segunda-feira, 22 de maio de 2017

O pão do mal

Caros leitores lá vamos nós mais uma vez ter que erguer a bandeira católica por conta de mais um episódio que os evangélicos de uma filial da igreja universal promoveram numa cidade de São Paulo chamada Taquaritinga. Não preciso entrar em detalhes porque como a matéria pulverizou pela internet todos vocês têm acesso ao material exposto pela mídia. No entanto, há de se observar uma coisa, que até a presente data não está esclarecida. Ao ler o acontecido nos parece muito claro que cada ramificação física da igreja deles, e não da igreja de Jesus, isso é muito claro (Mateus 16,18), tem autonomia para elevar os ânimos contra as denominações contrárias as crenças dos seguidores da universal. Em ato isolado eles colocaram em ação uma campanha para uma espécie de descarrego, num ato meio que como uma simpatia para que as pessoas reunissem as “coisas ruins” em suas casas numa espécie de objeto, vamos dizer assim, que tem a aparência de uma hóstia magna.

Aí começam os problemas, todo o rebuliço mais uma vez gerou indignação católica e repúdio público por conta dos sacerdotes e do bispo da diocese local. Não era para menos, porque a tal campanha, ainda que de forma subliminar, associou suas intenções ao “pão da vida” instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo na quinta-feira da semana santa. Eles que gostam de afirmar que seguem a bíblia, convenientemente deixam sempre de lado todas as passagens que não lhe convém aos propósitos da arrecadação e doutrina da antiga aliança. O líder deles, Edir Macedo em entrevista condenou não condenando, bem ao estilo do personagem mexicano Chaves, o fato, alegando que são contra esse tipo de atitude porque são muito discriminados religiosamente no Brasil e por isso não incentivam tais práticas porque querem o respeito a sua crença, dando respeito a crença alheia.

O discurso do bispo Edir Macedo, título aliás abraçado inapropriadamente, porque até onde se sabe ele não recebeu a imposição apostólica das mãos iniciada na época de Jesus. Mas isso é um detalhe que precisa ficar de fora dos trechos que eles seguem das suas bíblias mutiladas com sete livros a menos, os deuterocanônicos. Feito o comentário o que restou foi o fato de que até a presente data, como dizia eu no início do artigo, não explicaram até agora porque se utilizaram de uma “aparente hóstia magna” nos envelopes distribuídos aos seus seguidores. Ora, se falam que não querem promover esse tipo de discórdia religiosa por que então não usaram outra coisa? Um objeto que simbolizasse os pecados da carne promovidos pelo diabo?

E se batem no peito dizendo que seguem a bíblia então deviam saber que na bíblia deles, no livro do Deuteronômio 18,10 – está escrito que Deus condena todas as formas de práticas como simpatias, adivinhações e por aí em diante. Mas tiveram mais uma vez, pelo jeito, de deixar de lado este trecho bíblico do antigo testamento, que eles afirmam seguir senão como colocar em pauta a campanha? Sem falar numa dose de espiritismo no ar quando afirmaram que o objeto seria levado para casa para canalizar tudo que tem de ruim na casa da pessoa, como se o objeto fosse um talismã, amuleto ou algo assim. Também condenado no livro do deuteronômio e em Gálatas 5,19-21, onde no trecho que lista os 15 tipos de pecadores condenados ao inferno consta os supersticiosos. Um objeto que canaliza forças exteriores invisíveis, afasta mau-olhado, traz boa sorte, impede a pessoa de ter maus sonhos e assim por diante, todos são formas de superstições, de antigas seitas, crendices e religiões pagãs. Na falta de esclarecimento por parte dos dirigentes da universal e da conivência dos líderes, o povo vai sem culpa própria acreditando num Jesus que está sendo apresentado de forma errada. Aos fiéis católicos, episódios assim, que sempre irão acontecer, precisam ficar exatamente no lugar que lhes cabe. Longe de qualquer possibilidade de influenciar a fé católica que surgiu a partir de uma pessoa: Jesus Cristo. O católico segue a religião de uma pessoa divina participante da Trindade Santa, não de um livro ou de ser humano mortal que resolveu fundar a sua igreja para fazer as coisas do seu jeito. Como bem nos alertou Jesus, precisamos ser vigilantes e preservar nosso patrimônio religioso. A história da humanidade cobrou e sempre irá cobrar, que os filhos de Deus, pertencentes ao corpo de Cristo defendam o evangelho do redentor pagando qualquer preço, exatamente como tantos santos e santas de Deus o fizeram, fazem e farão. São estes os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro (Apocalipse 7,13-14). Se o episódio foi isolado e mal intencionado mesmo assim que sirva sempre de alerta porque mesmo que sem culpa própria, aqueles que professam uma verdade diferente dos católicos podem sofrer a influência de outros pensamentos. Ataques a todas as religiões sempre existirão. A história sempre narrou e narra até os dias de hoje guerras, desentendimentos, desavenças e discussões que tem como ingredientes o cunho religioso. Sempre existirá algo dessa natureza no meio de nós e nem o ecumenismo, tentativa humana, consegue dirimir as divergências. No entanto, como as coisas estão no pé que estão, o que se devia fazer é seguir Jesus, já que o alcance de seus ensinamentos vai se tornando mundial a medida que o tempo passa (isso é bíblico, está nos evangelhos), é preciso viver mais do celeste e menos do terrestre, mais do divino e menos do humano, porque o que é humano pode sofrer a influência do mal, já o que é divino e está semeado em nosso coração pode suportar todas as coisas. Se Jesus disse que quem o ama ele irá com o pai fazer morada em nossos corações não podemos deixar tão grande graça de lado pois ela é capaz de fazer com que vivamos uma vida pensando na eternidade do paraíso e não em atacar pessoas, crenças, religiões ou nações. Isso é coisa daquele que divide, do diabo e seus seguidores.


fonte: Jefferson Roger

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