segunda-feira, 15 de maio de 2017

Ter ciúmes pode? Deve?

Muitos podem dizer, caros leitores, que eis aí mais um assunto que é polêmico porque sobre ele podem-se gerar opiniões diversas sobre a questão. Pode ter ciúmes, não pode, deve, não deve, é saudável, não é e tantas outras situações que surgem a partir desse sentimento. Mais uma vez então, a pedido de uma de nossas assíduas leitoras, este site entra no assunto procurando colaborar na questão e, como sempre, colocando a reflexão sobre o tema pautada numa visão sobrenatural e bíblica. Nada de expressões técnicas ou aprofundamentos científicos, psicológicos e acadêmicos sobre o tema. Vamos ao estilo curto e grosso, como São Pedro fazia. Inicialmente, porém, vamos colocar aqui uma das definições que encontramos pelos dicionários mundo afora. Diz-se que “O ciúme é um sentimento de reação natural do ser humano produzido pela falta de exclusividade do sentimento, da dedicação e do cuidado da pessoa de quem se gosta. É uma dedicação ao amor. O ciúme é uma manifestação provocada pela falta de confiança no sentimento do outro, que é transformada em medo de perder o parceiro.” Muito bem, sigamos adiante e de cara vou logo dizendo que Deus tem por cada um de nós um amor ciumento (Isaías 63,15). E por quê? Como vemos na definição dos dicionários, seu amor é ciumento porque ele tem medo de nos perder, no seguinte sentido. Ele que nos criou as moradas eternas e todo o paraíso em vistas de compartilhar seu amor conosco por toda a eternidade, criou, sem dúvida algumas, como atesta São Paulo (1ª Coríntios 2,9), maravilhas que nem temos conhecimento ainda, que os olhos não viram e nem os ouvidos escutaram. Por isso o seu ciúme, pois sabe que se nos perder, na verdade quem sairá perdendo somos nós. Deus irá se entristecer se ao fogo do inferno nos atirarmos por conta de nossas obras, mas ele continuará como Deus, e nós? Por outro lado, existe também o sentimento que é causado pela insegurança na falta de reciprocidade, confiança e também com algumas pitadas de egoísmo e sentimento de possessão. Se batalhamos para juntar um dinheiro e comprarmos aquele tão sonhado carro, pode acontecer que nosso zelo pelo bem que custou nosso suor possa chegar a patamares onde o ciúme comece a mostrar as caras. Nos tornamos até chatos, porque ai de quem não limpar o pé para entrar no carro. Não se pode comer nada dentro do carro, pode cair restos de comida e farelos pelos bancos. Beber alguma coisa então? Nem pensar! Se alguém estiver passando mal que avise para eu parar meu carro, não quero ninguém vomitando aqui dentro. Cuidado onde pega, pode encardir o acabamento do carro ou cuidados com seus objetos pessoais, sacolas e outras coisas porque pode riscar ou arranhar partes internas do carro. Não saio de casa com mau tempo e para lugares não tão bem pavimentados porque vai sujar meu carro. É só um exemplo e que nos parece um pouco exagerado pois está perigosamente colocando o bem, de forma idolátrica em sua vida. Ora, é só um carro, é preciso usar o bem ao serviço do reino de Deus. É preciso carimba-lo com a marca do eterno e não do inferno. Explico: se uso meu carro para passear com a família, ir ao mercado, ajudar as pessoas que precisam ir ao médico e assim por diante, sem dúvida carimbei o veículo com o carimbo do eterno. Agora, se uso meu carro para deixar a família em casa, mentir que vou leva-lo no auto center e saio para cometer adultério, trata-se claramente de um uso que recebeu o carimbo do inferno. Assim é em todas as áreas da vida, com coisas e com pessoas. A bíblia se refere a isso como obras e como vimos no exemplo acima originada pelo ciúme. Vejamos um pouco de luz sobre isso nas sagradas escrituras: 1ª Coríntios 3,3 – “Com efeito, enquanto houver entre vós CIÚMES e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um modo totalmente humano?” Romanos 13,12-14 – “Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de CIÚMES. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.” Gálatas 5,19-21 – “Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, CIÚMES, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!” Como vemos caros leitores ter ciúmes pode ser uma atitude boa ou ruim, saudável ou doentia. Sabemos que é uma reação natural que pode brotar do coração e precisamos estar atentos para corta-la pela raiz se a origem não for boa. As vezes não é algo simples porque não procuramos em alguns casos termos ciúmes, ele foi provocado em nós. Desta forma, corta o mal pela raiz é uma atitude que precisa ser feita a dois através do diálogo para acerto de detalhes e diferenças de modo a se evitar, com vimos nas escrituras, as contendas. Do contrário, uma boa dose de ciúmes que não ultrapasse o desapego é bem-vinda uma vez que preserva em nós a consciência de que devemos valorizar tudo que possa produzir bons frutos em nossa vida e na vida das pessoas como é o ciúme de Deus por nós. Artigo relacionado: Outra família que se vai fonte: Jefferson Roger

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