segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Por medo ou não

Para aqueles que acreditam no plano de salvação de Deus, em toda a sua catolicidade, fica muito claro que nossa aproximação para com aquele deve carregar o rótulo da humildade. Jesus mesmo nos disse que quem se humilhar, será exaltado. Todavia, na questão da salvação de nossa alma, uma vez que entendemos um pouco a respeito de tudo que esse caminho rumo aos céus pede, exige, oferece e apresenta a cada um, somos tomados pela grandeza da coisa e ela pode nos levar a agirmos por medo ou agirmos por amor.

A bíblia já nos confirma em provérbios 24,16 que o justo peca até sete vezes por dia. São Pedro nos recorda em suas cartas que o justo se salva com dificuldade, quem dirá nós. Colocadas as coisas como são, as pessoas se dividem em sua espiritualidade e religiosidade entre fazer as coisas por medo de ir ao inferno ou fazer as coisas porque se quer ir ao céu. Notem que nesta reflexão estão excluídas as pessoas que fazem o que querem como se Deus não existisse, zombando dos novíssimos do homem.

Vamos perceber que o medo não é uma coisa ruim, depende de como ele é tratado. Existem ocasiões em que ele é bem-vindo. Outras não. Se temos medo de cobra e estamos andando por um carreiro na mata, ao avistarmos uma cobra, nosso medo nos mantém afastado dela e de antemão nos mantém atentos pela trilha. O medo de ser atropelado nos faz redobrarmos o cuidado quando atravessamos a rua. Como vemos ter medo de forma salutar não é nada doentio e não coloca uma pessoa na condição de medroso, já que o medroso exacerbado está mais para um covarde. Então, se tenho medo de ser condenado ao fogo eterno procuro viver o que Deus me pede. Porém, se anseio o céu e não vejo a hora de um dia estar lá, procuro viver o que Deus me pede. Percebem a diferença?

Se faço por medo e obrigação, tudo se torna um fardo. Se faço por amor e anseio, tudo se torna um prazer. É nessa medida que viviam e vivem os santos. Somente compreendendo isso é que podemos entender a fé heroica de muitos homens, mulheres e jovens, que por amor a Deus viviam como viviam e vivem. As pessoas que tem medo estão sempre preocupadas em não fazer o que é errado. As pessoas que tem amor estão sempre preocupadas em fazer o que é certo. Os erros e os pecados são mais facilmente superados por causa do amor do que por causa do medo. O medo transforma todas as nossas atitudes num fardo. Que cada vez vai ficando mais pesado ao ponto inclusive de Jesus nos falar que devemos procura-los para ele nos aliviar.

Todavia, já que existem os que agem por medo e os que agem por amor, também existem aquelas pessoas que vivem no meio termo. E são muitas, hora agem por medo, outras horas por amor, a balança fica em constante desequilíbrio e esse desequilíbrio consiste na luta diária do homem sobre a terra em busca da sua salvação e santificação. Vale lembrar, para encerrar a reflexão, que Jesus disse que tudo se resume aos dois mandamentos da lei do amor.


fonte: Jefferson Roger

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