sexta-feira, 7 de julho de 2017

Amar é...

Na década de 80 os quadrinhos criados por uma neozelandesa em 1967, acabaram por chegar em território brasileiro vindo a fazerem muito sucesso. Tratava-se do livrinho “Amar é”. Fruto das experiências que a autora teve em seu relacionamento com o namorado/marido essa inspiração traduzida e publicada posteriormente por aqui foi muito bem aceita pela moda e população da época. Os mais antigos lembram muito bem dos quadrinhos, já os mais novos hoje podem tomar conhecimento do fato através dos arquivos da internet.
Seja como for pode-se dizer que o ingrediente, na minha opinião, que foi motivo para o sucesso das tirinhas, foi o fato de que as frases do “Amar é” realmente conduzem a verdade. Nem poderia ser de outro modo porque elas se originaram da experiência de vida de uma pessoa (Kim Grove) que foi aos poucos escrevendo o que ia vivenciando em seu relacionamento (Roberto Casali) segundo relatos da própria autora.
Agora, em tempos atuais é possível aproveitarmos o ensejo para refletirmos a questão do amor entre duas pessoas. Se pedirmos a alguém para que ela se lembre de uma pessoa que ela tem certeza que a ama ou que a amou, mais de 95% irá se lembrar de sua mãe. Por que? Porque em todos os momentos difíceis da vida ela estava presente sofrendo conosco e por nós, sem reservas. Uma mãe não vai mais tarde chegar ao seu filho adulto e dizer: filho, quando você era pequeno eu troquei suas fraldas mil vezes, são R$600,00. Nada disso. Como vemos o amor não mede consequências e abraça os sofrimentos e dificuldades.
Em minha vida a dois, digo o mesmo em relação ao santo matrimônio.
As melhores demonstrações de amor que recebi de minha esposa foram nos momentos de dificuldades que tivemos que passar. Quando tudo ficou bem difícil na vida, depois de Deus, era ela que estava do meu lado. E assim como Deus, ainda está. E assim como Deus, estará. Quando se entende a profundidade do amor, percebe-se que ele alcança o interior da pessoa. Mesmo as grandes brigas e discussões não são capazes de prejudicar um amor verdadeiro. Se fosse de outro modo o maior exemplo de amor que temos no mundo, o de Jesus, teria sido uma invenção das maiores e ele um mentiroso de grandíssima envergadura. Mas como não é uma lenda e nem faz de conta, já que é de relato histórico o que aconteceu no mundo referindo-se a pessoa do Cristo, da mesma forma, por conseguinte, também o é tudo que ele ensinou.
Amar por causa de Deus nos torna livres para viver felizes. Não medimos esforços e não desistimos. Por mais que as pessoas não se comportem como Deus quer se nós fizermos a sua vontade e vivermos segundo seus desígnios, experimentaremos a paz do coração que só ele pode nos conceder. O verdadeiro amor se nutre dos bons valores das pessoas. Os defeitos delas servem para mostrar o quanto as amamos. Se eles fazem diferença para nós é porque não estamos amando como deveríamos. Jesus é o grande modelo de amor. Olhemos para como ele ama o pecador, a ovelha perdida, o não convertido que nem comida de porcos recebia. Ele passou tudo que passou por amor e fomos amados não por nosso merecimento. Eis aí a gratuidade do amor: ele não espera nada em troca e só quer o bem do outro. Precisamos nos esforçar para amarmos o próximo no modelo apresentado por Jesus. Senão o que sentimos nunca irá evoluir de amor carnal da juventude para um amor real verdadeiramente enraizado na cumplicidade e ajuda mútua até que a morte nos separe e até que a morte separe a todos.
Quem amar assim, irá passar pela transformação da morte e a experiência do luto sentido grande alegria e saudade porque não deixou de fazer seu máximo para com a pessoa amada. É como disse São Paulo, temos que completar a corrida e chegar ao fim combatendo o bom combate. No campo de batalha só o que devemos deixar para trás é o homem velho e todo o mal que o cercava e que um dia aceitamos em nossas vidas, seja pelas tentações consentidas ou por culpa vencível. Amar é um esforço continuo, amar é dar valor ao que temos dentro de casa. Deus não errou nos dando a família que temos, os filhos e a esposa ou o marido que temos. Não vamos acusar o criador que é amor e que nos amou primeiro, entregando seu único filho para nos salvar, de ter errado nos colocando uma difícil tarefa que é amar alguém que não é como idealizamos. Não é como queremos porque precisamos crescer até a estatura de Jesus e isso significa empreender esforço. Como é bom ser família, ter olhos só para esposa, só para o marido, se desdobrar pelos filhos. Amar é difícil mas recompensador. Amar começa no aqui e continua na eternidade. Amar é não oferecer nada menos do que o nosso todo para quem amamos.


fonte: Jefferson Roger

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