quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Se Deus quiser

Caros leitores, a expressão graças a Deus e se Deus quiser, algumas vezes são utilizadas em vão, de forma intencional ou não. Um olhar menos apurado sobre a questão pode ocasionar na desobediência, no mínimo, ao segundo mandamento da lei de Deus.

A expressão graças a Deus até sofre menos percalços, porém, a segunda expressão já complica um pouco mais a vida do cristão. O sujeito vai dizendo que se Deus quiser ele irá fazer isso, se Deus quiser ele irá fazer aquilo, se Deus quiser ele irá fazer aquele outro. Não para e reflete que está transferindo a consciência humana para a cabeça do criador. Vou explicar com um pequeno exemplo.

A pessoa anuncia que domingo vai na missa, se Deus quiser. De fato, ela se programa e no dia marcado vai, cumprindo o preceito dominical do terceiro mandamento, cuja falta consiste em pecado grave. Em outra ocasião simplesmente não vai e não existe nenhum impedimento que desabone por ser impossível ir à santa missa. E então, como fica Deus? No domingo seguinte ele não quis que se fosse à missa? Comportamentos assim denotam uma banalização do pecado e um costume de agir em desacordo com Deus, rompendo com ele e se excluindo das graças santificantes.

Vale recordar também, que as missas transmitidas pela televisão não substituem a participação de corpo presente numa celebração. Assistir a uma missa na tv é um ato devocional, não se cumpre preceito algum e ela não substitui a participação na igreja. Repito, só tem validade se para a pessoa é impossível ir na igreja, como os doentes acamados que mal podem ir banheiro, aqueles internados, os entubados, os gravemente enfermos. Não ir na missa porque está frio, chovendo, preguiça, dor no corpo (que não impossibilitam caminhar), gripe, resfriado e por aí vai, são, muito pelo contrário, motivação para o encontro com Deus e Jesus Eucarístico.

Todavia, ainda assim, existem aqueles que argumentam dizendo que existem pecados muito piores, coisas muito mais graves que outras pessoas cometem. Outro pensamento errado, Jesus disse que existem pecados maiores e menores. São Tiago vai nos recordar que quem transgride um item da lei, transgride toda a lei. Termos de comparação, se mal utilizados, nada mais fazem que promover a ruína. É fácil se achar "santinho" se nos compararmos com os assassinos, estupradores, pedófilos e assaltantes. Agora, se nos compararmos com Padre Pio, Padre Gabriele Amorth, Santa Paulina, Santa Catarina de Sena e Nossa Senhora, aí a coisa muda completamente de figura. Desta forma aquilo que julgávamos não ser pecado, muito pelo contrário é uma enorme ofensa contra Deus, pecado gravíssimo.

Eis uma das grandes conquistas do diabo, fazer com que as pessoas se acostumem a pecar, conviver com o pecado, banaliza-lo, mudar seu conceito e transforma-lo numa alternativa viável. Tudo fica relativizado em prol de interesses pessoais. Ninguém fala: se Deus quiser este ano irei rezar mais, me confessar mais, ler mais a bíblia, tratar melhor o próximo, suportar todas as ofensas e fraquezas do próximo por amor a Deus e lista continua. Que esquisito! Deus não quer tudo isso e muito mais? Pois bem, assim são as coisas e assim é o comportamento que cada um escolhe perante o que está posto.

Outras vezes o problema não está em Deus querer, está em nós merecermos. Muitos se não comportam como filhos de Deus, mas querem dele o bom e o melhor. Os pais aqui na terra não tratam seus filhos com um grau de correção que muitas vezes impõem castigos, repreensões, privações e outras medidas e ainda assim deixam de ama-lo? Evidente que não. Então porque pensam que Deus agiria de outra forma se a natureza humana busca (aqueles que querem chegar ao céu) imitar a natureza divina?


fonte: Jefferson Roger

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