“Cada um de nós queria estar em outro lugar, mas isso é o que fazemos, quem somos. Viver por nada ou morrer por alguma coisa.” Esta frase, caros leitores, para mim contém grandes mensagens que podemos extrair para o cotidiano de nossas vidas. Sempre o que nos cerca pode de alguma maneira nos influenciar para o bem ou para o mal. Nem é difícil de acatar essa verdade. Se Deus é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis ele pode muito bem se utilizar de pessoas, coisas e situações para nos comunicar seus interesses e sutilmente nos corrigir quando teimosamente insistimos em sair dos trilhos. Infelizmente, como numa mesa de pingue-pongue, bola que quica aqui, quica lá. O macaco imitador de Deus, satanás, como é criatura e não tem poder de criação, pois não é Deus, se utiliza da obra criada por Deus para oferecer suas tentações e influenciar corações desguarnecidos. E muito esforço o diabo faz para que não busquemos as coisas do alto (Colossenses 3,1), para que vivamos por nada. Uma das estratégias do inimigo, muito bem pensada por sinal, é nos instigar a querer muitas conquistas materiais e pessoais. Assim ele estimula a avareza e a soberba e também a inveja. Estimula as pessoas a quererem sempre mais bens materiais e quererem mais conquistas pessoais, como melhores empregos, mais dinheiro, mais sucesso, mais prazeres e assim por diante. No entanto ele coloca essas conquistas na mente da pessoa, num patamar tão alto e difícil de ser alcançado, porque para alcança-los é necessário romper com o evangelho. Isto implica na renúncia que Jesus nos pede. Nesta encruzilhada, não querendo abrir mão das conquistas iniciais já alcançadas e que se comportam como uma amostra grátis, a pessoa perigosamente caminha por áreas que passam por perto da depressão, desespero, vícios e outras formas de doenças da alma que a sufocam e não permitem que a luz de Deus seja vista. Deus passa a ser tratado como um inimigo, um desmancha prazeres. Passamos a não enxergar o motivo da vida e acreditamos então, que se não temos o que queremos, vivemos por nada, uma vida que não nos dá direito a nada porque esse Deus por muito pouco que queremos, cobra muito. Se a pessoa chega nesse ponto ela chuta o balde e passa a viver só o aqui e agora como um sujeito que foi ao parque de diversões torrar todo seu dinheiro nos brinquedos. Mas o dinheiro acaba, assim como vimos na parábola do pai misericordioso (Lucas 15). Então nesse ponto, compreendemos que temos que refazer nossas escolhas, temos que ao invés de viver por nada, temos que morrer por alguma coisa. Nas sagradas escrituras aprendemos que Cristo morreu por cada um de nós, numa atitude de amor. Ele mesmo disse que não existe amor maior do que aquele que dá a vida por seu irmão. E aprendemos que precisamos ser seus imitadores (1ª Coríntios 11,1). E como seus imitadores devemos viver ao preço necessário a se pagar por conta de entrarmos no paraíso. Isso significa morrer por alguma coisa. Viver uma vida conforme a vontade de Deus para um dia ao morrermos recebermos o prêmio eterno. E não existe alguma coisa acima disso. No aqui e agora precisamos morrer para o mundo e suas pompas, seus prazeres. O diabo se esforça para que não queiramos viver esse sacrifício e ele tenta nos convencer de que quando as dificuldades, provações e tribulações aparecem, queremos outra coisa, queremos estar em outro lugar, longe disso tudo. Se somos convencidos ele nos apresenta as tentações e todas as suas delicias pecaminosas. Mas, bem diz a frase inicial do artigo. Existe o mas, ou seja, apesar da batalha que se desenrola dentro de nós, é isso o que fazemos, lutar, e é isso quem somos, predestinados a santidade. A cada tentação vencida, apesar dos pesares, vamos seguindo adiante e vamos superando dentro de nós a tristeza por ter que se abandonar aquilo que gostaríamos de ter, de ser e de fazer. É a inevitável renúncia aos prazeres sensíveis, incluída nos pedidos que Jesus faz a cada um de nós. Agora é difícil? Parece não valer a pena, parece que Deus é injusto e quer apenas nos conceder a felicidade do paraíso depois que sofrermos um bocado por aqui? Pois é, não existe negociação. A felicidade do mundo não se mistura com a felicidade celeste (Tiago 4,4). Deus colocou as coisas assim e não há o que fazer para mudar isso. O diabo fala que há e aqueles que são convencidos por ele viram as costas para Deus e se deleitam no aqui e agora. Deixam a renúncia de lado e passam a não se importar com o que fazem de suas vidas e passam a acreditar que tentar salvar uma vida não vale mais a pena, a começar pela própria vida. É preciso então, pedir a Deus a graça de termos em nossas vidas a única virtude que será recompensada, a virtude da perseverança (Marcos 13,13). fonte: Jefferson Roger
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