segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Remédios diferentes

Erroneamente muitas pessoas acham que estão livres do sacramento da confissão porque a igreja católica através de seu magistério e da tradição ensina que a eucaristia tem o poder de prevenir e perdoar os pecados. Ademais, juntam a isso, os exploradores egoístas dos textos que lhes possam interessar ao bel prazer, o ato penitencial da santa missa. Pronto, dessa forma, como numa receita caseira de bolo, adaptada aos ingredientes das prateleiras, o fiel infiel vai tomando xarope contra a gripe achando que vai curar uma infecção na garganta.

São remédios diferentes, praticamente todo mundo sabe que uma infecção na garganta provavelmente contra ela o médico irá receitar um antibiótico. E também, provavelmente todo mundo sabe que para uma gripe com o peito carregado e tosse, receberá do profissional da saúde a indicação para se tomar um xarope expectorante. Será que o médico vai trocar os medicamentos? Se ele te mandar tomar um xarope para curar a infecção na garganta você concordaria de bom grado? Ou se para sua gripe ou ainda um resfriado forte, o médico te receitasse uma semana de antibiótico, isso te deixaria feliz da vida? Pois é, nós que somos leigos no assunto, ainda assim temos conhecimento suficiente para sabermos que as naturezas das enfermidades são tratadas com medicamentos apropriados. Não é o chá caseiro que vai resolver todos os problemas embora sabemos que muitos chás se tem no conhecimento popular, e vamos lembrar aqui dos índios da Amazônia, são considerados e até comprovados como eficazes no combate a muitas doenças.

Todavia, estamos a usar esta analogia para mostrarmos que a natureza das coisas tem seu correspondente adequado. Desta forma entendemos também que, se vamos ao médico nos consultar quando doentes, não nos rebelamos em ir porque sabemos que ele também é passível de adoecer. Assim também deve ser na confissão: não deixamos de ir porque o sacerdote, intermediário de Cristo, servo da igreja e ministro do sacramento porque também é pecador como o penitente. A graça provém de Deus, não do padre, vale sempre a pena lembrar porque muitos dizem, tanto católicos quanto não católicos que se confessam direto com Deus. Que cômodo não é mesmo, evitam a vergonhosa penitência de “vomitar” seus pecados no esconderijo das quatro paredes e assim, colocam panos quentes na consciência e se dão um tapinha nas costas pelos seus brilhantes jogos de cintura.

Nem devemos debater ainda mais algo que já é tão claro nas escrituras quanto o mandato de Jesus, confirmado pelos apóstolos, já constado no antigo testamento, de confessar os pecados. A comunhão que recebemos em estado de graça (confessados), nos previne de pecar e nos perdoa os pecados cotidianos não graves. Aos delitos maiores, pecados maiores como falou Jesus, cabe a confissão pois são graves e como uma tesoura, cortam a ligação da alma para com Deus, passando a pessoa a estar sob os cuidados genéricos de Deus. Mas eu me confesso e não melhoro, eu comungo e não fico mais santo. Culpa sua, não se confessa direito e não comunga frutuosamente. Se o médico te manda tomar dez dias de antibiótico de 12 em 12 horas para curar a infecção, você vai tomar somente durante 5 dias um comprimido por dia? Se o xarope são 3 colheres por dia durante uma semana você vai tomar uma colher por dia durante três dias? De certo que não vai desleixar não é mesmo, vai seguir à risca porque quer “salvar” seu corpo da enfermidade. Porque as pessoas não fazem o mesmo, não seguem à risca o que ensina Jesus, para “salvarem” suas almas?


fonte: Jefferson Roger

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