terça-feira, 12 de setembro de 2017

O olhar treinado de Jesus

Sedes imitadores de Cristo, assim lemos em Efésios 5,1 e 1ªCoríntios 11,1. Pois muito bem caro leitor, vamos concordar numa coisa, é difíiiicilllllll ser imitador de Cristo não é não?! Claro que é, qualquer um sabe disso e quantos desistem de imita-lo e abrem mão de “pagar o preço” para se entrar nos céus. Não entendam mal, pagar o preço aqui, significa estar disposto a viver tudo, eu disse “tudo” que Jesus nos propõe em seu evangelho. Tudo quer dizer, vou ter que me repetir: tudo!

Tudo é 100% e não 99,9% e é nesse ponto que o diabo se mete no meio. Aquele sem vergonha. Ele entra com a tentação do exagero querendo convencer as pessoas a ficarem na superficialidade, na política do salário mínimo, na atitude rasa e descompromissada, alegando, aquele derrotado, que não é preciso tanto exagero afinal, Jesus já perdoou nossos pecados e Deus, é como um vovô, é como o papai noel e vai nos permitir entrar no paraíso até mesmo contra a nossa vontade. Ora, diz o diabo, ele não ensina na parábola do filho pródigo e do pai misericordioso que dá para se fazer farra e depois é só retornar que tudo bem?

E muitos caem nessas mentiras, algumas bem articuladas, por isso o Cristo pede vigilância da nossa parte. Bom, felizmente existe solução para tudo, vinda dos céus é claro, mas, vale lembrar que, as soluções de Deus sempre serão as que precisamos e não as que queremos. Para tudo que é difícil Jesus nos ensinou que é porque sem ele nada podemos fazer (João 15,5). Quanto mais difícil estiver é porque menos de sua ajuda estamos pedindo, contando e aceitando.

No entanto, uma coisa é certa, mesmo que seja difícil imitar Jesus na prática, pois depende também do esforço de cada um, podemos sim, e muito, aprender com ele. No evangelho aprendemos, no episódio da sinagoga, que no canto do recinto havia um homem com a mão direita ressequida que, Jesus, em pleno dia de sábado, subjugou o preceito judeu e curou o enfermo e, o que achei muito legal, colocou o homem no centro do local para que ficasse evidente tudo que ele iria fazer. Ou seja, Jesus nos mostrou que não devemos nos acoar quando estamos em defesa da fé e, devemos ter um olhar, com relação ao próximo, atento às suas necessidades. Vejamos bem, não se trata de sermos reparadores e sim de sermos sensíveis ao que se passa dentro das pessoas. Jesus em meio aos judeus percebeu lá no canto do ambiente aquele homem. Não sabemos, não temos detalhes apurados sobre o comportamento do homem, mas é possível avaliar que Jesus “enxergou” no rosto da pessoa aquilo que estava no coração.

Assim devemos ser. Existe, como nos ensinou catequeticamente muito bem, São João Paulo II, a chamada teologia do corpo. O corpo fala, exprime sentimentos também. Seja um olhar triste, uma cabeça abaixada, ombros caídos para frente, um caminhar arrastado, sobrancelhas e lábios caídos para baixo, tudo no corpo indica problemas, coisas boas, ruins ou em desacordo com alguma coisa. Pessoas carentes de atenção ou com baixa autoestima transformam seu corpo numa árvore de natal. Pessoas vaidosas também. Pessoas mundanas e adeptas dos pecados da carne também. Enfim, o corpo reflete o que está na alma e nós, servos de Cristo, precisamos ter um olhar como o de Jesus, um olhar treinado para podermos ajudar quem precisa, evitar o mal e com nossas atitudes, mostrarmos em tudo, e inclusive em nosso olhar, que somos seus imitadores.


fonte: Jefferson Roger

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