sexta-feira, 30 de março de 2018

Quem é ela?

Saiu a passear, sem destino e sem rumo, iria passear, apenas isso. Feriado talvez, não se sabe, mas isso não importava, importava que iria passear. E assim começou, a moça surda e muda, com alguns dedos faltando, roupa simples e chinelo de dedo andava feliz da vida em seu passeio. Tilintava seus pequenos passos como se cantarolasse apenas músicas preferidas que nunca ouvira. Mas adiante, deparou-se com um grupo de outras moças, estas belas e bem vestidas que também brincavam em meio ao bosque. As moças debocharam de suas vestes e a ignoraram por causa de seus defeitos. Entristecida compreendeu as más atitudes e as perdoou de coração, pois ainda assim, passeava. A cena descrita foi presenciada por um passarinho que por ali passava numa espécie do que podemos rotular como um voo rasante. Talvez procurasse alimento para seus filhotes, quem sabe. Mais adiante ela cruzou com dois meninos que brincavam entre si. Também a menosprezaram com tamanha grandeza que aquilo lhe torcia o coração. Porém, o que ela fez? Perdoou de coração e sob agressões físicas, pois os malvados a apedrejaram-na. Como testemunha da cena um vira-lata que passava por ali muito faminto e cansado seguiu adiante. Depois de ter andado muito avistou um mulher que tirava água de um pequeno riacho. E o desprezo da mulher pela menina foi tanto que se encheu de tristeza, mas perdoou-a. Depois de certo tempo e tudo o que tinha acontecido chegara a hora de dar meia volta e retornar para casa. Ao chegar ao ponto do riacho, onde estava a mulher, esta estava presa em meio a correnteza, seu balde tinha escapado para dentro do rio e ela tentando resgata-lo machucou-se e ficou com os pés presos no leito do rio. Ao ver a pobre menina, fingiu não ter percebido sua presença. A menina, apesar disso, não pestanejou, correu para a margem do rio, lançou mão de um cipó à beira da margem e o jogou para a mulher. Com muito esforço conseguiu resgata-la e a mulher sem entender aquilo perguntou: - Por que, jovem menina, abandonou seu passeio para me salvar, eu que a ti desprezei? A menina sorriu, pegou nas mãos da mulher e a abraçou, e gesticulando quis dizer que poderia ser ela mesma a estar ali. Então a mulher ao entender chorou muito, um choro de rancor e orgulho que saía do peito e purificava sua alma. Depois disso seguiram viagem juntas. Logo à frente depararam-se com o vira-lata, com a pata machucada e muito fraco; tinha sido apedrejado com certeza.
Nesse ponto a mulher e a menina confortaram o cachorro a beira do carreiro, deram-lhe água do balde da mulher, que havia sido resgatado e limparam seus ferimentos. O cachorro olhou firmemente para as duas como se quisesse dizer obrigado, mas cachorro não fala, porém, demonstra e bastou para que elas entendessem. Continuaram a viagem, a mulher, a menina e o cachorro, carregado pela mulher e o balde pela menina, ainda com água. Em certo ponto da viagem, depararam-se com os meninos, um caído e o outro ao seu lado chorando sem saber o que fazer. Souberam deles que um carro bateu de raspão no menino e fugiu abandonando a cena do acidente. O desespero do menino o levou ao pranto. O cachorro se pôs a lamber o menino e a latir para ele como quem quisesse acalma-lo e anima-lo. Os meninos ficaram comovidos e estranharam o fato do cachorro, que havia sido apedrejado minutos atrás, pudesse estar ali a conforta-los. Esta comoção resultou em lágrimas e trouxe aos seus corações um arrependimento pelo que tinham feito ao pobre animal. Curativos feitos, tudo pronto, seguiram viagem os meninos e as mulheres com o cachorro. Logo adiante o grupo de moças que debocharam da menina nada podiam fazer, pois elas estavam todas imersas em um atoleiro, uma espécie de areia movediça. Todas agarravam-se aos galhos em meio a armadilha, debatiam-se e agonizavam. Para a barbárie dos humildes, as moças vendo o grupo que acabara de chegar, gritaram para que eles fossem pedir ajuda. Vejam só, ainda na situação que estavam, negavam-se a pedir ajuda a menina e seu grupo. Pois bem, menina, mulher e cachorro trataram de providenciar meios para retirar as moças do atoleiro e depois de algum tempo, conseguiram. Envergonhadas sem exceção, perguntaram para a menina o porquê de tudo. Ela, no entanto, preocupou-se em limpar as moças e verificar os machucados. Então se puseram a chorar muito esvaziando seus corações de todos os sentimentos ruins o que se revelou um grande alívio. Por fim, todos seguiram viagem, e todos queriam acompanhar a menina até a sua casa. Ao chegarem lá, a mãe dela aguardava na porta, com um ar de quem já sabia do acontecido. Coincidência ou não, a mãe da menina estava com o passarinho, aquele que tinha avistado as moças na floresta. Cumprimentaram a mãe da menina e deram os parabéns pela filha que recebera de Deus. Perguntaram para ela como tanta boa educação passou para a filha sendo cega? A mãe respondeu: o que eu ensino não se enxerga com os olhos, não se escuta com os ouvidos, não se toca de maneira nenhuma, pois vejam minha filha, não tem todos os dedos e pode pegar, não fala mas pode se expressar e não ouve e ainda assim pôde ouvir seus apelos e pôde enxergar as suas necessidades. Ela que saiu a passear voltou feliz do passeio e com novos amigos. Por isso batizei minha filha com o nome de AMIZADE, e isto lhe cai bem e me enche de felicidade. Ela é muito bela além do que posso ver... ela é a amizade. Artigo relacionado: Amizades Fonte – Jefferson Roger
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quarta-feira, 28 de março de 2018

