Quem se exaltar, será humilhado e quem se humilhar, será exaltado. Essas palavras da primeira frase foram proferidas pela boca de Jesus. E você caro leitor pode estar se perguntando o porquê deste trecho bíblico para falarmos do dia em que a igreja católica comemora a exaltação da Santa Cruz (dia 14/09). O ensinamento é muito simples, vamos acompanhar. Na vida do Cristo, enquanto possuidor aqui na terra das duas naturezas (a divina e a humana), pudemos acompanhar através do seu evangelho que, onde ele colocava a mão, acontecia uma grande transformação. Isso porque seu toque divino, tem o poder curador, vivificador e poder para, como vimos nas bodas, transformar água em vinho. Buscavam tocar em suas roupas, para ficarem curados e aqueles a quem ele empunha as mãos deixavam de ser as mesmas pessoas de até então. Jesus passava pelo caminho e as multidões o seguiam, os cegos gritavam ao longe pedindo por ele. Como vemos, as pessoas, em atitude de humildade e necessidade (deixavam o orgulho próprio de lado e se humilhavam perante o mestre), embora algumas pessoas tinham apenas, como o próprio Cristo mencionou, interesse em encher a barriga, saíam dessa experiência modificados, transformados; a experiência com Jesus os exaltava. É assim, antes de Jesus, humilhado, depois de Jesus, exaltado. Por isso que aqueles que não querem se humilhar se rebelam contra Deus e escolhem os prazeres do pecado, abrindo mão da glória eterna do paraíso. Preferem não se humilhar e se renderem ao Deus uno e trino. Todavia, sejam as coisas como são, nada muda o fato de que o toque de Jesus muda tudo. Na cruz, no alto do calvário, o amor de Deus por cada um de nós colocou seu filho unigênito pregado nela. Humilhando-se face a reprovação e abandono humanos, foi exaltado em suas cinco chagas, estendido frente ao escárnio de seus algozes. Ali, o símbolo cristão, no toque do corpo humano e divino, banhado em sangue, foi exaltado para toda a eternidade e é por isso que pela fé em tudo que aconteceu, para os cristãos olhar para a cruz do ressuscitado e exalta-la, perante tudo que ela significa para cada um, no mínimo é um gesto de retribuição e agradecimento pelo amor divino pelos seres humanos. Pois deve ser muito mais! Na crucificação, enquanto o Cristo era separado em suas naturezas e na morte do corpo se apresentava a todos, da mesma forma no ápice da santa missa, no momento da consagração, quando o sacerdote empresta seus atos e voz a Jesus, seu corpo e sangue outra vez, mas sem derramamento de sangue, são separados da divindade que nos é invisível. Jesus disse que quando fosse levantado da terra, atrairia todos a ele (João 12,32) cumprindo a profecia de Isaías que diz que “olharão para aquele que transpassaram (Isaías 53,3). Na santa missa a profecia se repete, no ato da consagração, na renovada exaltação da santa cruz, quando o Cristo está novamente sendo elevado e atraindo o olhar de todos. Eis uma grande profecia e um grande mistério de amor para nossas vidas. Que a cruz de Cristo seja a minha luz, se diz na oração de São Bento, amém. fonte: Jefferson Roger
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