Uns são mais sensíveis e emotivos, outros nem tanto, demonstram seus sentimentos de outras maneiras. Existem aqueles que não externam seus sentimentos que brotam no coração através de lágrimas ou expressões faciais que denotam aos espectadores que algo aconteceu ou acontece na vida daquela pessoa. Muito bem, de forma geral, sabemos que, guardadas as devidas proporções e particularidades de cada um, o ser humano foi feito para “ser humano”, para sentir. Diferentes dos personagens de ficção científica, como por exemplo, os vulcanos e androides, vivemos dentro daquilo que sentimos e sentimos aquilo que vivemos. Enquanto vulcanos e androides analisam probabilidades e conceitos lógicos e ilógicos, nós humanos vivemos mergulhados num turbilhão de emoções e sensações que nos cercam durante toda a vida, quer queiramos, quer não. Vejamos o caso do choro. Pode acontecer das mais variadas formas. E eles acontecem como se fizessem parte de uma escala. Existem os choros menores, mais curtos, mais silenciosos, mais altos, duradouros, de desespero, de felicidade e tantas outras formas de choro. Vamos admitir, chorar parece um termômetro para aqueles que vivem ou presenciam a experiência. Até Jesus chorou pela morte do amigo (João 11), também chorou de lamentação (Lucas 11), Pedro depois que negou Jesus, chorou amargamente (Mateus 26), só para constar alguns exemplos bíblicos de que o choro faz parte da natureza humana, não é condenável, até certo ponto. Ademais, Jesus bem ilustra esse sentimento do choro, relacionando-o com o sentimento de se ter feito alguma coisa errada da qual não se pode mais voltar atrás. Por seis vezes encontramos no evangelho de São Mateus que no inferno “haverá CHORO e ranger de dentes: 8,12 – 13,42 – 13,50 – 22,13 – 24,51 e 25,30. No entanto, esclarecida a questão a respeito da sua natureza é preciso um olhar atento a seu respeito para que o sentimentalismo involuntário, voluntário ou barato, não tome conta dessa manifestação atrapalhando o verdadeiro sentido das coisas. Vejam só, na vida de Santa Gemma Galgani, que viveu entre 1878 e 1903, falecendo em 11 de abril, no sábado santo daquele ano, consta-se em sua biografia, que ainda muito nova conviveu com a perda de pais e irmãos, vindo a morar com parentes. Certa ocasião, a perda em tão pouco espaço de tempo entre seus parentes veio a lhe causar grande comoção, motivo de um choro de abundantes lágrimas. Predestinada e eleita a sofrer pelos pecadores, a menina era agraciada por Deus com aparições privadas e celestes que lhe conduziam pela via sacra pessoal que destinava em vida a cumprir. E foi numa dessas aparições que Jesus lhe disse, em tom severo e que chamava a sua atenção de que “ela não devia chorar pela morte de sua mãe em virtude de seu afastamento temporário”. A lição aplicada por Jesus a Santa Gemma vale para todos nós. Jesus ensina nesse episódio que se o choro for motivado por raízes egoístas, ele é errado e pode ser ocasião para em nós brotar frutos ruins. Pura verdade é, basta olharmos no mundo quantos casos de perdas trágicas ou separações familiares que levam alguém à depressão e vícios. Não se trata de “engolir” o choro, mas de combater pensamentos e sentimentos que não nos fazem bem. Chorar de felicidade é muito bom, dá uma leveza na alma e no coração, agora chorar a perda de uma mãe ou de um filho é uma situação bem diferente. Se a mãe ou o filho viveram no temor de Deus, sem dúvida alguma estão num lugar melhor do que os que ficaram por aqui. Estão num lugar que nossa fé nos motiva a vivermos nesse mesmo temor para um dia estarmos lá também. O apego atrapalha a vida das pessoas, apegos materiais ou não. Deus nos ensina que o desapego é sempre necessário e assim ele o faz quando leva para junto de si, aqueles de nossas famílias cuja hora já chegou. fonte: Jefferson Roger
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