terça-feira, 3 de outubro de 2017

A caridade nem sempre salva almas

Todo bom católico que se preza sabe que tentar salvar uma alma é um ato de caridade. Na bíblia aprendemos que a caridade apaga uma multidão de pecados. Então como refletir sobre o título deste artigo e não ferir os ensinos sagrados? Não parece uma contradição? Pois bem, vamos com a luz dos ensinos celestes acompanharmos o que precisa ser entendido sem macular aquilo que, de fato, é necessário aprender e praticar para não incorrermos no erro sutil, tão bem ensinado pelo demônio, de acharmos que estamos agindo certo quando na verdade, não estamos.

Jesus diz que nem um copo de água que for dado ficará sem recompensa. Outro instante bíblico que denota que atos de caridade em favor do próximo são bem vindos pelo justo juiz. Como ficam as coisas? Iniciemos, para bem elucidar a questão, com uma história verídica contada pelo Padre André Beltrami em seu livro intitulado “O inferno existe”:

O rei Anguberto tinha uma filha que, por sua beleza, fora pedida em casamento por muitos príncipes. Mas a princesa recusou terminantemente, pois fizera voto de castidade. O pai da moça até pediu dispensa em Roma para a filha mas ela não queria outro esposo a não ser Jesus Cristo. Ademais, a jovem pediu também ao pai permissão para viver afastada do mundo. O pai que a estimava muito lhe concedeu os pedidos e assim ela começou uma vida intensa de oração, jejum e penitências. Frequentava os sacramentos e muitas vezes ia prestar serviços aos doentes em um hospital vizinho, vindo a morrer neste teor de vida ainda com poucos anos de idade. Passado um tempo, uma senhora que tinha sido sua criada, ouviu, durante a oração da noite, um rumor estranho, e depois viu aparecer subitamente uma alma em figura de mulher, no meio do fogo e acorrentada entre muitos demônios, que se apresentou assim:

- Eu sou a infeliz filha de Anguberto

- Como? Perguntou assustada a criada, vós, condenada após uma vida tão santa?

Replicou a alma: Fui justamente condenada por minha culpa. Sendo ainda criança tive a desgraça de cair num pecado desonesto. Fui confessar-me mas a vergonha fechou-me a boca e em vez de revelar o meu pecado eu o cobri de jeito que o confessor nada compreendeu e cometi um sacrilégio. Depois comecei a fazer penitências, a dar esmolas, para que Deus me perdoasse, mas sem confissão. Na hora da morte disse ao confessor que eu tinha sido uma grande pecadora. O padre, ignorando o meu estado, respondeu-me que devia repelir esse pensamento como uma tentação. Logo depois, expirei e fui condenada, para sempre as chamas do inferno.

E, dizendo isto desapareceu, mas com tanto barulho que parecia derrubar a casa, deixando no quarto um mau cheiro insuportável que durou por muitos dias. Como vemos, caros leitores, é por amor a Deus que temos que fazer as coisas e não por interesses próprios. Primeiro o reino de Deus e a sua justiça, devemos buscar, para que depois tudo mais nos seja acrescentado e não o contrário. É preciso sempre lembrar que as coisas funcionam do jeito de Deus e não do nosso jeito e, sobretudo, quando o assunto é salvação das almas. O jeitinho e o jogo de cintura de nada adiantam, pois, muito superior a eles, está a conduta a ser seguida e praticada que é a de se imitar a Cristo (1ª Coríntios 11,1).


fonte: Jefferson Roger

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