Não pode com “ele”, junte-se a “ele”

Pessoal, não adianta, por mais que os sociólogos reclamem, os ateus reclamem, os adeptos de outras denominações não cristãs reclamem e os cientistas balburdiem seus conceitos pautados numa sabedoria humana, infinitamente abaixo da sabedoria divina, não adianta, como lemos em Filipenses: que todo joelho se dobre ao nome de Jesus, na terra, nos céus e abaixo da terra. Ou seja, a verdade está aí, aos olhos de todos, um Deus em três pessoas, acima de qualquer compreensão humana e que nos diz em Deuteronômio 29,29 que devemos nos ater ao que nos foi revelado porque o que não foi é porque assim o quis nosso criador.

Então, por mais que se tente, o que se faz é apenas isso: tentar. Porém, tentar aqui depende do contexto e das escolhas que tomamos. Se tentamos viver ao nosso modo, caminhamos em areia movediça e ficamos largados aos sabores dos ventos, que nunca sabemos de onde vem e para onde vão. Se tentamos viver buscando um equilíbrio entre o que queremos e o que Deus quer, fatalmente, qualquer um pode fazer a experiência, iremos acabar tentando, como disse Jesus, agradar a dois senhores. Ele mesmo nos disse que isso não vai funcionar já que é uma tentativa que muitas vezes está contaminada pelos nossos pecados de estimação.

Agora, se nos deixamos vencer por seu amor e assumimos nossa condição de pertença total a ele, pertença total é isso mesmo que se lê, total, isso inclui todas as nossas vontades, então, a consequência desse grande segredo descoberto é uma só: uma ascensão vertiginosa no amor e santidade. Exemplos assim encontramos aos montes na vida dos santos. Muitos diziam que a vida na terra, dia após dia constituía verdadeiro sacrifício, tamanha a vontade de viver a glória eterna do paraíso.

Essa pertença total, que se dá na entrega total que fazemos de nossas vidas a Deus, evidentemente não acontece, na maioria dos casos conforme vemos nos relatos da história da humanidade, da noite para o dia. Alguns demoram mais, como Santo Agostinho, outros menos, como Padre Pio e Santa Terezinha do Menino Jesus e da Santa Face, para citar apenas alguns exemplos. No entanto, não importando o tempo que leve, é certo que todos passamos por isso, se decidirmos fazer a entrega.

Pode parecer meio assustador, você parar para pensar que irá renunciar à todas as suas vontades, soa como algo um tanto radical. Mas, se ficarmos manducando esse pensamento em nosso coração veremos que ser imitadores de Cristo (1ª Coríntios 11,1) também significa ser radical como Jesus foi. Não podemos agir indiferentes a tudo que se apresenta, como diz Santa Catarina de Sena, quanto antes abraçarmos a cruz, mais cedo paramos de padecer. Não me recordo quando foi, mas posso testemunhar que a prática do jejum, que segundo os santos padres é necessária para vencer a gula e consequentemente a luxúria, realmente é eficaz. Tanto é que hoje em dia, como para nutrir o corpo porque o prazer da comida se foi a muito tempo, fruto de um crescimento na direção de Jesus, bem como se lê na vida de tantos santos que procuravam derramar cinzas em seus alimentos, até disfarçadamente quando eram convidados a comer na casa de algum anfitrião, para retirar qualquer possibilidade da tentação da gula e do prazer de comer por comer e para saciar os olhos e o estômago.

Se aprendemos que a tantos homens e mulheres, unir-se a Jesus garantiu o céu, comprovando as próprias palavras daquele que é caminho, verdade e vida, deixemos de lado nossas tentativas vãs de lutarmos sozinhos um combate que não pode ser vencido sem ele. Juntemo-nos a ele.


fonte: Jefferson Roger
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segunda-feira, 26 de março de 2018

Felizes com Maria

Os antigos diziam que é de pequenino que se torce o pepino; também diziam que o fruto não cai longe do pé. E como a natureza humana imita a natureza divina nada se fez de diferente ao proferir ditados assim do que o próprio Jesus falou em seus ensinamentos: “pelos seus frutos os conhecereis” – Mateus 7,16. E de muito importante é, para cada um de nós católicos, estarmos muito conscientes disso porque aos seguidores de Cristo, confiados a Maria no alto da cruz redentora, o mundo teve, tem e terá que aceitar o cumprimento da profecia bíblica proferida por Maria: “me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” – Lucas 1,48.

