de pensamentos, martelando o indivíduo. Silenciar é sempre preciso, precisa como nos ensina o livro do Eclesiastes haver tempo também para o tempo de se fazer silêncio. Ele nos faz bem. Uma pessoa em silêncio transmite tranquilidade, transmite falta de agitação e organização de ideias. As conversões religiosas trazem um pouco desse silêncio porque o convertido olha para dentro de si, encontra Jesus, se arrepende de tudo que já fez, se confessa e muda de vida, abandonando velhos hábitos que eram hábitos do mundo e hábitos barulhentos. Alguém já viu uma freira de clausura? Pois é, até no modo de andar, olhar, falar e ouvir “enxerga-se o silêncio interior, oriundo também de uma paz que o mundo não pode dar, que é paz de Jesus. Artigos relacionados: Ficar quieto ou não fazer nada? O silêncio Interior A importância do retiro Tempo de voltar para Nazaré fonte: Jefferson Roger
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