segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Morrer mil vezes a cometer um só pecado

Na vida e exemplo dos santos, realidade que nos apresenta também uma verdadeira enciclopédia angelical, encontramos inúmeros comportamentos de homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos, que nos transportam para grandes exemplos de uma vida pautada no dom do Espírito Santo da Piedade e do Temor de Deus. Vamos compreender.

Em linhas muito resumidas podemos dizer que o dom da piedade é aquele dom que faz com que a pessoa realmente se sinta filha de Deus. Com esse dom nós passamos a agradecer mais e pedir menos, passamos a nos sentirmos filhos de Deus e termos horror ao pecado. Na outra ponta encontramos o dom do temor de Deus, que consiste em ter medo de se afastar dele e de entristece-lo.

Com esses dois dons, os santos se moviam e se movem até os dias de hoje, em direção a pátria celeste, cultivando suas práticas religiosas. Alguns santos em suas épocas proferiram a frase título deste artigo ou uma frase muito parecida. O cerne da questão repousa no fato de que, ao abraçarmos a proposta do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e com as graças necessárias para bem vivermos o nosso sim, o compromisso assumido nessa caminhada consiste em defender Jesus até com nossas vidas.

Não é algo raro de acontecer porque desde o início dos tempos até a nossa atualidade, o martírio cristão é uma realidade presente no mundo. Através desses dons o amor a Deus se torna tão grande que não nos é mais possível sequer, cogitar alguma barganha com o mundo e com Deus para atingirmos um meio termo e agradarmos a dois senhores. Esses dons nos tornam incapazes de admitir os pecados que são cometidos de olhos abertos, ou seja, os pecados mortais.

Quem gosta de sua mãe, faz de tudo para agrada-la e não o contrário; quando alguém fala mal dela se enfurece e sai em defesa. Pois bem, é o amor que se tem no coração pela mãe que não permite o silêncio e move a pessoa em defesa desse amor e dessa pessoa. Assim precisa ser com Deus e com as coisas que passam. É preciso sermos “imitadores daqueles que pela fé e paciência se tornaram herdeiros das promessas” – Hebreus 6,12. Não podemos querer um diálogo com o inimigo para satisfazermos nossas curiosidades a respeito dos pecados. Não existe nenhuma fórmula que nos possibilite pecar e sair depois ilesos de suas consequências. Lemos na bíblia que o salário do pecado é a morte, a segunda morte, a morte da alma. Na expressão dos santos que dizem que prefeririam morrer mil vezes a cometer um só pecado encontramos a firmeza em entregar até suas vidas, quantas vezes fosse preciso, em prol de se ofender a Deus uma única vez.

Como estamos mal, ofendemos a Deus tantas vezes, achamos que não ofendemos, exigimos dele do bom e do melhor, queremos viver segundo nossa vontade e ainda queremos ir ao céu. Não tem alguma coisa errada nisso tudo? Claro que sim, se agimos assim, vivemos na contramão da oração do Pai Nosso e tentamos agradar ao mundo ao invés de agradar a Deus (Gálatas 1,10 / Tiago 4,4). Desse modo, que é o nosso modo próprio de se tentar chegar ao céu, não vai dar certo (João 14,6 / João 15,5). Não queremos morrer para o mundo nem uma vez sequer, como conseguiremos escapar da sentença do justo juiz, que pode proclamar nossa morte eterna no fogo que foi preparado para o diabo e seus demônios? No tempo da igreja, o qual vivemos, no tempo da graça é tempo de arrependimento, conversão e de caminhar subida acima, evitando o caminho largo e espaçoso dos ímpios.


fonte: Jefferson Roger

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