Certa vez uma menina em idade escolar perguntou a um padre: O que devo responder para minhas amigas na escola quando me perguntam por que acredito em Deus? Afinal, caros leitores, essa não é a pergunta que muitas pessoas fazem durante suas vidas? A sociedade educa cérebros, não educa almas. Aquilo que realmente importa é invisível, o que é visível aos sentidos básicos, é irrelevante. Como tudo que importa para nós tem sua natureza no invisível, começamos a compreender que isso, o que importa, é uma realidade da alma. Se as pessoas sedem as realidades da carne, dos prazeres e dos sentidos, fatalmente colocam de lado o cuidado com a parte invisível. O desequilíbrio acontece e não conseguimos sustentar nossa subida rumos aos céus por conta de nosso constante movimento de distração ou dedicação para as coisas irrelevantes, as coisas que passam. Muita munição disparada em alvo errado só anuncia ao inimigo que não estamos compreendendo o cenário de batalha. Muito ao contrário, agindo assim nós é que nos tornamos alvos fáceis daquele que como um leão, está à espreita buscando a quem devorar. Um ato de se receber do namorado uma caixa de bombom é irrelevante em si. Um vendedor também pode entregar a mesma caixa de bombom. O ato visível é irrelevante e só pode ser comprovado pelos sentidos. Agora, a sensação ao se receber a caixa de bombom das mãos do vendedor e das mãos do namorado é completamente diferente. Por que? Porque, no invisível, onde estão as coisas que importam, lá a namorada encontra o sentimento do seu parceiro por ela. Está oculto aos olhos o que brotou do coração e só a alma percebe porque vai além da carne, além do palpável. No gesto visível do corpo, a alma sempre pode alcançar o invisível. Por isso, somente nós, compostos de corpo e alma, podemos olhar para a cruz de Jesus e contemplar o amor dele por cada um naquele gesto concretamente realizado até as últimas consequências. Ademais, aos animais a cruz de Cristo é um objeto, um nada, uma parte do todo que os cerca, sem importância alguma, é irrelevante. Sendo assim, é por isso que acreditamos no que não vemos. Acreditamos porque enxergamos dentro de nós (na alma) a sementinha que Deus brotou em nossa criação e que floresceu e cresce a cada dia através de nossa experiência com o ressuscitado. Quanto mais abrimos nossos corações, mais vivemos essa comunhão e mais acreditamos naquilo que os sentidos não veem, mas que nossa alma enxerga com uma clareza infinita: o amor de Deus. fonte: Jefferson Roger
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