terça-feira, 13 de novembro de 2018

A visão externa

Transcrevo um trecho de uma entrevista que a jornalista marroquina Lamia Oualalou concedeu para uma revista, a qual tratava de diversos temas relacionados com política e religião. Seguem alguns trechos da entrevista retirada do site paulopes:

“Pouco a pouco a Igreja Católica foi desaparecendo dos lugares mais populares, sobretudo das novas cidades e favelas que foram criadas em uma velocidade enorme, após os anos 70. A Igreja Católica tem aqui um problema de presença urbana: nas favelas e cidades emergentes, a Igreja Católica não entra. Nesse mundo suburbano, pobre, com gente oriunda por exemplo do Nordeste, não há lugares de socialização. A única coisa que existe é o templo evangélico, onde podem cantar, fazer amigos, deixar seus filhos. Não estão presentes o Estado com seus auxílios (saúde, trabalho, educação), nem a Igreja Católica, mas, sim, os evangélicos que costumam prestar alguns desses serviços. Os evangélicos, no Brasil, ocuparam o espaço do Estado com o consecutivo impacto cultural e político que isso acarreta. Eles pregam a lógica da teologia da prosperidade, que é fascinante porque diz ao membro da Igreja que, basicamente, tem direito a tudo: à saúde, a uma boa vida material. E isso agora mesmo e não na próxima vida! E se não já não tem isso é porque não sabe exigir. Isto implica uma mudança no que diz respeito à relação com Deus: Deus tem que te dar isso e você só precisa saber pedir. E para pedir a ele, você deve fazer parte do grupo evangélico, pagar e rezar. E, ao final, de alguma forma funciona: quando os evangélicos dizem “deixa de beber e você vai e encontra um trabalho”, as pessoas acabam trabalhando mais e melhor sem estarem bêbadas. Por isso, as pessoas acabam vendo que há um impacto positivo em suas vidas, ainda que aquilo que obtenham seja mínimo. De fato, porém, não há uma Igreja evangélica, mas muitas. Seu único ponto em comum é a forte personalidade dos pastores. Os evangélicos têm uma visão de marketing sobre a sociedade. Fazem uma Igreja que interessa as pessoas que jogam futebol, outra Igreja para os gays porque estão excluídos, outra Igreja mais rigorosa e uma mais permissiva. Isto acaba tendo uma força incrível porque você sempre acaba encontrando uma Igreja do seu gosto.”

Como vemos, caros leitores, a realidade é esta, enquanto o Papa Francisco faz uma besteira atrás da outra no comando da igreja católica, outras denominações, não menos autênticas quanto ao descuido religioso, arrebanham como podem as pessoas “marquetilizando “ a palavra de Deus. Pobres dos fiéis, não conseguem atingir a magnitude do que lhes é oferecido. O céu é gratuito e a fé não se mede pelo aspecto financeiro. A realidade dura de se compreender que a religião tem propósitos que alcançam prioritariamente a vida eterna esbarra nas fraquezas humanas que vivem sedentas por menos sofrimentos e dificuldades aqui na terra.

Uma coisa é certa, precisamos nos agarrar em Jesus e sua mãe, Maria Santíssima, não arredarmos o pé da trilha. Não vamos ser salvos pelo que os outros disserem e sim pelo que Jesus nos disse e nos diz todos os dias. Se antes Deus se comunicava com seu povo pelos profetas e seus anjos mensageiros, agora é o próprio Cristo quem nos ensina; ele, que nos enviou o Espírito Santo para recordar tudo e ensinar o restante.


fonte: Jefferson Roger

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