Eclesiástico 4,23-31 – “Meu filho, aproveita-te do tempo, evita o mal; para o bem de tua alma, não te envergonhes de dizer a verdade, pois há uma vergonha que conduz ao pecado, e uma vergonha que atrai glória e graça. Em teu próprio prejuízo não te mostres parcial, não mintas em prejuízo de tua alma. Não tenhas complacência com as fragilidades do próximo, não retenhas uma palavra que pode ser salutar, não escondas tua sabedoria pela tua vaidade. Pois a sabedoria faz-se distinguir pela língua; o bom senso, o saber e a doutrina, pela palavra do sábio; e a firmeza, pelos atos de justiça. Não contradigas de nenhum modo a verdade, envergonha-te da mentira cometida por ignorância. Não te envergonhes de confessar os teus pecados; não te tornes escravo de nenhum homem que te leve a pecar.” Caros leitores, na reflexão deste artigo pretendemos destacar alguns aspectos relacionados com o próximo. Deixando de lado o já sabido mandamento de Cristo de que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, por aqui iremos abordar a questão por outra direção. Por isso iniciamos o texto com essa advertência contida no livro do Eclesiástico. De cara vemos no primeiro versículo que não devemos desperdiçar nosso tão precioso tempo, tampouco gasta-lo com aquilo que não convém. Vale lembrar que as primeiras coisas de uma lista daquilo que não convém estão de algum modo relacionadas com “o mal”, contrário de “bem” e com “o mau”, contrário de “bom”. O trecho em questão aqui mencionado aponta para a atenção que devemos ter em relação a duas situações que podem se transformar em armadilhas. A primeira é a distorção da complacência, que pode ser entendida como gentileza, delicadeza, uma disposição de nossa parte para corresponder aos desejos e gostos de outra pessoa na intenção de ser-lhe agradável. Opa, perigo! Se essa atitude for maculada ou, como já se disse, distorcida, corremos o risco de ficarmos apenas sendo caridosos e não justos e corretos. Percebemos nos versículos seguintes que, somos ouvidos, mas precisamos também ser boca, tudo associado a sabedoria que precisa ter raízes divinas, sustentadas pelo Espírito Santo. A segunda questão, que se relaciona e deriva da primeira, é o fato de, acabrunhados em não sermos firmes em atitudes justas e pautadas no amor que vem de Deus, deixamos a retidão doutrinal de lado, Deus desce da primeira posição em nossas vidas e passamos a dizer amém para o próximo. São Pedro já dizia que convém antes obedecer a Deus que aos homens (Atos 5,29) e São Paulo nos diz em Gálatas 1,10 que se quisermos obedecer primeiro aos homens que a Deus não seremos considerados servos de Cristo. Portanto, a mensagem bíblica é direta. Precisamos nos edificar em Cristo e ajudarmos o próximo a se santificar também. Jesus nos cobrou a sermos sal da terra e luz do mundo; se alguém intenta contra nós frente a este propósito devemos imitar Jesus (1ª Coríntios 11,1), que não agia com preconceito, mas não abria mão da sua verdade. Ele nos disse que “ou estamos com ele, ou contra ele”. Se alguém nos propõe outra verdade, que não é a verdade que nos libertará: cuidado com o próximo. fonte: Jefferson Roger
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