quinta-feira, 26 de julho de 2018

Meu próximo, meu inimigo?

Relacionamentos interpessoais são a cereja do bolo na história de nossa humanidade. Sintonia, harmonia e demais virtudes relacionadas com a boa convivência, aceitação, tolerância e compaixão são partes integrantes de uma lista que se parece com aquelas em que se elencam os candidatos à extinção. Ora, Jesus entrou em Jerusalém ovacionado, depois, entrou na presença de Pilatos para ouvir os brados de crucifica-o. Calado, falando o mínimo indispensável, como vimos nos relatos dos evangelhos, com seu exemplo nos ensina como agirmos com o próximo, mesmo quando esse próximo se coloca como nosso inimigo.

Todavia, existem os dois lados da moeda; nosso inimigo pode receber esse título de nós ou pode se impor. Ademais, termos inimigos não é algo de todo prejudicial, é preciso que eles existam. Os inimigos não estão conosco em concórdia. Retomo aqui, um exemplo clássico que é de fácil entendimento para todos: Jesus e Satanás. Entre eles não existe acordo. Jesus da parte de Deus, nos pede o que pede; Satanás, de sua parte nos oferece o que oferece. Não há concórdia em ponto algum.

Porém, descendo um pouco na escala de valores e adentrando em nosso campo de batalha, nosso vale de lágrimas, algumas observações conseguimos fazer em nossas vidas. Jesus disse que quem não está com ele, está contra ele. Não existe meio termo, já dizia o Padre Gabriele Amorth, ou Deus ou Satanás. Sendo assim, o que fazer e como agir em relação as pessoas que não comungam dos mesmos valores que nós? Jesus disse que devemos rezar por elas e São Paulo acrescenta que devemos por amor a Deus, suporta-las. Ótimos ensinamentos, significa que não precisamos ficar de “agarramento” com esse tipo de gente, para usar uma expressão baixa da nossa língua portuguesa. Ainda bem que Jesus reconhece essa discrepância que a fraqueza humana, endossada por egos inflados, egoísmos exacerbados e arrogâncias desmedidas promove no convívio entre as pessoas.

Sede perfeitos (santos) como vosso Pai Celeste é perfeito (santo) nos revela o Cristo em Mateus 5,48. Que tarefa nos exorta o Redentor! Vamos em frente então. Se nos ofenderem, vezes, vezes e vezes e não se desculpam por acharem que possuem a razão, se nos nivelam com outras pessoas sem ao menos nos conhecerem profundamente, se nos criticam abertamente e nos tratam como mais um zero à esquerda e procuram penumbrar perante olhares alheios nossa verdadeira essência e virtudes, paciência, é o que nos pede Jesus, quando diz que a perseverança será recompensada. Com a liberdade que temos então, podemos escolher aquilo que convém, deixando de lado o que não convém, onde muitas vezes estão as ocasiões de pecado. Sejamos firmes, sempre é preciso, como disse Jesus, perseverar e amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos; exercício muito duro uma vez que conhecemos tantos próximos que não agem assim. Cabe a cada um, portanto, viver conforme os desígnios de Deus e sua proposta de salvação, pois a primeira alma que temos para salvar é a nossa.


fonte: Jefferson Roger

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