segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Fazer de tudo para não fazer nada

Caros leitores, se existe uma coisa em que o mundo ensina com maestria, e falo aqui no contexto espiritual em que nossa batalha pela salvação das almas é constante, são formas de “enrolarmos” nossa consciência, razão e coração para não fazermos o que precisamos e sim o que queremos precisar. É muito fácil olharmos para nossas vidas, quando elas estão sendo vividas com desleixo espiritual que é de dar vergonha e tristeza a qualquer santo de Deus, para percebermos como somos mestres na arte de arrumarmos tempo para tudo e não arrumarmos tempo para tudo. Explico.

Quando se trata dos prazeres terrenos, acha-se tempo para tudo, quando se trata dos prazeres eternos, falta-se tempo para tudo. O diabo, muito astuto como sempre, sabe que o ser humano faz muito uso dos sentidos e por isso ele compreende que uma pessoa, se não estiver mergulhada no mistério pascal, vai se comportar um pouco como São Tomé. Como ele não pode experimentar, ou pensa que não pode, as alegrias celestes no aqui e agora, investe naquilo que pode sentir no já. Fazem de tudo, relacionado aos prazeres terrenos, para não fazerem nada, relacionado as felicidades do paraíso.

Ficam insistindo, quando muito, em adotar uma política de salário mínimo quando o assunto é sua religião e a salvação de sua alma. E pior; como crismados e soldados de Cristo, negligenciam com veemência o serviço junto a igreja de Jesus na salvação das outras almas. Pobres embotados de mente e coração, desvalorizam com unhas e dentes, no mínimo, as dozes horas finais da paixão de Jesus Cristo. Pensam que suas almas foram compradas a preço de banana e se colocam na condição de ovelhas que teimosamente querem chafurdar na lama.

Abrem seus corações para a tentação do “não precisa” e para a tentação do “amanhã”.

Recitar diariamente o Santo Rosário não precisa, ir na Santa Missa de preceito não precisa, se confessar com frequência para comungar frutuosamente não precisa, ler as sagradas escrituras com grande frequência não precisa, adoração ao Santíssimo, jejuns e outras formas de penitências e práticas de obras espirituais não precisa, pra quê? – Diz o diabo! Deixe de exagero, Jesus já te salvou e já te perdoou, segue sua vida que é curta e aproveite, deixe tudo isso para amanhã.

E assim, como diz Santo Agostinho, “eu tenho medo do Deus que passa”, porque o Deus vivo nos visita no hoje, no agora. O trabalho pela salvação da nossa alma é feito hoje pois amanhã cabe a Deus se nos concederá ou não. Enquanto as pessoas ficam se esforçando, fazendo de tudo para não fazerem nada, seja na vida material e sobretudo, na vida espiritual, vão entristecendo a Deus e alegrando o diabo, que ansiosamente os aguarda no final da rampa dos ímpios. Sempre vale lembrar do ditado popular, leite derramado não adianta ser chorado. Se a morte, acontecimento certo e libertador de nossa condição inicial neste vale de lágrimas, nos pegar de improviso, como acontece a muitos, o que fazer se escolhemos viver no plano do demônio? O plano “B”?


fonte: Jefferson Roger

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