segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A espiritualidade do "Convém"

Todo mundo percebe que a catequese do mundo prega uma doutrina onde tudo se pode fazer, onde o comum é normal. Pouquíssimas coisas o mundo diz que é proibido e as que ele diz que são, é porque prejudicam os interesses do nosso inimigo cruel. Vamos dar uma passadinha rápida pelas sagradas escrituras para colhermos um pouco do que Deus tem a nos mostrar e ensinar a respeito do que convém ou não convém. Em Atos dos Apóstolos São Paulo diz que para aqueles que trabalham, convém acudir os fracos. Depois na carta a Tito ele diz que muitos ensinam o que não convém, levando famílias inteiras ao erro. Já na carta aos Colossenses, quando fala da relação entre marido e mulher, diz que convém no Senhor que as mulheres sejam submissas aos maridos. Vale lembrar que não se trata aqui da mulher ser escrava ou empregada do homem e sim, sua companheira que o auxilia, assim como vemos no livro do Gênesis.

Quando escreveu sua carta aos Efésios, ele diz que aos discípulos da verdade em Jesus não convém se comportarem como os libertinos, que se entregam a paixões impuras, e um pouco mais adiante diz que “quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Na carta aos Gálatas ele escreve para a comunidade dizendo que gostaria de estar presente para poder falar a todos como convém. Para os Romanos, São Paulo fala do papel do Espírito Santo em nossas vidas, nos dizendo que ele intercede por nós com gemidos inefáveis pois nem sabemos como pedir e orar como convém.

Ainda aos Romanos, ele escreve que não devemos fazer uma opinião sobre nós, maior do que convém, e sim uma opinião razoavelmente modesta, conforme nosso grau de fé. Na primeira carta a Timóteo, ele fala sobre a vaidade feminina exortando as mulheres a deixarem a aparência exterior de lado em prol das boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade. Ainda a Tito, agora na segunda carta ele fala a respeito do comportamento do cristão dizendo que não convém que deixemos de lado a paciência; diz que é preciso que sejamos capazes de ouvir a todos e ensinar.

Na primeira carta aos Coríntios 6,12, São Paulo acerta em cheio na exortação que vai em oposição direta ao que o mundo quer de cada um de nós. O mundo quer que aceitamos o vale-tudo, o oba oba, o faço o que eu quero, quando quero, como quero e quando me der vontade. Mas, não existe saída alguma se quisermos subir a ladeira. Diz assim São Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” E ainda na mesma carta ele nos ensina que é melhor ensinar o que convém, pois isso nos unirá ao Senhor sem partilha. E antes de terminar esta carta, São Paulo dá um golpe certeiro e mortal na soberba das pessoas dizendo em 8,6 que “Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não conhece nada como convém conhecer.” E em 15,34 dá outro puxão de orelha dizendo: “despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus.” Na segunda carta aos Coríntios ele diz que convém lembrar que quem semeia pouco, colhe pouco e quem semeia muito, colhe muito. E termina a carta nos recordando quase em seu final, que não convém que nos gloriemos.

Como vemos caros leitores, foi só uma passadinha pelas escrituras, muito mais há para se aprender nos dois testamentos bíblicos, mas o que vemos aqui essencialmente nos orienta a fazermos boas escolhas. As vezes as pessoas acham que as escolhas propostas por Deus não lhes convém porque exigem uma renúncia do eu lá nas profundezas do querer e isso sempre irá implicar abrir mão de alguma coisa. O desapego é um termômetro porque quanto mais ele é doloroso em se tratando das coisas que passam e daquilo que temos como nossa verdade, mais ele nos mostra quão afastado estamos de Deus.


fonte: Jefferson Roger

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