Conta-se nas historietas da vida, que havia um trabalhador que queria fazer uma proposta para o chefe do seu setor. Ele acabara de entregar uma demanda de produção de uma peça e gostaria de produzir mais desta peça e ainda em outro horário queria trabalhar no acabamento delas. Afinal, com toda a sua condição profissional e empresarial resolvidas poderia se dedicar um pouquinho mais ao tipo de serviço que tanto gostava. Para contar essa notícia ele arguiu aos responsáveis sobre qual seria o propósito em se dividir turnos na produção quando existia uma declarada falta de mão-de-obra. No aguardo dessa resposta que seria respeitada conforme os princípios e objetivos da atual gestão, ele aproveitaria o gancho para comunicar a sua intenção fazendo a proposta de trabalhar em duas seções, uma pela manhã e outra à tarde, esperando que essa notícia fosse uma feliz surpresa. Porém, a resposta não veio, simplesmente não veio uma explicação de porque, mesmo com escassez de funcionários, a produção estava dividida em turnos. Em tantos anos como trabalhador nesta área, ele pensou: normalmente a falta de operários para a função no setor fazia com que os turnos fossem sendo unidos ao longo dos processos, e não divididos. E ao contrário, turnos eram divididos quando ocorria um aumento no quadro de pessoal da empresa e mesmo na procura pelos clientes que desejavam adquirir os seus produtos. Seja como for, cada gestão tem seus princípios e maneira de conduzir as coisas, é preciso sempre respeitar e procurar compreender o ponto de vista. Mas e se nem esse direito lhe dão? De ao menos saber os porquês? Desta forma, para encerrar este conto, o assunto foi encerrado em meio a desacordos e precipitações e o trabalhador, que gostaria de trabalhar em dois setores terminou, nesta empresa, colocando a disposição o seu cargo, sendo tachado de egoísta e covarde, já que parecia aos olhos alheios “que quando as coisas não são como ele (o trabalhador) quer, ele desiste. Que salada que acabou virando isso tudo!
Muito bem, caros leitores, este é apenas um exemplo. Tantos de nós podemos preencher páginas e páginas de situações pelas quais passamos ou tomamos conhecimento de que alguém passou. Tudo porque as genialidades, humildades, soberbas, princípios, modos de se relacionar, diferenças e mais algumas formas de comportamento são colocados num liquidificador, misturados e por causa da falta de temperança e mútua doação, resultam em conflitos onde cada um quer sobrepor a sua verdade estreitando a concórdia a níveis prejudiciais. Como numa guerra, sempre existem os feridos de ambos os lados, feridos fisicamente e espiritualmente enquanto que Jesus, que nos quer como seus imitadores (1ª Coríntios 11,1), assiste tristemente os episódios onde pela força se tenta forçar passagem deixando de lado o difícil modelo a ser seguido, que é o do próprio Cristo. Difícil, mas não impossível quando se recorre a ele (João 15,5) para agirmos e fazermos tudo segundo sua vontade. Falhamos tentando? As vezes sim, somos pessoas perfectíveis e não conseguimos sozinhos, estamos aprendendo, amadurecendo, crescendo, as vezes ficamos estagnados, as vezes damos passos para trás, mas, o Cristo Salvador está aí, de mãos estendidas para fazer festa assim que voltarmos para a casa do Pai, como na parábola do pai misericordioso. Saber ouvir, saber falar, saber reconhecer e se perdoar, são princípios bíblicos muito virtuosos porque como iremos perdoar se não nos perdoamos? Se não nos perdoamos talvez não queiramos reconhecer que erramos, ou nos custa abandonar o homem velho para renascer pelo Espírito o homem novo. Não dar ouvidos é sempre uma atitude grave. Se damos ouvidos precisamos estar preparados. Podemos ouvir o que queremos ou não. Se ouvimos o que queremos nos alegramos porque se ajusta ao que acreditamos. Se ouvimos o que não queremos o que escutamos pode ser uma verdade que nos dói, porque exige de nós alguma mudança no coração. Se não damos ouvidos para as leis de trânsito teremos consequências. Se os filhos não dão ouvidos para os pais, terão consequências. Se não damos ouvidos durante o aprendizado acadêmico, será mais difícil aprender sobre as matérias. Se não damos ouvidos para um aviso de perigo podemos nos prejudicar. Se não damos ouvidos a palavra de Deus, nos arriscamos a trilhar por um caminho que não chega até Jesus. Seja como for, precisamos sempre ouvir e aproveitar tudo que é bom. 1ª Tessalonicenses 5,14-19 e 21 – “Pedimo-vos, porém, irmãos, corrigi os desordeiros, encorajai os tímidos, amparai os fracos e tende paciência para com todos. Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos. Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito. Examinai tudo: abraçai o que é bom.” Artigo relacionado: Somos Perfeitos ou Imperfeitos? fonte: Jefferson Roger
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