quinta-feira, 12 de abril de 2018

A baderna em comunidade

Muitas comunidades pelo mundo afora padecem do mesmo problema que o egoísmo acarreta em toda a parte. As lideranças comunitárias até se esforçam para liderar, mas sempre uma dose de autoritarismo influenciada pela tentação do poder acaba maculando, afastando a democratização e coibindo ou minguando a participação colaborativa de outros membros da comunidade. Sobre o que se fala aqui especificamente entra no contexto das comunidades paroquiais, porém, como o agente participante, o ser humano, vagueia em outros campos enquanto anda pelas estradas da vida, o mesmo acontece de forma muito semelhante no trabalho, na escola, nas famílias e tantos outros locais onde o ser humano se encontra.

Às vezes é a conhecida disputa de poder, outras vezes é o receio de sua perda, outras vezes é o medo da mudança, outras ainda é o exagero delas e mais adiante também é a falta de abertura para conciliar os membros em busca a caminharem todos num único sentido: o bem da Igreja de Cristo, representada neste pequeno pedaço que é a comunidade em que vivemos.

São Paulo em suas cartas trata com muita clareza a respeito dos membros do corpo de Cristo, nem preciso aqui repetir o que tão bem ensinado está. Mas vale dizer, porém, que o que se vê são cristãos duas caras: dentro da igreja é um e fora é outro. Pior ainda são aqueles que se acham donos da verdade e ai de quem se meter em sua pastoral. Se repete por aí que “santo de casa não faz milagre” e por isso numa tentativa parecida com algum tipo de desespero pessoas de fora são chamadas para alguma atividade que muito bem poderia ser resolvida de forma interna. Isso quando é aceito que tal situação aconteça, porque muitas vezes não se admite “pitacos” dos forasteiros.

Já passei por isso assim como muitos de vocês caros leitores, tenho certeza disso. Sempre irá existir a reação adversa e sem humildade alguma das pessoas que imaginam que seu espaço está sendo invadido pelo simples fato de uma aproximação livre de segundas intenções. Sempre são arredias porque é da natureza delas agir dessa maneira.

E assim, sem muitas delongas, podemos encerrar percebendo que isso que passamos, essas contrariedades, desconfianças, desdenho e tantas outras negatividades comportamentais, são nada menos do que o relato das bem-aventuranças que Jesus nos alertou. Ele disse que o discípulo não é maior que o mestre e se o perseguiram, perseguirão a nós também. Então, como vemos, precisamos unir nossos sofrimentos aos de Cristo na cruz, fazermos com seu auxílio nossa parte e vivermos como seus imitadores se quisermos um dia estarmos em sua frente no dia do juízo com a cabeça erguida na certeza de que no mínimo, fizemos o máximo de esforço para alcançar o céu.


fonte: Jefferson Roger

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