Desde o início de nossa existência humana somos movidos por termômetros que sempre se encarregam de nos alertar sobre o que se passa dentro e fora de nós. Quando pequenos, ainda sem podermos falar aos nossos pais, tudo que nos acomete instintivamente nos colocamos a chorar. A mãe sabe que o choro da criança é sinal de aviso. Mais tarde, vamos descobrindo nossa autonomia em reconhecer e lidar com os mais variados alertas que nosso corpo emite. Se a hora de se alimentar está passando, sentimos fome. Se a hora de beber está passando, sentimos sede. Se a hora de dormir está passando, sentimos sono. Se existe alguma desordem interna em nosso corpo, sentimos um mal-estar. Se temos alguma infecção, temos febre. Enfim, se alguma coisa não anda bem conosco, a área envolvida dá sinal de alerta. Assim, com o passar do tempo se dermos valor e aprendermos a “ouvir” o nosso corpo, iremos trata-lo como convém e manter sua saúde e dignidade em patamares corretos. Agora, eis um detalhe que é muito importante e que não pode nunca passar batido; nós somos um composto de corpo e alma e, por isso, não devemos apenas dar ouvidos ao que o corpo diz, precisamos ouvir nosso coração, nossa alma. Deus, em sua infinita sabedoria, plantou neste ato criador uma sementinha dentro de nós que contém a seguinte informação: retorne para mim. Por isso Santo Agostinho vai dizer que a alma é inquieta enquanto não voltar para junto de Deus. A felicidade que todos procuram e não encontram porque procuram nos lugares errados, e pecam dessa maneira, somente existe em Deus. Isso, porém, também é sabido pelo nosso arqui e cruel o inimigo, a antiga serpente, satanás. Sendo assim, ele se mete onde lhe convém e passa a pulverizar corações e mentes com suas lorotas afim de adulterar a verdade libertadora. Desde o início, lá no jardim do Éden, ele insinuou que Eva não precisava “passar vontade”, ela poderia comer do fruto proibido porque não iria morrer. Percebam quão ardiloso foi o diabo nesse momento. Bastou um jogo de palavras e Eva caiu na armadilha. Quando Deus disse que se comessem do fruto iriam morrer, se referia ao acontecimento da morte como o conhecemos hoje. Adão e Eva achavam que comer o fruto seria como comer algo envenenado, pois não entenderam a profundidade daquilo que Deus disse. Nem era, na verdade, necessário que entendessem porque era cobrado deles a “obediência” ao seu criador. Se Deus disse para não fazer, não se deve fazer. Se a morte seria instantânea como um envenenamento ou ao final de uma vida terrena, para voltar ao pó, não existia importância pois importante era obedecer. Nessa confusão toda o diabo usou a verdade celeste dando ares de meia verdade, iludindo o casal e deu no que deu. Vejam nas escrituras que ele nem precisou mentir tanto assim, bastou enrolar com jogos linguísticos e meias verdades. Pois bem, infelizmente as coisas são assim até hoje. As pessoas não querem passar vontade. Os inimigos da alma fazem uma forte promoção de tudo para que as pessoas consumam tudo que quiserem e jamais passem vontade. Tudo gira em torno daquilo que querem ser, ter e fazer, e o dinheiro e os prazeres da carne e sensoriais são ingredientes que existem na vida de muitos. A pessoa quer ter um bem e não consegue comprar, ela rouba. Não consegue comprar um produto à vista e que está além de suas possibilidades orçamentárias, ela parcela. Não consegue ter uma relação sexual satisfatória na vida matrimonial, ela adultera. E assim, as pessoas não medem esforços para fazerem suas vontades. Espiritualmente falando, e é preciso sempre colocar um olhar espiritual sobre tudo, nunca se trata de nossa vontade e sim da vontade de Deus. Não podemos rezar a oração do Pai Nosso e sair por aí sem medirmos esforços para fazermos nossa vontade. Não que seja errado almejarmos as coisas, o que não podemos é priorizarmos o eu em detrimento do Reino de Deus e do próximo. Já dizia Jesus: buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado. fonte: Jefferson Roger
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