Se pararmos para analisar a forma como aprendemos as coisas iremos perceber que os sentidos estão muito envolvidos no processo de aprendizagem. Independente se todos os nossos sentidos estão funcionando ou não. Um cego não é incapaz de aprender, tampouco um surdo, tampouco ainda um deficiente físico. Se alguém pensou que uma pessoa com deficiência intelectual é incapaz de aprender o que uma pessoa que não tem essa deficiência é, sinto em dizer, que está completamente enganado. Vou explicar. Pessoas assim olham para a situação com o preconceito da normalidade onde enquadram dentro de uma faixa de tolerância quem a seu modo de ver é normal ou não. Usam termos de comparação. Ainda bem que a lógica de Deus é extremamente diferente da nossa. Pensar com a ótica do mundo é exatamente o oposto do modo de agir que Deus espera de cada um. Por isso a segregação acontece em várias áreas da vida. Cito como exemplo os depoimentos que podem ser colhidos na internet ou em mídias televisivas onde professores da rede de ensino pública falam que ensinar e conviver com pessoas que apresentam uma deficiência é uma experiência transformadora. Os sentimentos são mais puros e intensos. Aproximar-se de pessoas assim, arrisco dizer por experiência própria, termina nos fazendo mais bem do que a ela. Ora, não lemos nos evangelhos sobre isso? As pessoas enfermas e deficientes de várias maneiras não recorriam a Jesus? E pelo que se lê nas sagradas escrituras ele não discriminou ninguém. E mais, mandou ainda que o imitemos (1ª Coríntios 11,1 – Efésios 5,1). Como vemos é preciso nos aproximarmos, acolhermos a diferença, respeitarmos, aprendermos com ela e apresentarmos a verdade que liberta: Jesus Cristo, sabedoria divina encarnada para nos remir do pecado. Precisamos ensinar a todos com nosso testemunho, nosso conhecimento e nossas experiências. Não se trata então de tentarmos abrir a cabeça de alguém e “forçarmos” que ela aceite e aprenda o que queremos transmitir; não vai dar certo. O que resolve é arregaçar a manga e se empenhar, porque ninguém merece sair de nossa presença pior do que chegou. Em minha caminhada de fé ao longo da pastoral da catequese comprovei aquilo que qualquer pessoa de boa vontade irá perceber: você ensina algo para alguém na medida da individualidade daquela pessoa. Ou seja, cada caso é um caso, existe sim as linhas gerais, muito bem-vindas e que ajudam e muito, mas, é na individualidade personalizada que os pontos altos são aprimorados e os pontos baixos são melhorados. Bem ao estilo de Jesus, se temos um nome e uma vida que nos individualiza perante ele, podemos enxergar que existe o cuidado macro, porém, existe o cuidado micro. Somos conhecidos por ele pelo nome, eis um dos grandes milagres! Não somos para Deus uma gota no oceano, para ele somos únicos e o cuidado que necessitamos dele, além do cuidado geral, sem dúvida é um cuidado como a pupila de seus olhos. Aquele que não acredita nisso é porque ainda não sentiu a presença dele em sua vida. Se não acredita na Virgem Maria é porque não acredita na existência dela e na condição de “cheia de graça aos olhos de Deus, anunciada pelo anjo Gabriel. Se não acredita nos anjos é porque não acredita na palavra de Deus, nas sagradas escrituras. Enfim, se não acreditamos no que vem do céu através do dom da fé, vivemos um dia após o outro esperando o que? fonte: Jefferson Roger
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