Maria, conforme nos recorda São Luiz Maria Grignion de Monfort, é uma ínfima criatura, menos que um átomo, um nada perante Deus, porém, a toda cheia de graça (Lucas 1,28), única que recebeu uma saudação angélica em toda a sagrada escritura, se tornou para os católicos grande motivo para se dar glória a Deus, que a instituiu para nos auxiliar a percorrer o vale de lágrimas. O mundo, afastando-se dessa graça tão especial que Jesus nos deixou, colocou Maria Santíssima como uma marca registrada dos católicos, ora positivamente ora não. Isso não importa, a mãe de Deus e nossa mãe é fato bíblico que está acima de qualquer conjectura e é com esse espírito de confiança no plano de Deus que quis se servir de Maria para a salvação dos homens que mais uma formação foi ministrada neste mês de março na paróquia São Rafael em Curitiba.
Numa tarde ensolarada e com aquela temperatura que não deixou ninguém em paz, a coordenadora da pastoral dos acólitos e coroinhas, Zilmara, organizou um evento para levar aos presentes mais um encontro de cunho mariano que tinha como tema a Devoção a Maria. Passando por São José, o maior devoto da Virgem Santíssima, sob um clima de bom humor e bate-papo, o calor da tarde foi amenizado em meio a muitos detalhes que fazem muita diferença na vida de um católico. Quem não tem Maria por mãe, não tem Deus por Pai, nos recordam os santos.

A sementinha foi plantada e com uma linguagem muito clara todos os participantes puderam compreender que por amor a Deus, ama-se Maria e isso consiste, de forma resumida, na devoção. Devoção (devo uma ação), essa ação corresponde amar de volta como resposta ao amor de Deus que nos amou primeiro, através de Maria. Que felicidade para mim, devoto e consagrado a Maria, poder levar um pouquinho mais aos que estiveram presentes dessa maravilhosa graça que Deus nos concedeu que é a comunhão dos santos e em especial, da comunhão com Maria através do amor a ela demonstrado pela devoção. Amar Maria só nos traz como resultado o encontro com seu filho Jesus. Ela, a toda cheia de graça, humilde e despojada de tudo, com nada fica, pois todos que a ela recorrem terminam por fazerem a experiência com seu filho Jesus, caminho, verdade e vida, que nos conduz ao pai não havendo outro caminho a seguir. E assim, em pouco mais de uma hora e meia, num sábado à tarde, nos aproximamos um pouco mais de nossa mãe querida aprendendo um pouco mais sobre a mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas (Apocalipse 12,1).


fonte: Jefferson Roger
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Ovelhas não chafurdam

Isso é próprio dos porcos. Não entremos aqui na questão animal, mas nos façamos valer da linha de pensamento e ensino de Jesus Cristo. Vale lembrar que em Mateus 8,30-33 Jesus se utiliza desse animal para ensinar que o triste fim daqueles que não querem aderir ao plano do criador é caírem no abismo da condenação eterna. Aos filhos de Deus pelo batismo, conduzidos por Jesus que se intitula o bom pastor, os conduzidos, as ovelhas do seu rebanho, precisam caminhar com vistas a lavar suas vestes no sangue de Cristo.

A entrada no céu não é franca, é muito difícil e só os violentos que o conquistam (Mateus 11,12). Por isso é que se diz nas cartas apostólicas que precisamos resistir na luta contra o pecado até o sangue (Hebreus 12,4). Muitos santos literalmente apanhavam do demônio, como Santo Antão, São João Maria Vianney e o Padre Pio, só para recordar alguns exemplos. Outros tantos foram além e deles foi exigido que o sangue testemunhasse em forma de martírio o amor pelo Ressuscitado.

Como vemos, numa simples recordação de como são as coisas, não bastasse a caminhada rumo à pátria celeste ser difícil, ainda contamos com a maré das tentações que constantemente precisamos remar contra. Bendita será a hora em que morrermos e Jesus enxergar que não deixamos de remar até o fim. Nossas fraquezas e escolhas vão contribuindo para nossas quedas e como nos apresentaremos diante do justo juiz?

Não importa quão machucados vamos estar, importa que todos os machucados, todas as feridas tenham se curado e fechado, pois, do contrário, feridas abertas serão um sinal de que não abrimos mão dos erros e pecados. Uma ovelha muito saudável e bem cuidada pelo seu criador é possuidora de boa saúde e de boa roupagem de lã. Se ela se perde do pastoreio e se afasta do rebanho corre o risco de andar por terrenos impróprios e terminar atolada em solo perigoso. Uma vez vítima desse infortúnio, com a lama se impregnando em sua lã, quanto mais se debate mais atola, se faz movimentos circulares e giratórios mais se suja na lama e mais difícil fica livrar-se da podridão, do lodo.

Pouco pode fazer e passa a depender de seu dono para poder voltar ao convívio das outras, ser tratada, curada dos machucados e seguir em frente. Nós católicos somos assim aos olhos de Deus, se nos afastamos de Deus corremos o risco de andar por caminhos que irão comprometer nossa subida rumos aos céus. Por isso o diabo utiliza as tentações, que são formas saborosas, vistosas e atraentes de oferecer toda a sua imundície asquerosa, condutora da morte eterna, disfarçada. Uma vez atolada na lama a ovelha pouco pode fazer para se libertar sozinha ou podemos dizer que quanto mais fundo for, menos chance tem. À nós cabe exatamente o mesmo, uma vez atolados na lama do pecado o fiel pouco pode fazer para se libertar sozinho ou podemos dizer que quanto mais profundamente estiver envolvido com o pecado, menos chance tem. É melhor evitar e não experimentar como fazem os curiosos com as drogas. Derrotar o mal enquanto uma pequenina tentação tem o seu esforço; depois, se dermos vazão à tentação e consentirmos, cinco minutos depois ela se tornará um gigante colossal, muito mais difícil de ser derrubado.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 23 de março de 2018

As coisas têm mudado

O mundo, um dos três inimigos da alma, tem rotineiramente sistematizado e popularizado o pecado, dando para ele uma roupagem nova. Com a desculpa do ultrapassado, do superado, do obsoleto, o esforço mundano que caminha de braço dado com o diabo, arquiteta sempre novas formas de apresentar seu salário de morte em aparências muito belas, sedutoras e cativantes.

