terça-feira, 3 de abril de 2018

O absurdo da páscoa

A pouco tempo atrás, os cristãos do mundo inteiro celebraram a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, a páscoa. Antes os judeus, que seguiam o calendário com base lunar, na sua comemoração de páscoa o motivo era a libertação do seu povo na escravidão do Egito para a terra prometida por Deus a Abraão. Os cristãos adotaram a mesma data para comemorar a “sua” páscoa entrando dessa forma, na flexibilidade do calendário de base lunar seguido pelos judeus, que correspondia em apontar datas numéricas físicas em dias móveis.

Por este motivo, sabe-se então, que a páscoa é celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia depois do dia 21 de março, data em que acontece o equinócio no hemisfério norte (dia com a mesma duração da noite). Pois bem, feito esse pequeno resumo necessário adentro na questão dita absurdo. Sim, o católico comemora a páscoa com Jesus e sua família. A troca tradicional de presentes, em sua maioria chocolates e doces, perigosamente tem se afastado do cerne da questão, da essência e da grandeza desta data tão importante na vida daqueles que foram resgatados por Jesus Cristo no alto do Calvário.

Que o diga o mundo de hoje, nesta data, coloco como exemplo uma matéria que foi ao ar no jornal do meio-dia em Curitiba, onde uma mulher, desempregada a oito meses, lamentava que não podia comprar ovos de páscoa para suas filhas pequenas e que, portanto, por causa disso, elas não teriam páscoa esse ano. Absurdo dos absurdos e reducionismo do mundo capitalista e do comércio desenfreado que vê em tudo uma possibilidade para lucrar. A mulher, continuando, até disse que por serem boazinhas as filhas, entenderam que neste ano não ganhariam chocolates. O fato comoveu o público e alguns voluntários doaram os chocolates para as meninas. Claro que a mídia, porque convinha, deu seu toque sentimentalista à matéria e lucrou sua interesseira dose de ibope. Sim, interesseira porque uma emissora secular não vive e se sustenta transmitindo programas em favor dos cristãos e do evangelho, qualquer um sabe disso, basta ligar a tv e comprovar em meio as novelas, programas de auditório e reality shows.

Não se trata de dar ou não um presente ou um chocolate como acontece no Natal, Páscoa e dia das crianças. A situação é outra. A realidade atinge a todos e ensinar desde a tenra idade a próxima geração como são as coisas na vida é tarefa de todo filho de Deus. Já não diz o dito popular de que é de pequenino que se torce o pepino? Deixai vir a mim os pequeninos, dizia Jesus. Nossa Senhora dizia em suas aparições que a criança deve ser educada acostumada dentro da Igreja, para se familiarizar com seu filho Jesus. Dentro da Igreja e não dentro da internet, dos shoppings, ou seja, onde for. O simples ato de desejar feliz páscoa, feliz natal ou feliz seja lá o que for foi sutilmente pelo mundo desvinculado dos seus verdadeiros significados e maculados com uma dose monetária.

Já vi crianças pedindo seus chocolates que veem com brinquedos dentro de personagens que gostam. O motivo do natal e da páscoa ser celebrada se origina na mesma pessoa, em Jesus. Jesus não disse buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado? Qual a dificuldade de se ensinar o necessário? A prática dos presentes não é proibida, mas não pode substituir a razão que se comemora. Enquanto as pessoas vão colocando a carroça na frente dos bois Jesus poderia muito bem lá de cima estar dizendo: que absurdo! – O que fizeram com a oportunidade que lhes dei com meu sangue derramado!


fonte: Jefferson Roger

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