Em linhas gerais o ato de assanhar-se, motivar a, agir com o intuito provocante e insinuante, constitui perigosamente em atitude que fere o ensinamento que encontramos em Eclesiástico 3,27 onde se lê que “quem convive com o perigo, nele perecerá”. Como vemos, esse tal de assanhamento se esconde atrás de um perigoso caminhar por um abismo cuja estrada é chamada de “pecado venial”. Facilmente também, essas práticas irão se enamorar com os pecados capitais e nesse ponto, esse relacionamento entre satisfação saciada pelos frutos do assanhamento e um desejo de se receber uma dose maior dessa sacies, termina, como bem ilustram os pecados capitais, gerando novos pecados: os pecados graves. Por isso na bíblia se lê que “quem convive com o perigo, nele perecerá”. Mas, no entanto, tal situação ainda não saiu do controle, caminha para essa derrocada, mas ainda não é o passo que leva ao fundo do poço. Falta a decisão final da pessoa que a fará ofender gravemente a Deus. Lembremos que para o pecado “evoluir” (minha nossa, é isso mesmo!) para uma estatura de pecado mortal, a matéria precisa ser grave, o sujeito precisa ter consciência que é grave e, por fim, precisa querer cometer o pecado. Notemos que agindo no campo do primeiro e segundo passos, já se peca venialmente até porque um pecado grave não se materializa do nada na frente da pessoa. Vamos recordar que houve antes um namoro com as ocasiões de pecado (pecados veniais). Dessa forma, assim como lemos nas sagradas escrituras a verdade que condena, também lemos a verdade que liberta. Provérbios 28,26 – “quem caminha com sabedoria escapará do perigo”. E em outra parte dos escritos aprendemos que o início da sabedoria está no temor a Deus. Portanto, atitudes libertinas afastadas da moral, do pudor e que expõe a intimidade e dignidade humana, transformando um corpo santo em uma vitrine ou um objeto de desejo e consumo, pode terminar mal. Pode terminar trazendo a derrota na batalha contra a concupiscência e os pedidos baixos do corpo. Um assanhamento é um pequeno passo em direção ao abismo dos pecados. Outro assanhamento também e assim, sucessivamente até que essa direção se torne um declive e não seja mais capaz fugir da escravidão do pecado que irá trazer nos prazeres terrenos os sofrimentos eternos. Enquanto ainda não se acolheu e não consentiu com o pecado, o desejo (que é a tentação) pode ser contido e superado pois o pecado grave precisa dos três passos. Mesmo assim, não pecar gravemente não é motivo de glória para ninguém porque essa situação pode afrouxar a vigilância e São Paulo nos recorda que “quem está de pé, veja que não caia”. É preciso, além de não pecar gravemente, estender a violência contra o pecado (Mateus 11,12) lutando contra o mesmo até o sangue (Hebreus 12,4), também aos pecados veniais. Santo Antonio Maria Claret dizia: “A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, não basta desejar firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário ter resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo decidido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual – zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo.” fonte: Jefferson Roger
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