Não há como negar que o composto de corpo e alma denominado de ser humano por conta de suas particularidades e diferenças dentro da própria espécie, caminha sob um pesado fardo que lhe cobra diariamente no mínimo, o máximo de esforço. Todos sabemos que nunca foi fácil e nunca nos foi prometido alguma facilidade por parte de Jesus. “Se me perseguiram, perseguirão vocês.” E a lista dos que perseguem os filhos de Deus, sem dúvida alguma começa pelo diabo, o mais interessado de todos em que não consigamos entrar nos céus. E que batalha pois quanto mais tempo Deus nos concede de vida para nos santificarmos por aqui neste vale de lágrimas, mais tempo tem nosso inimigo para investir fogo pesado contra nossas armadas. Meio paradoxal ou contraditório, mas são desígnios divinos que não nos cabem entender (Deuteronômio 29,29. Se fizermos uma lista de coisas que não são como gostaríamos que fossem precisamos arrumar tempo para isso porque a lista de qualquer um com certeza é muito grande. Muita coisa não acontece como gostaríamos, muitas coisas acontecem exatamente como não gostaríamos que acontecessem. Nos colocamos em alto grau de exigência e análise quando se trata dos outros mas com relação à nós mesmos somos bem coniventes e autoindulgentes. Queremos sempre ser perdoados e prioritariamente por Deus mas, não fazemos questão de perdoar aqueles que não passam em nosso rigorosíssimo teste de retidão. Retidão exigida para os outros, leis e regras aplicadas para os outros. Para nós mesmos nossa habilidade para nos desculparmos é imediata em colocar sobre nossas próprias cabeças panos quentes para abafar nossa conduta que tantas vezes desagrada a Deus. E o tempo passa e os outros insistem em agir como não queremos e ficamos a reclamar. Não olhamos que estamos do mesmo jeito agindo da mesma maneira e não mudamos para melhor. Olhamos para os próprios interesses, nosso próprio umbigo e não erguemos a cabeça para fixarmos olhar na eternidade, nas necessidades do próximo e nos nossos erros. Insistimos em sermos “homens velhos” e não queremos nascer de novo porque precisamos pagar o preço que tem em seus ingredientes a renúncia diária e a cruz de cada dia. Ficamos tristes porque não nos alegram mas esquecemos que “primeiro devemos nos importar com o que agrada ao próximo, com os interesses do próximo” – Filipenses 2,4. Afinal, se agirmos assim compreenderemos que “existe mais alegria em dar do que em receber” – Atos 20,35. Nosso esforço para melhorar quando muito o fazemos ainda assim ele não passa pelo campo da renúncia, aceitação e doação. Queremos que sejam pacientes e compreensivos conosco mas não queremos ser assim com as pessoas. Dessa forma cultivamos um estado vitalício e permanente de egoísmo e amor próprio doentio. Não podem frutos contaminados produzir algo saudável. É preciso sempre permitir que nossas vidas sejam capitaneadas por Jesus. Não somos bons estrategistas e nem bons soldados para enfrentarmos tudo sozinhos (João 15,5). Necessitamos colocar tudo sob sua tutela e o auxílio de Maria Santíssima. Se temos alguma coisa para reclamar, que não reclamemos para alguém, primeiro devemos colocar nossas questões para Deus (rezar). Ele sempre irá nos responder e nos ajudar. As vezes sua ajuda vem em forma de silêncio e de um tempo que muito nos angustia. Devemos ser “alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração – Romanos 12,12. E como Santa Terezinha do Menino Jesus e da Santa Face, devemos oferecer tudo a Deus, tudo que nos acomete, física e espiritualmente pois assim iremos caminhar no modelo de Cristo (1ª Coríntios 11,1) e seguirmos rumo a perfeição esperada pelo pai (Mateus 5,48). fonte: Jefferson Roger
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