terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Perdendo a fé

Caros leitores, no site fórum.politz colhemos uma sequência de depoimentos de uma pessoa que “cansou-se” de Deus e caminha assumidamente para a perda da sua fé. Como é possível que os que passem por este artigo estejam da mesma forma, possivelmente passando por algo parecido, resolvi transcrever a sequência para registro e reflexão.

“Não tenho raiva de Deus. Entretanto, depois de ver que esse mundo é um lixo e que as orações nunca são respondidas estou quase abandonando o cristianismo de vez. Eu fico pensando, se Deus não responde a oração de um cara cego que quer voltar a enxergar, por que vai responder minhas orações que são problemas bem menores (mas que ainda assim me deixam infeliz)? Vejo um descompasso muito grande entre o que a Igreja/Bíblia retratam como Deus e a realidade. Quando vejo Jesus na Bíblia, penso em um Deus que cuida dos seus filhos, que intervém nas vidas das pessoas. Mas na prática não tenho uma oração respondida. Fui ficando cada vez mais amargurado com a vida. Sempre fui um cara esforçado. Já li Tomás de Aquino, William Lane Craig, etc. Tudo me parece sempre uma desculpa: "Deus permite isso porque tem um plano" ou "o tempo de Deus não é o mesmo que o nosso". Eu lhes pergunto, que plano é esse que só traz sofrimento? Eu só queria ser feliz.

A mensagem cristã só me desanima, toda hora é falando de cruz. Que tem que abraçar a cruz, amar a cruz. Caramba, tenho que ser masoquista agora? Apanhar igual cachorro? Sinto que estou cada vez mais longe de Deus. Sei que muito ateu vai rir de mim, mas acho que a única coisa que me mantem na fé é o medo do inferno. Não consigo mais ver em Deus um pai bom e amoroso. Parece uma filosofia conformista. Sempre tem que aceitar o sofrimento.

Imagina se não fosse o pessoal da ciência moderna a querer entender o universo, entender a química e física. Hoje ainda teria gente morrendo por doenças "bobas", por que era a vontade de Deus. Não sou troll, estou realmente vivendo um momento de reflexão na vida: não sei se chuto o balde de vez com o catolicismo e tento viver a vida do meu jeito, ou então continuo insistindo nisso sempre me decepcionando cada vez mais.

Os tombos só estão me jogando para longe. Queria que Deus fosse alguém normal, que me respondesse com palavras quando falo com Ele. Mas a única coisa que recebo é o silêncio e pancada da vida. Hoje vejo a razão daqueles argumentos ontológicos, cosmológicos, etc. Não convencerem quase ninguém. O problema está na vida real, prática. Se Deus fosse presente na vida das pessoas, fosse um pai que cuida dos filhos, não existiria tanto ateu. As pessoas simplesmente cansam de buscar alguém que não se importa com elas. Deus virou um ente abstrato para mim, não uma pessoa (na realidade três).

Eu rezava o Rosário todo dia, além de falar com Deus ao longo do dia. Só que toda vez que precisei dele só tomei paulada. Agora mal rezo uma Ave Maria”.

E para concluir, neste tópico uma pessoa respondeu com a seguinte frase: “Os caras acham que Deus devia ser um gênio da lâmpada que satisfaça suas vontades”.


fonte: Jefferson Roger

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