terça-feira, 11 de julho de 2017

Privacidade Exposta

Tobias 12,7 – “Se é bom conservar escondido o segredo do rei, é coisa louvável revelar e publicar as obras de Deus.”

Quando pensamos em “privacidade” podemos facilmente relacionar uma série de coisas que dela provém ou para qual ela aponta. Se queremos privacidade, queremos sossego. Se queremos privacidade, queremos tranquilidade. Se queremos privacidade, queremos estar em local reservado. Se queremos privacidade, queremos silêncio. Se queremos privacidade, queremos intimidade. Se queremos privacidade, queremos o alheio distante. Se queremos privacidade, queremos paz. Se queremos privacidade, queremos escutar o coração. Se queremos privacidade, queremos no silêncio de nossas vidas falar com Deus através da oração. Se queremos privacidade, não queremos ser interrompidos. Se queremos privacidade, queremos isolamento. Se queremos privacidade não queremos ser expostos.

Pois bem, facilmente qualquer um pode criar sua própria lista que o leva a querer ter privacidade. Privacidade faz bem ao corpo e a alma. Vemos nos evangelhos que Jesus se retirava em busca de privacidade para se dirigir ao Pai em oração sempre que algo de grande importância se apresentava à sua frente. A privacidade que faz bem compete com a bagunça do mundo. O mundo através da tecnologia quer cada vez mais roubar a privacidade das pessoas, controlando-as 24 horas por dia e tem gente que acha que estar 100% do tempo on-line e conectado a alguma coisa é o que de melhor se tem a fazer. Smartphones não são abandonados nem dentro da santa missa na hora de consagração. Reclamam as pessoas da falta de tempo mas sempre arrumam tempo para estarem com seus dedos mexendo nas telas de toques dando joinhas, curtidas e compartilhando alguma coisa apenas para compartilhar. Tudo vai para a rede social apenas por ir, sem profundidade alguma. Criam-se grupos virtuais e ficam arrumando motivos rasos e superficiais para estarem a postar alguma coisa. É raro se falar ao telefone pois tudo gira em torno dos aplicativos de mensagens instantâneas.

O conceito da privacidade é fortemente atacado pelo mundo. Fazer poses na frente das telinhas com caras, bocas e biquinhos, expor-se ou expor alguém é algo quase comum. As revistas de “fofocas” fazem muito disso e as “celebridades” (essa é boa né) adoram estar na crista da onda promovendo o seu corpo e jogando sua dignidade na lama do pecado. Pobres almas. Onde fica o “falar como Jesus falou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu?” Fica fora da privacidade das pessoas que acham que seguir Jesus e imita-lo (1ª Coríntios 11,1) não faz parte da necessidade que se tem de viver aqui na terra. Pobres almas. Me recordo que na década de 80 que uma professora de história da arte ensinava que os pensadores e escritores antigos diziam que no futuro a tecnologia existente teria a necessidade de que as pessoas nascessem com apenas um dedo nas mãos porque era o necessário para se apertar botões. Hoje, 30 anos depois, me lembro do que ela disse. Continuemos. No livro do Eclesiastes, aprendemos que existe tempo para tudo. O ensino é muito bom porque nos recorda que precisamos organizar nosso tempo, nossas prioridades e afazeres. No meio disso tudo, vale comentar, que deve sempre existir uma escala de valores. Primeiro os valores do Reino de Deus, depois tudo mais (Mateus 6,33).

Peçamos a Deus a graça de sabermos bem conduzir nossa vida cultivando e dando o devido valor a todos os momentos que ele nos concede de privacidade. Privacidade com os filhos, com a família, com a esposa, com o marido e entre nós e Ele, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.


fonte: Jefferson Roger

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