quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O medo da responsabilidade

Jesus, o nosso modelo de santidade e de atitude nos deu um grande exemplo de como devemos agir quando o assunto se trata da responsabilidade que temos que assumir. Quando encarnado no seio da Virgem Maria, para cumprir tudo que cumpriu, lembremos de que ele, por causa de sua natureza divina, sabia tudo o que o aguardava. Tanto é que, quando entrou pela reta final, as dozes horas finais que antecediam a sua morte na cruz, por ter plena ciência de tudo que estava por vir, suou sangue, tal era o fortíssimo sentimento que lhe encobriu todo o seu ser. Gosto sempre de dizer que felizes somos nós que não sabemos pelo que iremos passar no minuto seguinte, nossa fraqueza e miséria humanas não nos permitiriam suportar o destino antecipadamente conhecido. Ou permitiriam? Não sabemos, pois, as coisas são como são e temos que seguir conforme o andar da carruagem.

Seja como for, voltemos ao exemplo de Jesus. Quando capturado e levado até a presença das autoridades lhes perguntaram o que pregava pelos locais que tinha passado. E Jesus, numa das muitas e maravilhosas respostas disse que “porque perguntavam a ele? Ele havia falado abertamente nos locais públicos a quem quisesse ouvir”. Parece não ser uma resposta das grandes, mas é recheada de mensagens a todos nós. Se pararmos um pouquinho para analisarmos iremos ver que o cenário não era nada favorável para Jesus. Ele estava preso, manietado, os insultos e os escárnios já haviam começado desde o Jardim do Éden, ele sabia o desenrolar dos acontecimentos, mas, não fugiu por medo da situação pois sua responsabilidade perante o Pai Eterno, perante a todos os pecadores e perante a situação, exigia dele um comprometimento e doação à causa que é requerido por qualquer um que se depare numa situação que precisa ser encarada. Belo exemplo e que exemplo a ser seguido (1ª Coríntios 11,1).

Pois bem, infelizmente não é o que acontece com grande parte das pessoas. Vamos aos poucos para compreender a reflexão. As pessoas quando são solteiras procuram manter um círculo de amizades que tenham a ver com afinidades. Facilmente se exclui alguém ou se alto excluímos de um grupo que não coincida com o que esperamos. Depois, na experiência de preparação para a vida matrimonial, namoramos uma pessoa aqui, outra ali e à medida que as brigas vão acontecendo é muito fácil resolve-las, vai cada uma para sua casa e pronto. Se a coisa persistir troca de namorado. Adiante, quando noivos, já num grau maior de responsabilidade e compromisso, alguns problemas já são resolvidos a dois, mas ainda existe a fácil solução de ir cada um para sua casa. Mais tarde, depois que os três ou quatro degraus foram transpostos (conhecido, amizade, namoro e noivado) e se galga o degrau maior, do matrimônio, o nível de responsabilidade atinge um patamar muito sério. Se a preparação não foi bem feita durante as etapas anteriores, os problemas e todas as circunstâncias da vida continuarão a serem tratadas da mesma maneira. Quando namorados não resolviam seus problemas e cada um ia para seu canto. Quando noivos não resolviam seus problemas e cada um ia para seu canto. Quando casados se não resolverem seus problemas e cada um ir para seu canto isso se chama “separação”, “divórcio”, que nada mais é do que tampar o sol com a peneira. É a mesma atitude tomada pela pessoa porque ela insiste em não resolver os problemas, não cresce, não amadurece e dá a devida importância ao seu estado de vida. Separam-se o quanto for preciso como quem aposta semanalmente no jogo do bicho, esperando achar alguém que corresponda ao que ela quer, deseja e procura. Mas, como ela não muda, os problemas não mudam e se não são tratados como devem até as pessoas ao seu redor se tornam problemas e assim, na falta de maturidade e responsabilidade passam uma vida inteira varrendo para debaixo do tapete todos e tudo aquilo que não conseguem resolver porque não querem tomar a postura que devem tomar. Uma postura como a de Jesus.


fonte: Jefferson Roger

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