quarta-feira, 14 de março de 2018

O tédio do católico

Recentemente chegou aos meus ouvidos o resmungo de um adolescente que disse que era um tédio frequentar a catequese aos sábados à tarde. Na verdade, normalmente para um adolescente, a maioria das coisas que acontecem em sua vida são para ele um tédio. Não é uma culpa 100% da pessoa enquanto fase da vida, pois, muitos adultos são muito chegados nessa expressão. É importante, de forma bastante resumida, compreender que tédio é tudo aquilo que foge nosso interesse pessoal, mas que temos que fazer ou passar.

Para alguém que gosta de língua portuguesa as aulas dessa disciplina serão ótimas de se assistir, todos os professores serão legais, o conteúdo de cada aula será estupendo e sempre, quando se der conta, já deu o horário e a aula terminou. Para alguém que não gosta de língua portuguesa as aulas dessa disciplina se arrastarão minuto a minuto, todos os professores serão antipáticos e chatos, o assunto transmitido em sala de aula será um verdadeiro sacrifício acompanhar e por conta disso tudo, ser aprovado nessa matéria irá requerer um esforço de proporções titânicas.

Sabemos que para o segundo exemplo as aulas da disciplina de língua portuguesa serão um verdadeiro tédio. O tédio se instala quando o que temos que fazer ou passar é algo que foge nosso interesse pessoal. Felizmente existe cura para ele. Basta, já que percebemos que é algo que não se pode evitar ou que não se deve evitar, procurarmos o porquê, a razão desse acontecimento em nossa vida. E não vale aqui tentar colocar como ingrediente para o tédio, o fator repetição ou rotina porque eles estão presentes naquilo que gostamos ou não gostamos. Alguém vai dizer que é um tédio tomar banho todos os dias? Ou alimentar-se? Escovar os dentes ou dormir? De certo que não, se saudável e sã uma pessoa é ela vê nisso tudo rotinas necessárias e bem-vindas para sua vida. O mesmo acontece, já que somos corpo e alma, com nossa vida espiritual. As redes sociais do mundo virtual estão aí, em pleno crescimento e ascensão. O antigo celular evoluído para a categoria de smartphone escravizou as pessoas. Dele não conseguem separar-se, custa muito. Não existe tédio nenhum em navegar pelas redes sociais por duas, três e mais horas, todos os dias. A relação de patrão e servo se instalou e basta o aparelhinho tocar ou vibrar que as pessoas largam o que estiverem fazendo, se é que fazem algo com o smartphone na mão, que mais parece uma algema, para darem ouvidos e atenção as mensagens que chegam. Já falei em outros artigos, presenciei pessoas ajoelhadas na consagração na santa missa que quando o celular “apitou”, levantaram, viram do que se tratava e simplesmente deixaram Jesus ali no altar, viraram as costas e abandonaram a missa. Puxa, o que será que era mais importante que Jesus?

Não importa, como diziam os antigos, Deus está vendo e vai cobrar de cada um. Glória a Deus e louvado seja Ele. Ademais, continuando e já chegando ao fim, está mais do que claro que não deve haver tédio para as coisas de Deus. Chega a ser, como diziam os santos, uma loucura e uma estupidez, negligenciar o único curso da alma em sua única chance de se salvar. De Deus não se zomba, não se brinca, o que o homem semear isso irá colher, diz a sagrada escritura. Se o tédio existe é preciso trata-lo, pois em sua raiz podemos encontrar motivações erradas que irão nos custar muito caro na frente do justo juiz.


fonte: Jefferson Roger

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