O espírito da catequese promove, quando bem realizado, uma direção muito diferente do ensino escolar em âmbito acadêmico. Mesmo as aulas de ensino religioso ministradas nas escolas nada possuem de semelhança com os encontros da catequese. Todo cristão que se preze sabe que catequese é um exercício para a vida toda. Por definição sabemos que catequese significa ecoar a palavra de Deus. Esta palavra de Deus além do seu ecoar pela nossa pregação acontece também através de nossas ações, nossos exemplos e testemunhos (Atos 1,7-8). Isso é o que deve acontecer ainda que os encontros da catequese aconteçam numa sala com alguma aparência ou lembrança de uma sala de aula. Que no máximo o que persista seja isso: uma semelhança física. Fora desta situação, o que se faz num encontro de catequese é transmitir os ensinamentos cristãos com uma didática que se desenvolva naturalmente. Não existe método. Assim como não existe manual para as práticas dos namorados, dos noivos, dos casados, o mesmo ocorre com o catequista e os catequisandos. Chamado para a vocação de catequista (Romanos 11,29) ele dá testemunho e ensina com sua vida e com aquilo que aprendeu, lendo, vivendo, testemunhando e compartilhando. Desta maneira, é natural esperar que a contrapartida aconteça com as crianças, jovens, adolescentes e adultos. No convívio em ambiente salutar e agradável, que deve ser a catequese, a amizade e o bem-estar, transformam o monólogo professor-aluno em um grupo de conversação. Existe uma organização do encontro, é bem verdade, mas, vale recordar, é catequese. Tanto se aprende com o catequista como com os catequisandos. Afinal, todos ali reunidos são membros do mesmo corpo de Cristo e nessa corrente da graça que somos chamados e viver dentro da sua igreja, tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Romanos 8,28). Se saímos, tanto catequistas quanto catequisandos, iguais como pessoas quando entramos na sala de encontro da catequese, alguma coisa ficou faltando. Talvez algum fator externo ou pessoal nos atrapalhou, alguma preocupação ou mesmo aquele cansaço, não importa; se não colhemos o quanto deveríamos, saibamos: a colheita está lá, ainda nos aguarda, não vamos cometer o mesmo erro de deixar que a tentação do desânimo nos vença fazendo com que empurremos para o amanhã aquilo que devemos fazer hoje e já devíamos estar fazendo desde ontem. fonte: Jefferson Roger
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