Nas sagradas escrituras encontramos em dezessete livros ensinamentos e exemplos de condutas boas e más ligadas ao alimento. Aprendemos que a comida pode ser utilizada para fins egoístas, pode ser usada como moeda de troca, pode ser usada para promover ocasião de pecado e pode ser usada com seu propósito verdadeiro que é o de sustentar a vida de nosso corpo. No entanto ela está relacionada com um dos sete pecados capitais ou com as oito doenças espirituais. A gastrimargia é definida pelos gregos como a loucura do estômago. Trata-se do descontrole de se comer até a saciedade do prazer do estômago abarrotado ou do descontrole de se comer para satisfazer o prazer do ato ou suprir uma carência em outra área psicológica. É o caso, por exemplo, já comprovado pela medicina, das pessoas que buscam refúgio na comida por conta de algum trauma. Seja como for a questão fisiológica, quando se inclina para patamares desregrados, faz com que o alimento se torne prejudicial para a saúde do corpo e da alma. Chega a ter um tom paradoxal. Precisamos da comida e ao mesmo parece ser errado comer. É preciso atenção e agir como os santos e monges do deserto agiam. O alimento precisa ser tratado de acordo com sua natureza e finalidade, ele serve para nutrir o corpo e deve ser consumido conforme a necessidade do corpo e não da alma. Porém, como Jesus ensinou que tudo brota do coração, é preciso cuidado porque as desordens que ali brotam, infestam a inteligência e esta se dobra as vontades do corpo, cedendo aos seus apetites. Por isso a grande eficácia da pratica penitencial denominada “jejum”. Ele organiza os pensamentos e vontades da pessoa colocando ou recolocando o comportamento dela em relação a comida de volta nos trilhos. Quão belo, libertador e saudável é poder se alimentar conforme a necessidade do corpo, sem exageros, gulodices e toda a forma de excesso prejudicial para saúde do corpo e da alma. Muitas pessoas que se julgam cultas e inteligentes por si e pelo mundo, miseravelmente se tornam escravas diante de um prato de comida. Nos chamados buffets livres o que se vê são montanhas gastronômicas escorrendo dos pratos. Nos rodízios nas churrascarias, nem um tipo de carne é desprezado. Ao invés de um prato saudável de comida as filas dos “fast foods“ facilmente alcançam vários metros. O corpo, morada do Espírito Santo é negligenciado e desrespeitado em sua natureza. Nem precisamos entrar pelo campo das doenças relacionadas com a alimentação errada e em quantidades além do necessário. A fome é uma coisa e a vontade de comer é outra completamente diferente. A fome é um mecanismo do corpo que nos avisa que está passando da hora de repor o necessário para que ele se mantenha em bom estado de funcionamento. A vontade de comer provém da cabeça da pessoa, assim como a vontade de fumar, a vontade de consumir drogas e outras vontades que são maléficas para todo o conjunto chamado ser humano. Por se permitir que o “desregrado” produzido pelo corpo com a participação dos instintos se instale na mente, ela fica refém das vontades carnais e psicológicas e facilmente cede aos caprichos do corpo. Então acaba-se comendo mais por vontade do que por necessidade. Corpo e mente ficam minados. Quanto mal isso faz porque essa gula, que é capital, evolui e se alastra para outras regras da vida santa, tornando o correto, errado; o necessário, exagerado; o saudável, doentio. Dessa forma a pessoa aos poucos vai transformando suas boas práticas em hábitos que não trazem mais o bem-estar do corpo e da alma, e assim, de passo em passo, o sujeito caminha rumo ao passo final, já na beira do abismo. Cuidemos! O próximo passo pode ser derradeiro. fonte: Jefferson Roger
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