segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Abraçar

Abraçar é uma coisa boa mas, como não poderia deixar de ser, também o olhar de satanás se volta para essa expressão de sentimento buscando, como sempre, uma oportunidade de transformar, manchar e macular essa forma de afeto em uma oportunidade para ele vender o seu peixe mau cheiroso, de agradável sabor ao paladar mas amargo no estômago. Sobre isso as sagradas escrituras, como sempre atentas em nos ensinar sabiamente sobre a prudência da serpente, que muita cautela se deve ter. São João Paulo II falava sobre essas coisas intitulando-as e colocando-as sob a faceta da teologia do corpo.

O livro dos provérbios no recorda que é muito saudável nos enamorarmos com uma mulher em nossa juventude e assim permanecermos, ou seja, ficarmos com ela, fieis e como disse Jesus, separáveis apenas pela morte. Provérbios 5,18-23 – “Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar! Por que hás de te enamorar de uma alheia e abraçar o seio de uma estranha? Pois o Senhor olha os caminhos dos homens e observa todas as suas veredas. O homem será preso por suas próprias faltas e ligado com as cadeias de seu pecado. Perecerá por falta de correção e se desviará pelo excesso de sua loucura.” Como a passagem é clara e nos lembra que Deus, que tudo vê, irá nos sentenciar com o preço que o pecado cobra de cada um.

Mas tem mais, Eclesiástico 30,19-21 – “De que serve ao ídolo a oferenda que lhe fazem? Não pode nem comê-la nem lhe respirar o aroma. Assim é aquele que o Senhor repele, e que carrega o castigo de seu pecado; seus olhos vislumbram (o alimento) e ele suspira, assim como suspira o eunuco ao abraçar uma virgem.” Ou seja, se deixa corromper pela tentação aquele que se envolve na mácula dela. Enfim, como sempre, a palavra de Deus está sempre atenta aos detalhes pois um simples abraço, dependendo do contexto, pode originar raízes preocupantes ou comprometidas com escolhas que não trarão boas consequências.

O ato em si não é pecado, pois o pecado é uma realidade do espírito com maior ou menor participação do corpo. O abraço de um pai com sua filha, do marido com sua esposa, do avô com sua netinha, fisicamente são idênticos. O que os faz serem sadios enquanto o mesmo ato de pessoas adúlteras constitui em ação grave de pecado? Está no espírito a resposta. Abraçar é atitude de proximidade que economiza palavras, transmite confiança e segurança e demonstra que sentimos algo bom com relação a quem abraçamos. Como disse São João Paulo II, não só as palavras mas o corpo também transmite o que existe no coração. A noite, ao final de um dia o casal se deita no silêncio da noite e abraçados pegam no sono. Quando se parabeniza alguém, se abraça e lhe deseja bons votos. Ao se encontrar com alguém, surgem os cumprimentos. Alguns apertos de mão, outras vezes os “beijinhos sociais” e outras ainda, além dos beijinhos acompanham os abraços. A criança sente conforto no colo da mãe, que ao abraçar oferece nesse contato todo o seu afeto pelo bebê que esperou por uma gestação.

As pessoas, narram os evangelhos, acorriam até Jesus que a todos amparava. Ele acolhia as criancinhas, jovens, adultos, idosos e doentes e para cada um, tinha a sua medida certa. Explicitamente não se lê que Jesus abraçava as pessoas mas não é errado supormos que as criancinhas que se achegavam a ele, não fossem recebidas com um abraço. Ora bolas viu, se trata da pessoa que nos amou ao ponto de se entregar na cruz para remir nossos pecados. Se com todo esse amor por cada um de nós, nem ao menos um abraço ele desse, que amor pequeno seria. Sejamos imitadores de Cristo (1ª Coríntios 11,1) e saibamos, até com um simples abraço demonstrar o que existe em nosso coração.


fonte: Jefferson Roger

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