quarta-feira, 5 de julho de 2017

Peregrinar


 


 

 

 

 

 

 

 

 

Antes de mais nada caros leitores, vale sempre lembrar o significado que os dicionários apontam para a palavra peregrinar: andar em peregrinação por; ir em romaria, andar por (terras distantes); viajar. Obviamente fácil é de se perceber que, embora se aponte como sinônimo de viajar, costumeiramente se utiliza o viajar fora do contexto religioso. Ouve-se dizer: fui em romaria para o santuário, fiz uma peregrinação ao santuário. Porém, também se ouve dizer que: viajei em peregrinação ao santuário ou ainda viajei em romaria ao santuário. Todas as quatro expressões se fazem entender embora duas estejam de acordo com as regras da língua portuguesa e as duas últimas estejam acusando uma redundância nas frases. Seja como for, feita a pequena observação, a mensagem que precisa ficar retida e que é motivo para reflexão é o seguinte: Não devemos usar os jogos linguísticos para interpretarmos aquilo que é, de uma maneira que parece ser aquilo que não é. Complicado? Nem tanto.

Vamos dar um exemplo bem “bocó” para ficar bem claro. A namorada pega seu namorado aos beijos com sua melhor amiga. Pego em flagrante ele tenta convencer a namorada que não se trata disso. Ele diz que ela queria aprender a beijar porque gostava de outro rapaz e queria treinar e praticar com ele para poder fazer bem feito em seu primeiro beijo. Ele diz isso para a moça mas ela vai acreditar? Ainda diz para ela que se ela tivesse olhado direito iria ver que nem estavam abraçados. E então, ela iria acreditar? Depois de ter visto os dois coladinhos? Pois é... Esse é um grande porém que devemos observar. Não devemos sair por aí dizendo que fomos para este ou aquele santuário e lá não fizemos nada de diferente que faríamos em um passeio não religioso. Fica parecendo uma desculpa esfarrapada para defender mentirosamente uma reputação cristã que não passa de aparências. Nada nos impede de viajarmos a passeio para um local onde também se é possível exercer as práticas religiosas ofertadas pelo destino. Mas temos que priorizar as necessidades da alma quando fazemos esse tipo de viagem.

É o chamado turismo religioso. Uma forma de conhecer locais que além de oferecem seus atrativos naturais ou criados por mãos humanas, possuem a graça de contar com espaços propícios para as atividades espirituais tão necessárias para o crescimento da alma. Locais que marcados por vidas que realmente se dedicaram ao evangelho de Cristo ou que por devoção popular e grande empenho local se tornaram pontos de convergência de católicos de todas as partes nos mais diversos países do mundo. Por conseguinte o tema pode levar a uma dúvida e muitos podem se questionar: por que sempre voltar ao mesmo lugar todos os anos? Por que não viajar para outros lugares diferentes para conhecer outras coisas? A resposta é simples.

Na casa das pessoas que gostamos e nos sentimos bem, sempre somos bem-vindos e sempre queremos visitá-las porque faz bem à elas e à nós. Ninguém conversa com seu melhor amigo uma vez por ano ou só quando sobrar algum tempinho. Com o melhor amigo e para o melhor amigo se oferece sempre o melhor. O melhor de nossos sentimentos, o melhor de nosso tempo e o melhor de nossos corações (assim tem que ser com Jesus). Eis a distinção entre viajar e peregrinar. Ir ao mesmo lugar religioso, visitar os mesmos locais e caminhar por onde já se esteve, nunca será uma experiência repetida porque assim como nós vamos mudando com o tempo e amadurecendo, o evangelho de Jesus sempre nos tem um ensinamento diário, que nunca se torna obsoleto, da mesma forma nesses lugares que retornamos sempre iremos encontrar algo de diferente pois Deus se encarrega de providenciar o necessário para que ao retornarmos para casa sejamos pessoas melhores.

Fonte: Jefferson Roger

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