quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Corações Impenetraveis

Se os sacramentos são o alimento do corpo e da alma, meios eficazes que nosso Senhor Jesus Cristo deixou na sua Igreja para a santificação de seus membros, e tanto também o Santo Rosário e a Santa Missa, além de muitas outras práticas religiosas, por que é que os católicos, nem todos mas muitos, vivem mergulhados nesse meio e não crescem no amor e na santidade? Nem precisamos, e nem devemos, reparar nos outros. Nós devemos olhar para nós mesmos e, com a prática de um exame honesto de consciência, irmos até as raízes de todas as coisas.

Uma pessoa comunga e se confessa a vida inteira e não vai melhorando como pessoa e como filha de Deus. Frequenta muitas missas mas fora dos muros da igreja continua sendo aquela pessoa que quer as coisas do jeito dela, do contrário lá vai chumbo grosso para todo lado. Temos que olhar para o hoje e olhar para o nosso ontem, o nosso passado. Estamos melhor? Iguais? Melhoramos? Quanto melhoramos? Recaímos? Pois é, são questões que permeiam nossa realidade de vida e de fé na caminhada rumo à pátria celeste.

O sujeito adota um santo ou santa para ser seu devoto e este seu padroeiro. Reza ao santo pedindo isso, pedindo aquilo e mais nada. Errado, isto é incompleto! A devoção verdadeira consiste em amar o próximo como a nós mesmos (no caso o santo) e imita-lo (Efésios 5,1 – 1ªCoríntios 11,1 – Hebreus 6,12). A devoção que promove a relação toma lá dá cá é manca e não promove crescimento espiritual. Outrossim, muitos se dizem devotos de Nossa Senhora e só o que fazem é irem no Santuário Nacional de Aparecida, usar alguma roupa com estampa de Maria ou, como já me disseram ridiculamente, basta apenas rezar uma Ave-Maria “bem rezada”, essa é de matar viu!!! Onde anda a vida de oração?

Não aprendemos na bíblia que os discípulos acompanhavam o mestre? Para aprenderem, crescerem, melhorarem e se tornarem além de seus seguidores, também seus imitadores e futuros propagadores? Foi assim no início da Igreja, veja em Atos dos Apóstolos. Devoções são necessárias e até urgentes, em tempos como os que vivemos hoje. Elas têm o seu propósito e nos auxiliam na caminhada, porém, se forem feitas superficialmente, mecanicamente ou apenas com caráter de evento social, como diz São Paulo, de nada adianta.

A pessoa desobedece aos mandamentos e o evangelho, é displicente nos sacramentos e na vida acética, se diz devoto da Virgem Maria, vai no Santuário Nacional uma vez por ano e acha que está tudo resolvido. Acha que Nossa Senhora vai dar um empurrãozinho na pessoa para dentro do paraíso. Tudo errado! É preciso conhecer mas, sobretudo, é preciso entender e viver. Se tudo não passar de externalidade é sinal de que um coração anda fortificado no mau sentido, impedindo que o amor de Deus o penetre e o Espirito Santo faça morada dentro dele.

Se na vida nenhuma transformação concreta acontecer, precisamos abrir os olhos e nos voltarmos para dentro de nós. Como anda nosso coração? Local onde, como nos ensina Jesus, nascem todas as coisas?


fonte: Jefferson Roger

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