A tradição, os bons costumes, a modéstia e o pudor, valores morais que dignificam o ser humano constantemente passam, ou são obrigados a passar, por mutações que retiram do seu cerne toda a essência de suas origens. Fala-se em teologia da libertação, da ideologia da relatividade, da liberdade e direitos próprios, mas tudo, absolutamente tudo, não pode seguir em frente no curso da história sem passar pelo crivo do seu criador. A religião criada para religar o homem a Deus, foi transformada numa forma de viver, numa das muitas opções de encarar e viver a vida. Deus faz parte de um leque de opções, embora seja evidente que sua supremacia não se discuta e até na hora do perigo iminente de morte um ateu corre o risco, quando não o deixa de fazer, de invocar o seu santo nome.

Porém, para os amparados pelo dom gratuito da fé, batizados e crentes no evangelho de nosso senhor Jesus Cristo a coisa é bem diferente do que se propaga e se mercantiliza por aí. O Deus que nos criou e que não é mutável nem injusto, tem o seu modo de gerir tudo e não lhe cabe, por conta de ser um grande mentiroso, injusto e parcial, tratar cada geração da humanidade com diferentes maneiras. Se assim o fosse, para uns seria mais fácil do que para outros viver aqui nesta vida e obrar em favor de sua salvação. Mas não é assim, os recursos são os mesmos para todos, diz a sagrada escritura que um só é o Espírito Santo de Deus que distribui os dons a todos conforme deseja para o bem comum. Não existe diferentes doutrinas que desceram do céu, somente aquele que veio do Pai e com ele é um, trouxe a boa nova do reino e a revelação. Fim de conversa.

No entanto, maculados pelos sentidos e desejosos de experimentar as ofertas, prazeres e apetites da carne, a mente fraca pelo afastamento de Deus e facilmente corrompida e embotada ergue em riste sua fronte e desafia o todo poderoso agitando sua flâmula de que é possível viver um paraíso aqui na terra sem o auxílio divino. Em todas as partes vemos isso. Hoje em dia o alegre palhaço do circo que fazia todo mundo rir e era querido pelas crianças já não é mais. Uma freira, imagem que lembra aqui na terra a santidade que buscamos para um dia chegarmos ao céu agora é tratada em forma de blasfêmia e sensualizada pelas redes de filmes pornográficos. O mundo faz pouco caso, satanás faz pouco caso e os homens aderem porque não sentem na carne o castigo divino. Mas cuidemos, Jesus disse à Santa Faustina que agora é o tempo da graça, o tempo da misericórdia, depois, ele terá a eternidade inteira para praticar a justiça.


fonte: Jefferson Roger
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quinta-feira, 22 de março de 2018

A preocupação de Jesus

Após o jejum do deserto (período de preparação de Jesus), ao iniciar seu ministério conta-nos o evangelho em Mateus 4,17 que “desde então, Jesus começou a pregar: Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo”.

E com este arranque já nos fica muito claro, com a clareza de sempre do nosso salvador, que a coisa é muito séria, o mar não está para peixe. Depois que o leite for derramado não foi por falta de aviso. A penitência em tempo de graça, que é o tempo em que vivemos, pode ser meritória embora sempre seja satisfatória. Na confissão, após a absolvição dos pecados, o sacerdote impõe a penitência em contraposição às consequências do mal, do pecado que cometemos. A pena temporal precisa ser reparada uma vez que Deus já perdoou o pecado arrependido. Todavia, como nos alerta o Cristo, não é preciso esperar que o padre nos mande exercer a penitência por conta do sacramento da reconciliação. Nossa Senhora disse em Fátima que muitas pessoas se condenavam porque não existiam que rezassem e fizessem penitência, sofrendo pelos pecadores. Pois bem, dito isto foi para três crianças, de dez, nove e sete anos, excluindo-se, mas ficando como lembrete, que pediu a oração diária do Santo Rosário. Os adultos não têm desculpas e fingem levar a sério suas práticas religiosas vivendo uma política de salário mínimo.

Tanto é que muitos nem sabem ou deixam para lá o fato de que sexta-feira é dia penitencial onde é pedido um cumprimento de penitência ou uma comutação por uma obra de caridade. Quantos fazem isso? Pois é. Ademais, para não deixar dúvidas, também em Fátima a Virgem Santíssima disse que devemos oferecer a Deus muitas vezes ao dia nossos sofrimentos dizendo:

Ó meu Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelas ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria que eu te ofereço...

Assim faziam os grandes santos, não ficavam com nada para si. Nada de guardar mágoa, rancor, sentimentos ruins e dores de diversas níveis. Se fosse uma consolação, davam glória a Deus; se fosse um sofrimento, depois de agradecer ofereciam ao criador. Penitência após penitência. Não existe contraindicação. Assim como a confissão.

