terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Deus e seus paradoxos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pois muito bem pessoal, para aqueles que são atentos nos estudos da palavra de Deus, com certeza várias passagens bíblicas “aparentam” ter algo de contraditório ou de paradoxal. Parece uma coisa, mas ao mesmo tempo parece outra, parece que isso vale e ao mesmo tempo parece que aquele outro ensino também vale e isso, apresentado ao cristão que se coloca numa posição desatenta, pode confundi-lo e sugerir algumas vezes, que ele precise fazer uma escolha. Às vezes sim, mas as vezes não. Em verdade, escolhas precisam serem feitas. Como lemos em Eclesiástico o bem e o mal nos são apresentados e precisamos fazer uma escolha. De fato, não há outra solução.

Agora, por outra via celestial, aprendemos no livro do Gênesis que Deus une o homem e a mulher, não quer a sua separação (isso confirmado por Jesus) e manda multiplicarem a sua descendência. Por outro lado, Jesus disse que aquele que deixar pai e mãe e família para servir o evangelho irá receber o cêntuplo na recompensa. Ainda lemos nas cartas de São Paulo apóstolo que aqueles que não estão casados, melhor seria que não se casassem. E então, caro leitor, como é que ficamos nós todos nesse tiroteio onde corre bala para todos os lados? Vamos com calma para que não aconteça mais confusão ainda. Como Deus disse em Malaquias 3,6 – que ele não muda, então se mandou multiplicarmos nossa descendência é isso que devemos fazer. Ele também disse em Isaías 45,23 que suas palavras não serão revogadas. Ou seja, o que está dito, está dito. No entanto, surge a necessidade de operários para a messe e essa linha de frente exige dos membros do corpo de Cristo, sua Igreja, uma decisão de escolher servir a Deus pela virgindade ao invés da castidade.

O casto é fiel a um só, tem família e serve a Deus através dela. O virgem é fiel a um só e deixa sua família para servir a Deus. Não existe outra forma apresentada inclusive pelo catecismo da igreja católica. Por fim, resta uma última questão, aprendemos como lemos linhas atrás, que São Paulo exorta os fiéis, que não estão casados, a permanecerem neste estado. Este episódio encontramos na primeira carta aos Coríntios. Lendo atentamente percebemos que tanto a união quanto o celibato devem ser vividos plenamente em Deus. O apóstolo que sentiu a vocação ao celibato manifesta o desejo de que todos fossem como ele e enfatiza seu anseio. Porém, a explicação vem na mesma carta quando ele afirma que reconhece que cada pessoa recebeu de Deus um dom diferente.

Desta forma, o chamado, a vocação, o dom recebido para o bem comum somente precisa ser discernido para bem se viver conforme os desígnios divinos. E justamente por esse motivo, não se deve deixar de lado o Espírito Santo nos assuntos que envolvem as particularidades da missão que cada um tem por aqui. Dessa forma, não corremos o risco de ficarmos tirando conclusões errôneas a respeito do que fazemos se o que fizermos for antes de tudo nos colocarmos na presença de Deus. Aceitamos passar por qualquer “como” desde que tenhamos um “porquê”. Se não sabemos é porque estamos atrás das respostas onde elas não se encontram. E como Jesus disse que não podemos fazer nada sem ele (João 15,5) não adianta nada tentarmos resolver as coisas e forçar soluções de forma a conseguirmos das pessoas e da vida o que queremos por conta de nossos interesses. Precisamos ouvir a voz de Deus que nos fala ao coração para podermos nos configurar a sua vontade e assim, vivendo como é do seu agrado acabaremos agradando aos outros.

Fonte: Jefferson Roger

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