Muita gente passa pela tentação de achar que por serem filhos de Deus, todo poderoso e misericordioso, estão isentas de passarem por coisas ruins. Fazem uma associação com uma paternidade que procura dar do bom e do melhor para seu filho e lhe poupar sempre que possível das agruras da vida. Existem várias, mas várias passagens bíblicas que aparentemente se contradizem na prática. As pessoas não conseguem associar, vamos colocar assim, a ruindade de Deus, com o mesmo Deus facilmente associado com sua bondade. É sempre fácil acreditar num Deus que é bondoso e provê coisas boas; difícil é acreditar que o mesmo Deus desse o porrete no lombo de suas ovelhinhas ou quando não faz isso, deixa que os lobos façam. Acreditar que um Deus fica feliz quando passamos por algum aperto na vida, advindo de castigos seus? Coisa nenhuma, bem que eu desconfiava que esse negócio de Deus era coisa da igreja católica: um Deus que oferece um paraíso ao custo de um cálice de sofrimento nosso. Não tem escapatória, nem para os não católicos, porque está escrito na bíblia que “Deus castiga aqueles que ama e tem por seus filhos.” Aí danou-se tudo, ademais se recordarmos algumas passagens da vida dos santos, iremos encontrar muito facilmente alguns episódios de sofrimentos extremos, físicos e espirituais. Sem chance, quando rezamos pedindo a intercessão dos santos, as vezes recorremos a este ou aquele por conta de quão portentoso ele ou ela é. Nem nos damos conta de que a honra dos altares conferida a eles se deu ao custo de uma vida plena e abundante. Plena na companhia de Deus e abundante de graças e providências divinas para o crescimento de cada um. Não esquecendo disso iremos compreender que o abundante também inclui a parte mais difícil de se viver, viver as dificuldades de todas as espécies. Ora, quando uma mãe dá um remédio amargo para seu filho para cura-lo de alguma doença, a mãe que verdadeiramente ama a criança, não sente pena ou dificuldade nenhuma em ministrar a dose que desce enroscando pelo paladar. Nem vê tal atitude como um castigo para ela ou para a criança. Sabe que o remédio serve para curar, não é alimento de agradável paladar. Tampouco a mãe o faz porque gosta menos. No dom do Espírito Santo da Sabedoria, ela sabe o que é melhor para o filho e o faz não comutando atitude nenhuma e nem passando a mão na cabeça. Recordo mais uma vez aqui no site que, certa vez, Santo Antão estava a levar fisicamente uma surra do diabo no deserto. O bom santo sofreu um bocado, mas se defendeu como pôde e sempre pedindo auxílio aos céus com suas orações passou pelo seu sofrimento com vida. Nesse momento lhe aparece Jesus com um semblante de satisfação. Então o santo lhe perguntou: Senhor, não ouvistes minhas orações? E Jesus respondeu: ouvi sim, mas eu queria te ver lutar! fonte: Jefferson Roger
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