Agora é a hora, depois, se nos faltar alguma expiação, a penitência virá, dada por Deus por amor, seja ainda aqui, caso nosso desleixo sinalize nossa condição tíbia, seja depois no purgatório. Não vacilemos, é melhor se reconhecer um miserável e necessitado da graça de Deus para tudo do que um estúpido que ao olhar para trás no final de sua vida enxerga o tamanho das burrices que fez e que podia ter evitado e deixado de fazer.


fonte: Jefferson Roger
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quarta-feira, 21 de março de 2018

Que se dane

A vida é uma prisão, cheia de regras e sem solidão. A culpa é do barulho, não do barulho do vento que quase não se escuta mais porque em selva de pedra ele não encana. E por falar em pedra, me recordo que foi dito que não ficará pedra sobre pedra. Pois bem, isso nos soa como um grande estrago que está por vir. Porém, quem sabe não é um estrago bem-vindo? Um estrago que vai causar destroços ao ponto de me libertar desta prisão? Não sei se torço a favor ou contra.

Parece não importar quando gasto algum tempo para pensar, para filosofar e para questionar. Pensar até posso e consigo. Filosofar com um pouco mais de esforço sai alguma coisa. Agora, questionar é algo perigoso de se fazer, pois posso errar feio mirando em alvo equivocado. Se questionar se limitasse aos “porquês” porque queremos saber das coisas ainda vá. Mas tantos de nós queremos sim é confrontar o que é certo e não entendemos e que vai contra aquilo que queremos e acreditamos.

Neste momento de nossas vidas esbarramos em algo além de nossa completa compreensão: Deus. Um Deus incompreendido e que parece dar muito pouco de tudo que queremos e cobrar muito, mas muito de tudo que ele quer. Fala-se que somos livres, mas quantos não se sentem como um cavalo adestrado sobre o efeito de esporas e do arreio e freios? Se queremos dar alguma direção para nossas vidas só conseguimos fazer livre de todo o aparato escravizador desse Deus que envia recados. Acreditem, acreditem, não acreditem o problema é de cada um, Deus não está nem aí, sobreviva a esta batalha campal chamada vida e, se fores um exímio guerreiro e fiel seguidor e servo das vontades celestes entrarás para a tão prometida glória dos céus.

Que se dane, haja trabalho; é um pedir, pedir e pedir e receber quando muito, migalhas! Nem com paciência se dá conta de uma rotina como esta. Vou jogar a toalha e cuidar do meu umbigo, correr atrás da felicidade aqui e agora porque dizem os cristãos e católicos que está escrito na bíblia que Jesus disse que “é muito difícil entrar no reino dos céus”. Então se é muito difícil, eu que não valho quase nada perante a opinião dos homens, quem dirá da opinião de Deus? Se não me resta esperança vou brindar os prazeres terrenos porque a vida é curta e nem sei quanto curta é.

Caros leitores, esse desabafo totalmente equivocado nada mais é do que o desabafo de um covarde, de um derrotado, de uma pessoa mimada pelo mundo que não tem sequer vergonha na cara. Encontrou a verdade (Jesus), comprovou de fato que essa verdade é a verdade que liberta (caminho, verdade e vida), e não encontrou forças para abandonar sua soberba (imitando a satanás) e pronunciar as palavras, dirigidas a Deus assim como Maria Santíssima fez: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.


fonte: Jefferson Roger
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Não é o que parece

Muitos acham que os mandamentos da lei de Deus são acorrentamentos, fardos e proibições que impedem o ser humano de ser livre e fazer o que lhe apetece. Afinal é ensinado que cada um é responsável pela sua felicidade e ninguém é capaz de nos fazer feliz. Então os que pensam assim, decidem pagar o preço da felicidade terrena. Aos certinhos tudo parece mais difícil e quase não existe recompensas e pedidos dirigidos ao céu atendidos. Aos liberais e de mente aberta as correntes do Deus castigador e imperador, escravizador pelo sofrimento que “paga” a entrada no paraíso, são conceitos superados e que repousam em águas passadas.

O mundo diz que a humanidade evolui e que isso é inevitável. Não importa, seja como for, o que Deus coloca como um mandato sempre irá parecer para muitos uma lista de proibições. Mesmo que Jesus tenha dito que não, quando nos explicou que tudo se remete a partir dos dois mandamentos do amor. Ora, se são mandamentos de amor que dão origem aos demais, como podem ser proibições?

Não podem e aí reside o segredo da coisa. A palavra “não” tem forte apelo no sentido de proibição como algo errado, mas nem sempre é assim. Vamos dar exemplos porque eles são sempre esclarecedores.

O diabo diz assim em suas tentações: “não reze todos os dias, isso é um exagero; não se confesse e comungue com frequência, isso é um exagero, Deus não te quer feliz, ele quer ver você sofrendo assim como sofreu o seu filho.”

Não é assim caro leitor? E facilmente as pessoas confundem o amor de Deus (recheado de consolações e provações), com o amor do mundo (recheado de prazeres terrenos). A pessoa é por conta disso confundida pelo inimigo cruel da alma e passa a criar uma regra própria, cheia de exceções para cada diretriz e mandato divinos. Seus exames de consciência ficam empobrecidos porque se forem sinceros irão acusar e colocar sob a luz de Cristo todas as coisas erradas que praticamos, por pensamentos e palavras, atos e omissões.

