Pessoal, vamos concordar numa coisa. O título desse artigo pode ser uma consolação ou uma desculpa dependendo do contexto em que ele se insere. Se temos um objetivo e fazemos de tudo ao nosso alcance para alcança-lo, e falo tudo de forma sincera, humilde e honesta, e não atingimos nossa meta, então não viveremos com a dúvida do “e se”. E se eu tivesse me esforçado mais, e se eu tivesse me dedicado mais, e se eu tivesse escutado mais, e se eu tivesse parado, refletido e ponderado mais antes de responder no impulso da discussão. Como vemos, se não fazemos corpo mole, podemos deitar nossas cabeças no travesseiro com a consciência tranquila na certeza de que lutamos o bom combate. Agora, se agimos no oposto da possibilidade, não colocando um verdadeiro esmero naquilo que fazemos, por displicência consciente e má vontade deslavada, se cobrarem de nós alguma coisa ou até mesmo se nossa consciência nos cobrar alguma coisa, podemos de forma muito rápida sair dizendo, ou melhor, se desculpando, pelo intento não alcançado. Querem ver como a coisa é grave? Basta lembrarmos de Poncio Pilatos. Quando ele, “lavou as mãos” publicamente querendo mostrar que era inocente na causa que o povo promovia contra Jesus, no fundo ele quis dizer publicamente: pelo menos eu tentei. Caro leitor, uma coisa é bem certa a nosso respeito. Nosso esforço aqui na terra, que se traduz no céu na medida das obras (Apocalipse 22,12), podemos ter a maior das certezas, está sendo contabilizado, visto, acompanhado e avaliado. Estamos no tempo da graça, no tempo da igreja, mas esse é o tempo daquilo que é meritório. Depois, quando o hoje cessar e o tempo de agir acabar, esse tempo se transformará no tempo da expiação e satisfação. O tempo de tentar melhorarmos é agora, é hoje. O tempo de tentar crescermos no amor e espiritualmente é agora, é hoje. De que adianta sermos católicos de meia tigela, fajutos, frouxos e sem vergonhas e depois, quando estivermos na frente do justo juiz: Nosso Senhor Jesus Cristo, Sabedoria Eterna, tentarmos arrancar do Cristo nossa entrada no paraíso celeste dizendo para ele: pelo menos eu tentei? No mínimo a coisa vai ser vexatória para nosso lado para não dizer vergonhosa e humilhante. Uma atitude assim, embora entristeça a Deus, vai poupa-lo no dia do julgamento. Porque enquanto estamos por aqui, se vivermos de forma desregrada, procuramos viver no mundo transformando ele num parque de diversões, fazendo de nossos corpos, tempo do Espírito Santo, um objeto de consumo e uma vitrine de vaidades e zombando de Deus com relação a seus desígnios. Vais brincando, vai; depois, todos já sabem (Gálatas 6,7), colherão aquilo que semearam e aqueles que resolveram escolher as ofertas do mundo e dos inimigos da alma, estarão, como nos explica Jesus na fila dos condenados. Entre nós não deve ser assim, nos explica o messias, se nossos acertos ou erros caminham conosco, precisamos nos esforçar para transformar aquilo que não é bom, em algo bom (conversão), e aquilo que já é bom aos nossos olhos em algo que é agradável a Deus para que não corramos o risco de que o que fizermos e amarmos seja abominável para ele (Tiago 4,4). Temos que nos esforçar pois de nós, no mínimo Deus espera o máximo de empenho. Que triste seria olhar para trás no fim das contas e percebermos a burrada que fizemos com nossa vida e nossa única alma pela qual devíamos lutar para salva-la. No assunto da salvação dela não deve jamais existir qualquer “pelo menos eu tentei”. Se somos filhos de Deus e, portanto, herdeiros do reino, nos comportemos com a dignidade que o título nos confere. Se Jesus venceu a morte porque ficamos choramingando e fazendo das dificuldades da vida, pequenas derrotas que vão minando nossa fé em Deus? fonte: Jefferson Roger
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