Brilhante é a doutrina e a teologia feita sobre a questão dos mandamentos da lei de Deus. É assunto que rende muito pano para a manga. E dá muito pano porque cada mandamento envolve uma série de comportamentos e atitudes que se enquadram dentro do mandato. De muitas formas podemos desobedecer um mandamento. Não existe simplicidade quando o assunto são mandamentos e ao mesmo tempo existe muita simplicidade quando o assunto é mandamento. Parece meio confuso mas vamos ver como se dão as coisas. A doutrina, Santa Tradição e a bíblia convergem para um ponto só na questão dos mandamentos. A questão não é tão simples porque nem sempre uma desobediência se enquadra na categoria dos erros denominados de pecados graves, que podem nos condenar ao inferno. Só pela doutrina dos pecados, já sabemos da boca do próprio Jesus que existem pecados maiores e menores. Ou através da doutrina e tradição que existem pecados veniais (leves e cotidianos) e graves (mortais). A complicação da coisa está aí, distinguir o que é grave e rompe com o amor e a amizade de Deus, nos privando de suas graças santificantes e o que não é. Na outra esfera do aparente paradoxo se encontra a simplicidade que é transgredir um mandamento. No presente caso, as pessoas pensem que o quinto mandamento, não matar, se refere apenas a proibição de não tirar a vida física de alguém. Parece até uma conclusão óbvia e, por conseguinte, um mandamento fácil de se seguir, se nos esforçamos para ser pessoas de bem. Não é bem assim, espiritualmente falando, a infração contra este mandamento envolve a morte no campo espiritual, da alma ou a morte no campo físico, do corpo. Normalmente existe uma prudente meditação sobre nosso proceder com relação a cada mandamento. São os famosos exames de consciência. Abaixo coloco um deles para observarmos atentamente como precisamos examinar a fundo nosso modo de agir para com Deus, conosco e para com o próximo a fim de realmente e verdadeiramente nos acusarmos, reconhecidamente e contritamente de nossas faltas: Meditação: Causei prejuízos ao próximo com palavras ou com obras? Desejei-lhe mal? Agredi alguém? Sou violento? Alimentei pensamentos de vingança? Manifestei ódio ou rancor a alguém? Perdoei de todo o coração as ofensas que recebi? Deixei de falar ou nego a saudação a alguém? Cheguei a ferir ou a tirar a vida ao próximo? Colaborei, de algum modo, em atos que ocasionassem a morte de um inocente? Pratiquei, aconselhei ou facilitei o crime gravíssimo do aborto? Defendi o aborto em certos casos? Fui gravemente imprudente na condução de veículos motorizados pondo em risco a minha vida e a dos outros? Deixei-me vencer pela ira? Cometi algum atentado contra a minha vida? Embriaguei-me ou, levado pela gula, comi mais do que devia? Tomei drogas? Preocupei-me eficazmente pelo bem do próximo, advertindo-o de algum grave perigo material ou espiritual, em que se encontrava ou corrigindo-o como exige a caridade cristã? Escandalizei o próximo, incitando-o a pecar, com as minhas conversas, o meu modo de vestir, convidando-o para assistir a algum espetáculo mau ou emprestando-lhe algum livro ou revista maus? Procurei reparar o mal causado pelo escândalo? Como vemos, caros leitores, cada mandamento exige uma grande dose de comprometimento na caminhada. A lista completa do exame de consciência tanto para pecados veniais quanto para os pecados que ofendem os mandamentos vocês podem encontrar na aba confissão. Vale sempre a pena nos policiarmos periodicamente para não cairmos num estado de desatenção e começarmos a misturar nossas verdades, aprendidas com o mundo, com a verdade que vem do céu, a qual deve sempre ser nossa guia. fonte: Jefferson Roger
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