Então, assim como os mandamentos, o amor derramado em nós pela ação do Espírito Santo, é aquele amor que brotou na cruz, no alto do Calvário. Nele existe dor e sofrimento, a dor é filha do amor e por isso que os mandamentos, frutos desse amor, possuem uma ordenação. O pobre homem, que não consegue chegar ao céu por meios próprios precisa do auxílio divino. Quanto antes entender, antes vai parar de resmungar frente às tábuas da lei.


fonte: Jefferson Roger
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terça-feira, 20 de março de 2018

Não arredeis o pé

Pois, se o fizer e não cuidar estando de pé, podes cair com um simples esbarrão. Uma vez ao chão, ferido, sem orgulho e queixo erguido, pressionado a ficar ali, prostrado, na posição dos derrotados que não conseguem olhar para cima para poder enxergar que alguém lhe estende a mão, torna-se incapaz de retomar a caminhada.

A cada queda mais marcas e cicatrizes vão se desenhando em nossos corpos. O movimento de caminhar rumo à pátria celeste vai consumindo muitos recursos e provando tantos outros. O marasmo das comodidades silenciosamente e sutilmente dá sinal de que o tsunami que ainda não se vê, está a caminho. Os distraídos, lembrados por São Pedro em suas cartas, são os que caem vítimas do bote do inimigo que como um leão, espreita atrás de quem atacar.

Não bastasse o inimigo cruel mostrar suas facetas, ainda nos ronda o mundo com suas investidas autenticadas do mal e a própria concupiscência que, como diz São Tiago, nos atrai e alicia. Ora, ademais ainda não basta isso, a própria igreja de Jesus (Mateus 16,18), que está garantida não ser subjugada pelo inferno, mesmo assim sofre duros golpes. Já nos disse acertadamente Paulo VI que a fumaça de satanás invadiu a igreja.

O católico engajado no caminho da vida, abraçado a sua cruz e mirando no alvo, que é Jesus, sofre e como diz São Paulo, une seus sofrimentos aos de Cristo. Não há outra forma, porque a igreja que o salva, padece por causa de seus membros que mais parecem frutos podres em uma grandiosa árvore. Eis que surge em tempos assim, aqueles que prontamente bradam em alta voz que vão pular fora do barco porque ele está afundando; já deu o que tinha que dar, afirmam com uma certeza que convence outros da mesma espécie: os covardes.

Nas sagradas escrituras, no livro das revelações, um dos tantos que apresenta uma lista de pecadores condenados, vemos uma lista desta estirpe que são encabeçados pelos tíbios, pessoas de alma fraca, resumindo, pelos covardes. Jesus não mandava recados enquanto de passagem por aqui e tão pouco a palavra de Deus deixa por menos. Como o Cristo mesmo disse que entrar no reino do céu é muito difícil e são só os violentos que o conseguem (Mateus 11,12), vemos aqui a plena sintonia da questão. Ora, não é possível ao covarde empreender algum esforço, fazer alguma coisa com violência (firme propósito e compromisso) que é o que se ensina na palavra santa e é esperado de cada um de nós.

Não adianta, se a cada queda ficarmos ao levantar nos lamentando a respeito de nossa beleza espiritual do batismo, perdida após tantos tombos e que nos recorda quão estúpidos fomos a dar ouvidos ao pecado, não haverá resultado diferente daquele que é esperado pelo demônio. Pois é com isso que ele conta; ferindo o orgulho próprio e incapaz de olhar para a própria miséria humana e dependência absoluta de Deus para tudo, o pecador derrotado troca sua causa e adere ao lema do “junte-se a ele”. Triste fim e amarga decisão é jogar a toalha antes de se ouvir o gongo final do sino que anuncia que terminou a batalha. Por mais difícil que seja ainda assim, não são sofrimentos infernais e eternos. Por mais difícil que seja não se mede uma vida inteira aqui na terra de dificuldades com a eternidade de felicidades. Por isso os santos diziam que os pecadores são loucos. Não há comparação para aquele que crê, aceita e entende o que lhe cerca em sua existência. Fiquemos firmes naquilo que acreditamos e não arredemos o pé porque com a cruz caímos e seguros a ela, nos levantamos, mas sem ela, se cairmos podemos rolar pela ladeira dos ímpios que aguardam o destino certo da condenação eterna.


fonte: Jefferson Roger
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quarta-feira, 14 de março de 2018

O tédio do católico

Recentemente chegou aos meus ouvidos o resmungo de um adolescente que disse que era um tédio frequentar a catequese aos sábados à tarde. Na verdade, normalmente para um adolescente, a maioria das coisas que acontecem em sua vida são para ele um tédio. Não é uma culpa 100% da pessoa enquanto fase da vida, pois, muitos adultos são muito chegados nessa expressão. É importante, de forma bastante resumida, compreender que tédio é tudo aquilo que foge nosso interesse pessoal, mas que temos que fazer ou passar.

Para alguém que gosta de língua portuguesa as aulas dessa disciplina serão ótimas de se assistir, todos os professores serão legais, o conteúdo de cada aula será estupendo e sempre, quando se der conta, já deu o horário e a aula terminou. Para alguém que não gosta de língua portuguesa as aulas dessa disciplina se arrastarão minuto a minuto, todos os professores serão antipáticos e chatos, o assunto transmitido em sala de aula será um verdadeiro sacrifício acompanhar e por conta disso tudo, ser aprovado nessa matéria irá requerer um esforço de proporções titânicas.

