terça-feira, 31 de outubro de 2017

O adultério no coração

E disse Jesus: (Mateus 5,27-29) “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena.”

Pois bem, o arrancar ao olho que Jesus se refere aqui é o tratamento espiritual e atitude concreta de não se deixar mover pelas coisas da carne, e sim pelas coisas do espírito. Jesus ainda nos recorda que o pecado, que é uma realidade do espírito, tem maior ou menor participação do corpo e cabe ao homem, portanto, impor sua vontade e razão, sobre os apetites da carne. Isso é o que ele quer ensinar quando nos ensina a arrancarmos o olho e lança-lo para longe.

Olhemos para o detalhe magnífico da coisa. Muitos não percebem, mas não é para arrancar somente, é para jogar para longe, ou seja, as atitudes precisam de um firme propósito. É preciso se livrar dos vícios de toda a natureza de uma forma definitiva e não com sentimento de culpa apenas. Os sentidos são manipuláveis e se não forem ensinados e educados no Senhor as recaídas irão acontecer. Jesus sobre isso também deixou bem claro que para nos levantarmos de recaídas é muito pior (Mateus 12,45). 

Sempre é importante recordar a passagem da 1ª Coríntios 6,15-20 que diz: “Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24). Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito. Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.” 

Como vemos, não deve ser assim. É preciso fazermos violência para não sermos instrumentos do diabo. O livro do Eclesiástico 9,3-6 nos adverte: “Não lances os olhos para uma mulher leviana, para que não caias em suas ciladas. Não frequentes assiduamente uma dançarina, e não lhe dês atenção, para que não pereças por causa de seus encantos. Não detenhas o olhar sobre uma jovem, para que a sua beleza não venha a causar tua ruína. Nunca te entregues às prostitutas, para que não te percas com os teus haveres.” 

E também em Eclesiástico 9,8-11 lemos: “Desvia os olhos da mulher elegante, não fites com insistência uma beleza desconhecida. Muitos pereceram por causa da beleza feminina, e por causa dela inflama-se o fogo do desejo. Toda mulher que se entrega à devassidão é como o esterco que se pisa na estrada. Muitos, por haveres admirado uma beleza desconhecida, foram condenados, pois a conversa dela queima como fogo.”

E por fim, em Eclesiástico 25,28 lemos: “Não contemples a beleza de uma mulher, não cobices uma mulher pela sua beleza.” E assim, caro leitor, enxergamos que mais claro que isso não pode ser. Não devemos agir como se as palavras eternas não fossem se realizar. Pagar o preço para se viver conforme os prazeres terrenos no fim da conta, querendo ou não, acreditando ou não, só irá resultar em tormentos eternos. Já dizia Santa Teresa de Calcutá “que um dia a beleza acaba”. Até o diabo sabe disso e por isso se esforça em promover a luxúria corrompendo e misturando a ela como ingrediente aquilo, que é belo seja qual natureza for.

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Fonte: Jefferson Roger

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