quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Passando vontade na cama

De forma científica a medicina em suas pesquisas nos informa que, para cada duas horas de atividade, o corpo necessita de uma hora de descanso. Numa conta muito rápida, para um dia de vinte e quatro horas devemos separar oito horas para o descanso e podemos nas outras dezesseis horas “estarmos em funcionamento”. Evidentemente, percebemos com facilidade, que na prática o ser humano vai “pulando” as horas de descanso, acumulando-as para “tira-las” de uma só vez. A maravilha da máquina humana, tão perfeitamente projetada dá o sinal de alerta quando “estourou” as dezesseis horas de atividade e é preciso descansar. Todo mundo conhece esse sinal, ele se chama sono. Então, se acordamos às seis da manhã e ficamos na labuta até às dez da noite, encerramos o dia e vamos dormir para usufruirmos das merecidas e necessárias horas de reposição energética, física e química não é isso mesmo? Ah não é? Pois é, para muita gente não é mesmo! Que sonho para tantos poder dormir oito horas por dia, mas dormir mesmo, deitar e só acordar no dia seguinte.

A cama, fiel aliada para o momento de descanso, até está lá, esperando para fazer a sua parte mas, fica abandonada no silêncio imobiliário, triste por passar poucas horas conosco, ela que tanto pode nos ajudar, pouco pode fazer por nós porque mal ficamos com ela. Fica então a cama, passando vontade da nossa companhia. No entanto fazemos ou passamos pela mesma situação. Se estamos gravemente doentes, ficamos acamados, privados contra nossa vontade das atividades diárias e é neste ponto que coloco aqui um exemplo que aconteceu na vida dos santos. O nome do santo agora nem nos importa, o que importa sim é o que vou relatar com relação ao santo e uma cama. A história foi contada a partir da vida monasterial. Uma vida regrada e muito disciplinada. Conta-se que certo dia um dos frades do convento adoeceu e caiu gravemente acamado. Muito piedoso e acético em suas práticas católicas, não demorou muito para o bom homem enxergar a sua frente, um grande dilema que estava a porvir. Enquanto era meio de semana, tudo bem, suas obrigações diárias e suas práticas religiosas iam sendo remediadas na medida das suas forças, estando ainda acamado. Porém, a luz no final do túnel começava a aparecer

Uma coisa é estar de cama e não poder sair para correr, passear, brincar no parque, agora outra coisa é não poder sair da cama para participar da santa missa de preceito dominical. Vale lembrar, é sempre bom, que essa missa, a de preceito constitui mandamento da lei de Deus e mandamento da igreja. Falta grave é, e portanto pecado mortal, não participar da santa missa por culpa própria. Vejam caros leitores a beleza dos santos. Vocês já devem imaginar o seguinte. Ora, não havia problema nenhum, ainda acamado ele durante a semana podia rezar e ler e não havia mal em perder as outras práticas que são de origem devocional de sua congregação da fé católica. No entanto, o final de semana se aproximava e a missa dominical também. O dilema batia as portas. Em sua agonia o santo homem chamou o responsável pela enfermaria do mosteiro e arguiu sob a permissão de participar da santa missa. Essa permissão foi recusada. Pensem os senhores na agonia do enfermo.

Enfim chegou o dia, era domingo e a santa missa estava para começar. Mesmo não sendo por culpa própria, já que estava doente e não recorreria em pecado mortal, não ir na santa missa para aquele homem se tornou um sofrimento dos maiores e não resistindo a tamanha dor de estar afastado da celebração do santo mistério da fé, esse homem pôs-se a chorar copiosamente como uma criancinha que acabara de se machucar. Mas, o bondoso Jesus, que não se deixa vencer em amor e misericórdia, vendo o sofrimento do doente, compadeceu-se daquela cena que refletia a mais bela demonstração de amor e num ato de caridade, já que a enfermaria do mosteiro fazia divisa de parede com a capela onde estava para começar a celebração, fez com que essa parede se tornasse transparente a fim de que a missa pudesse ser assistida por ele. Que graça imensa e extraordinária Jesus concedeu ao frade para mostrar para ele e para todos nós, que nosso Deus é o Deus do impossível, que não se cansa de nos procurar e nos tratar conforme o seu amor.


fonte: Jefferson Roger

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