Sabemos que para o segundo exemplo as aulas da disciplina de língua portuguesa serão um verdadeiro tédio. O tédio se instala quando o que temos que fazer ou passar é algo que foge nosso interesse pessoal. Felizmente existe cura para ele. Basta, já que percebemos que é algo que não se pode evitar ou que não se deve evitar, procurarmos o porquê, a razão desse acontecimento em nossa vida. E não vale aqui tentar colocar como ingrediente para o tédio, o fator repetição ou rotina porque eles estão presentes naquilo que gostamos ou não gostamos. Alguém vai dizer que é um tédio tomar banho todos os dias? Ou alimentar-se? Escovar os dentes ou dormir? De certo que não, se saudável e sã uma pessoa é ela vê nisso tudo rotinas necessárias e bem-vindas para sua vida. O mesmo acontece, já que somos corpo e alma, com nossa vida espiritual. As redes sociais do mundo virtual estão aí, em pleno crescimento e ascensão. O antigo celular evoluído para a categoria de smartphone escravizou as pessoas. Dele não conseguem separar-se, custa muito. Não existe tédio nenhum em navegar pelas redes sociais por duas, três e mais horas, todos os dias. A relação de patrão e servo se instalou e basta o aparelhinho tocar ou vibrar que as pessoas largam o que estiverem fazendo, se é que fazem algo com o smartphone na mão, que mais parece uma algema, para darem ouvidos e atenção as mensagens que chegam. Já falei em outros artigos, presenciei pessoas ajoelhadas na consagração na santa missa que quando o celular “apitou”, levantaram, viram do que se tratava e simplesmente deixaram Jesus ali no altar, viraram as costas e abandonaram a missa. Puxa, o que será que era mais importante que Jesus?

Não importa, como diziam os antigos, Deus está vendo e vai cobrar de cada um. Glória a Deus e louvado seja Ele. Ademais, continuando e já chegando ao fim, está mais do que claro que não deve haver tédio para as coisas de Deus. Chega a ser, como diziam os santos, uma loucura e uma estupidez, negligenciar o único curso da alma em sua única chance de se salvar. De Deus não se zomba, não se brinca, o que o homem semear isso irá colher, diz a sagrada escritura. Se o tédio existe é preciso trata-lo, pois em sua raiz podemos encontrar motivações erradas que irão nos custar muito caro na frente do justo juiz.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 9 de março de 2018

Alegrai-vos e exultai

Mateus 5,11-12 – “Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”

Caros leitores deste site, todo católico que se preza sabe que não existe facilidade nenhuma em seguir Jesus e professar uma fé no unigênito de Deus. Basta uma rápida passada pela história cristã para nos darmos conta da numerosa quantidade de pessoas que em vida passaram por grandes sofrimentos e tantas delas chegaram ao martírio. No livro das revelações, aprendemos que aqueles que vieram da grande tribulação e alvejaram suas vestes no Sangue do Cordeiro aguardam que se complete o número dos eleitos. São Pedro nos disse que o justo se salva com dificuldade e em Atos dos Apóstolos lemos que foi com grande alegria que os apóstolos passaram pelos sofrimentos por causa de Jesus.

E o mestre, nosso salvador, afirmou que se perseguiram a ele, perseguiriam também a nós porque nenhum servo é maior que seu senhor. Como vemos ele nos deixa dito que é preciso sim, ficarmos felizes se alguém nos afronta por causa da pessoa de Jesus. No ato de pregarmos o evangelho do Cristo resistências virão ao nosso encontro. De várias formas, mas de um mal pode Deus sempre tirar um bem maior. Se alguém que vive no erro é confrontado por nossas palavras, espelho daquilo que Jesus ensina e se altera em seu humor, isso só denota que a raiva e ódio é a primeira reação do pecador frente sua nudez revelada pelo pecado.

Quem vive no erro ou se isola para sustenta-lo ou se une a outros do mesmo grupo para vive-lo. Formam minorias e empunham bandeiras da causa que defendem. Insistem remar contra a correnteza divina que como enxurrada desce pelo leito da verdade levando consigo, por água abaixo, todas as casas construídas sobre a areia. Ao afrontado é preciso perdoar o agressor, ele está num estágio abaixo, precisando da mão e do abraço que acolhe, da palavra e do testemunho da verdade, que é o Verbo de Deus, e precisa de nossas orações. Jesus nos mandou ademais, ficarmos muito contentes quando alguém do mundo promove um embate contra nós. É sinal de que estamos passando, como lemos no início do artigo, por aqui que passaram os profetas. Que alegria, nossa recompensa nos céus será grande.


fonte: Jefferson Roger
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segunda-feira, 5 de março de 2018

Palavras não curam um coração partido

O bem-estar físico, psíquico, mental e espiritual é uma coisa pela qual muitas, e quem sabe podemos dizer todas, pessoas buscam obter para suas vidas. De fato podemos concordar que buscar um mal-estar, um sofrimento doloroso voluntário cheira como algo que possui em sua essência uma dose de sadomasoquismo. Ou será que não? Querer o sofrimento o felicitar-se com ele não parece algo a se fazer, mas é nesse ponto que, como diz São Paulo, a cruz de Cristo para os cristãos, é loucura. A dor que é filha do amor faz o católico compreender que a cruz é a regra e não a exceção. No entanto, fora da experiência de Jesus, que nos concede a salvação mediante a cruz, não há o que fazer se as dores da vida, como flechadas atingem nossos corações.

