sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A descrença

Acreditar em algo, alguma coisa ou alguém. Se colocarmos o prefixo de negação “des” na frente da palavra ela significará o oposto, desacreditar. Quando acreditamos em alguma coisa, temos por esta coisa o que chamamos de crença. Um conjunto de fatores reunidos nos fornecem uma maioria de motivos que nos levam a desenvolvermos essa crença. Um conjunto bem embasado e livre de refutações, oferece condições para que a crença não possa ser abalada. Afinal, foi através delas (as condições), que pudemos atestar e compreender que o verídico faz parte desse ato de crer.

Todavia, os seres humanos influenciáveis, permitem que o pacote fechado de crenças possa ser questionado. Já dizia o Padre Tomas de Kempis que uma alma que busca algo se torna inquieta enquanto não a alcança. Vemos que isso vale para as coisas ruins e boas; atesta esse fato Santo Agostinho.

E então, vale a reflexão: por que as pessoas deixam de acreditar em algo, alguém ou alguma coisa?

Existem vários motivos, nem se tem o intuito aqui de filosofar sobre muitos deles, porém, uma pitadinha essencial podemos dar. Normalmente um horizonte aponta para o fato de que não consiste mais em maioria o conjunto de motivos que nos levava a acreditar. Uma análise mais atenta aponta deveras, nessa direção. O que confunde em geral as pessoas é que não se percebe que algumas crenças não possuem muitos fatores que alimentem a questão.

Exemplo: dois namorados fazem juras de amor; um deles pega o outro, ou a outra traindo. A crença foi abalada no quesito confiança. Para voltar a acreditar é preciso antes voltar a confiar. Pois, se a desconfiança trocar de lugar com a confiança, a crença não acontecerá. Esse é o mecanismo, o funcionamento geral de muitas coisas.

Outrossim, no exemplo acima, aconteceu uma ação passiva do sujeito. No entanto, algumas vezes o sujeito promove a ação, ele por sua iniciativa corre atrás dos “porquês”, motivado por algum agente externo ou não. É a história que o ditado popular diz que está procurando sarna para se coçar, ou ainda procurando colocar chifre em cabeça de cavalo.

Numa frase que colhi de um sacerdote, dizia ele: o importante é sabermos o que é certo, frase esta que foi dita dentro do contexto de seguir o que Deus nos ensina e pede de cada um. Colocadas as coisas dessa maneira como consequência o resultado é apontado por Jesus. Ele nos disse que a casa pode ser construída sobre a rocha ou sobre a areia.


fonte: Jefferson Roger

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