Estamos as portas de mais um feriado. Aos católicos de meia tigela, aqueles que pensam que irão entrar no céu vivendo sua política de salário mínimo, que não inclui obras (Apocalipse 22,12) e nem vida pautada no sacramento, nas obras de misericórdia, obediência aos mandamentos e vivência nas bem-aventuranças, a data não irá passar de mais uma oportunidade para se viajar. É mais um feriadão, como dizem muitos. Pobres destes, se não acordarem enquanto é tempo de misericórdia, depois terão explicação a dar, mas, isto, é entre eles e o justo juiz.
Entre nós, como diz Jesus, não deve ser assim. Alguns não se recordam que dia 01 de novembro é dia de todos os santos. Dia em que a igreja faz memória a todos que já passaram por aqui, trilharam o caminho do Cristo e estão nos céus. O faz (a Igreja) dessa maneira para ser justa, imitando aquele que é justo e assim não só fazendo memória dos santos que são públicos e mais conhecidos mas a todos. Depois entramos pelo dia 02 de novembro rezando pelos fiéis defuntos, por todos que adormeceram na esperança da ressurreição.
Ademais é importante relembrar a passagem do apóstolo São Paulo que nos recorda a rezarmos uns pelos outros. Como membros do corpo de Cristo cabeça e por isso, parte de sua igreja, peregrina (os vivos aqui na terra), padecente (os que morreram e que estão no purgatório) e triunfante (os que morreram e que já estão na presença de Deus) somos relembrados por São Paulo entre tantos, que devemos sim, agir dessa forma, orar uns pelos outros. Este ensino é obra de misericórdia espiritual.
Porém, atenção, o verbo de Deus, sabedoria encarnada no seio da Virgem Maria nos pede mais. E o que ele pede é nossa imitação ao Pai Eterno (Mateus 5,48) nos advertindo que não quer atitudes mornas (Apocalipse 3,16) e não quer uma atitude de salário mínimo (Mateus 5,43-48). Portanto, se devemos ser obedientes ao Pai e aos seus mandamentos que procedem como nos explica o Cristo (Mateus 22,36-40) dos mandamentos do amor, se é pelos vivos, é por todos os vivos, se é pelos mortos, é por todos os mortos, se é pelos santos, é por todos os santos. Jesus não veio para que todos cheguem ao conhecimento da verdade e sejam salvos?
Outrossim, vale recordar que o católico não tem hora para ser católico. Jesus disse vigiai e orai “sem cessar”. Ora, não temos hora do dia para sermos católicos, nem hora do dia para rezarmos por alguém. Como diz Nossa Senhora, devemos aprender com a vida e o exemplo dos santos (Hebreus 6,12), muitos deles faziam da oração mental, uma atitude muito presente em seus cotidianos de vida. Com 168 horas na semana, separamos apenas 1 hora para irmos na missa? Não é uma pobreza só? Queremos de Deus o bom e o melhor, mas não queremos agir em resposta ao seu amor na mesma proporção? Não temos tempo? Não temos interesse? Outras coisas nos apetecem mais? Pois é, os Mosqueteiros defendiam o lema “um por todos e todos por um”. Por que muitos não agem assim? Um (Deus) por todos e todos (os filhos de Deus) por um (cada membro do corpo de Cristo, por amor a Deus)?
Não temos hora marcada para corrermos a Deus pedir sua ajuda, mas temos falta de tempo para agirmos como soldados de Cristo e fazermos nossa parte pelo bem das almas a serviço da sua Igreja. Temos que lembrar que, como dizem os antigos, Deus está vendo. Tudo no final das contas é entre cada um e Deus e ele já colocou na mesa que nossa situação final passa pela medida das obras (Romanos 2,5-8).
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fonte: Jefferson Roger
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