Não existe palavra alguma de consolo, pois a seta que perfurou, mesmo que retirada, irá deixar marcas que serão carregadas para toda a vida aqui na terra. Neste ponto para os que se acham autossuficientes e tentam resolver tudo sem a ajuda dos céus, terminam por levarem da vida um tombo ainda maior.

Sabemos muito bem que a vida não é moleza e Jesus mesmo nos disse que sem ele nada podemos fazer (João 15,5). Então, como Jesus não é nenhum mentiroso, de nada adianta tentar remar com a mão contra a correnteza. Aqui, portanto, é importante que se diga para os que possam namorar a tentação de que palavras curam sim um coração partido, de que elas precisam de algo maior para que produzam o que se ouve pela pronúncia destas. Vamos entender. Quando o sacerdote pronuncia a bênção as palavras ditas são o veículo pelo qual Deus nos abençoa, as palavras pronunciadas por ele. Sem o sacramento da ordem e a economia da salvação revelada aos filhos de Deus, demonstrando os planos e vontades do Pai, seriam só palavras. Há essência por trás delas.

Se só falarmos a palavra mãe, sabemos do que se trata. De uma mulher que é mãe, isso nos vem à mente. Agora, se falarmos Mãe de Deus, a palavra mãe ganhou um significado e importância muito maior e diferente. Assim como Jesus disse que nos dá uma paz que é diferente do mundo, suas palavras são também diferentes daquelas que o mundo diz, sobretudo quando quem nos fala é o príncipe deste mundo, satanás. Se não buscarmos em Jesus não adianta ouvirmos por aí palavras e mais palavras para a solução deste ou daquele problema, dificuldade, tribulação ou preocupação. Elas precisam vir da fonte que é caminho, verdade e vida (João 14,6), daquele que pode nos aliviar quando estivermos cansados. Jesus.

O coração partido é curado quando mergulhado no Sangue do Cordeiro, que tira os pecados do mundo, não vos conformeis com este mundo, nos recorda São Paulo. Ele vai passar e nós temos que seguir adiante. Precisamos das palavras, mas sobretudo da palavra, do verbo que se fez carne e habitou entre nós.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 2 de março de 2018

Não vejo os medos ao meu redor

Medo é uma coisa necessária, desde que não saia do campo daquilo que é providente e saudável, ele nos previne e nos mantém seguros pelos caminhos da vida. O medo de cobras ou aranhas nos faz tomar os devidos cuidados, medo de se queimar com fogo, medo de nos machucarmos de forma definitiva e que nos deixem sequelas para a vida toda e assim por diante. O medo em doses sadias para nossa vida nos permite evitar riscos desnecessários.

Por outro lado, como o ser humano é um composto de corpo e alma, o medo também traz sua contribuição para a nossa parte espiritual. Destacamos aqui o medo da segunda morte, a morte eterna, a condenação ao inferno tão explicado e ensinado nas sagradas escrituras. E, como não poderia deixar de ser, nosso cruel inimigo, satanás, se aproveita do fator medo para apresentar suas ofertas tentadoras. Basta uma pessoa demonstrar um medo de não ser feliz, seguindo o evangelho de Jesus Cristo, por exemplo, que ele prontamente apresenta sua alternativa de felicidade livre de qualquer medo. Em sua proposta de uma vida feliz aqui na terra sem a necessidade de Deus, os medos vão se escoando ralo abaixo.

O temos de Deus e o tremor, abrem espaço para o medo de não dar conta de tantos prazeres terrenos a se viver. Mas não nos preocupemos, ele te garante que esse medo você não precisa ter porque ele irá cuidar e investir em seus desejos e manter o santo temor longe do seu coração, mente e alma. Sendo assim, tanto para o mal quanto para o bem, é possível como vemos no título deste artigo, não enxergarmos mais o medo ao nosso redor. E isso é uma constatação ao mesmo tempo grave e muito bem-vinda.

Grave porque nossa escolha, nosso livre arbítrio nos permite abandonar todas as formas de medos que nos previnem de cometer erros ou nos permite abandonar todas as formas de medo que nos impedem de crescer no amor e na santidade. É como a confiança que uma criança tem em pé sobre um muro, ela se joga no colo do pai sem medo algum, tem a certeza de que se pular, seu pai irá pega-la e não vai deixar que caia. Isso é o que deve acontecer em nossas vidas, com nossa fé. Ela deve ser inabalável ao ponto de não termos medo algum de colocarmos nossa vida por inteiro sob os cuidados de Jesus. Nossa fé não deve ser percentual. Ou tudo ou nada, não devemos reter com nosso egoísmo, alguns caprichos que irão custar muito caro na passagem dos novíssimos (Eclesiástico 7,40).

O desapego as coisas que passam nos liberta para viver sem medos que nos aprisionam e nos impedem de caminhar pelo difícil caminho (João 14,6) que exige atitudes (Apocalipse 22,12) e cobra alto a recompensa (Mateus 11,12). Se não houver entrega sem reservas, haverá sim espaço para a sementinha do medo, que conforme onde brotar, poderá se tornar imensa e causar grandes prejuízos na vida do católico.


fonte: Jefferson Roger
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