segunda-feira, 15 de maio de 2017

Lá vem chumbo grosso

Olá pessoal, vamos concordar com uma coisa, se uma coisa que é difícil de se fazer é atravessar por uma cerca de arame farpado sem se machucar. Ou se rolar num gramado com roupas curtas sem depois ficar com coceira. Ou ainda beber alguma coisa bem gelada no inverno sem ficar ao menos com a garganta irritada. Ou comer bolacha recheada de chocolate sem sujar os dentes. E cada um de vocês podem colocar tantas outras situações do dia a dia que, se arriscarmos enfrentar, sabemos que possivelmente e provavelmente não sairemos ilesos. Pensemos agora nos relacionamentos interpessoais. Alguém já viu uma discussão acabar bem? Claro que já, porque discussões podem ser boas ou não. Exemplo de uma discussão boa? Um planejamento numa reunião onde se discute e define as atribuições de cada um para a execução de algum evento.

Agora, já que as boas discussões obviamente trazem bons resultados e frutos na vida das pessoas vamos refletir um pouquinho sobre aquelas que são calorosas onde ninguém quer dar por derrotado. As discussões que a bíblia chama de contenda. Os verdadeiros bate bocas, o arranca rabo, a quebração de pau mesmo. O tipo de discussão que machuca, que ofende, que humilha, que incomoda, que faz sofrer, faz chorar, faz querer vingança e pode levar a consequências mais graves, como vemos em tantos noticiários policiais, quando a morte de alguém faz parte deste cenário promovido pelas discussões.

Quando as discussões acontecem, sendo de fato inevitáveis, o que fazer? Entrar na dança e partir para o bate boca? Resolve alguma coisa? Vamos abrir um parêntese para acrescentar algumas passagens bíblicas que falam sobre o assunto:

Efésios 4,26-27 – “Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio.”

Tito 3,9 – “Quanto a questões tolas, genealogias, contendas e disputas relativas à lei, foge delas, porque são inúteis e vãs.”

Tiago 3,14 e 16 – “Se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios.”

2ª Timóteo 2,23-26 – “Rejeita as discussões tolas e absurdas, visto que geram contendas. Não convém a um servo do Senhor altercar; bem ao contrário, seja ele condescendente com todos, capaz de ensinar, paciente em suportar os males. É com brandura que deve corrigir os adversários, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da verdade, e voltem a si, uma vez livres dos laços do demônio, que os mantém cativos e submetidos aos seus caprichos.”

Tarefa nem um pouco fácil, todos sabemos. Existem pessoas que ficam surdas durante uma discussão, só escutam o que querem e o que falam. Nada ouvem a partir de um certo ponto pois julgam já ter ouvido o necessário e dessa forma despejam uma verdadeira rajada. É chumbo e do grosso calibre. Para não se perder uma discussão elas despejam seu cartel de lembranças de todas as épocas. Tudo aquilo que se fez de errado e de mau, é colocado em pauta, exatamente como se sabe que o pai da mentira, o acusador, satanás, irá fazer no dia de nosso juízo, na tentativa de depor contra cada um de nós. De mãos da sua verdade, nem com uma boiada deixam a briga de lado. Nestas discussões, que nunca terminam, se encerram e resolvem o problema, como as boas discussões, o que se fica fazendo é apostar queda de braço para ver quem ofende mais, uma vez que nesta altura, tantas feridas presentes não irão condecorar nenhum vencedor. É ferida sobre ferida, marca sobre marca, ofensa sobre ofensa ficando cada vez mais difícil colocar um definitivo fim na questão. O tempo passa e com ele irão surgindo novos motivos para se acender esse pavio e cada vez motivos menores são capazes de acender o estopim. O que fazer? Simples, podemos começar da seguinte maneira. De nossa parte vamos admitir os erros, dar ouvidos, reconhecermos nossas falhas. Temos dois ouvidos e uma boca, precisamos então escutar mais e falar menos, até porque de nossa boca podem sair verdadeiras flechas que depois de lançadas não voltam mais. Onde ela atingir, vai machucar. Sempre falta perdoar e reconhecer na humildade nossas limitações e erros. Ego inflamado e orgulho manchado pela vanglória trabalham na contramão do bom proceder. Que tal pegarmos esse chumbo grosso e utilizarmos para fundir um molde que possa nos unir e nos ajudar a seguirmos juntos em frente ao invés de desperdiçar munição e recursos em batalhas que não irão coroar nenhum dos lados? É como diziam os antigos: Deus está vendo!


fonte: Jefferson Roger

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