quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

São Tomé teve privilégios?

Quando damos uma olhada com mais atenção, vemos que algumas pessoas pediram que Jesus lhes desse algum sinal de que era o filho de Deus através de milagres. A isso Jesus respondeu-lhes que nenhum sinal seria dado além daquele do profeta Jonas. Pois é, só que mais adiante, não um grupo de pessoas, mas um apenas, Tomé, também não creu que o Cristo havia ressuscitado e também disse que para crer precisava de um sinal. Então paira a dúvida, se Jesus tinha afirmado que não daria mais sinais, arrependeu-se e resolveu conceder a Tomé um sinal? Quebrou sua palavra? Trata-se de circunstâncias diferentes? Como resolver a questão?

Penetrando um pouco mais na revelação podemos aferir que, se deu certo com Tomé, não seria mais acertado todas as pessoas receberem nesta vida o seu sinal para com isso passarem a viver a plenitude pedida nos evangelhos? Será que isso acontece apenas para os eleitos? Se é assim, Deus tem preferências? O restante que quiser um lugar ao céu que se esforce o que puder para alcançar a coroa da vida eterna. Não parece o mesmo amor destinado a todos ou então é um amor com vários critérios.

Ainda no livro de Jó aprendemos que Deus nos fala de muitos modos, mas somos nós que não sabemos ouvir. Nossa Senhora também já disse em suas aparições que se soubéssemos o quanto ela nos ama, choraríamos de amor. Ora, será que Deus não permite que ela revele isso a cada um? Com certeza não, se nem o filho e o pai agem assim, quem dirá a toda cheia de graça teria essa permissão.

Coisas assim é que causam nas pessoas a revolta que se vê por aí. A relação com Deus é uma relação leonina, um contrato que beneficia uma parte enquanto a outra se mantém escravizada. A abolição dessa escravidão (entrada no céu), tem o preço de muitas chibatadas. Nos é cobrado a abundância de orações, vigilâncias e sacrifícios e oferecido, aos que não são eleitos, como um Padre Pio, uma Santa Gema, uma Santa Paulina, uma vida de completo silêncio da parte dos céus. Só sai em contrário ao que estou escrevendo, quem é eleito, que pode atestar, por causa de uma experiência mística, um acontecimento sensível aos sentidos.

Mas então, será que podemos esperar outros arrependimentos de Jesus, como aconteceu em relação a Tomé e quem sabe chegue nossa vez de recebermos um sinal? Isso não temos como precisar e mais, nem temos condições de pagar o preço que for para sustentar essa ou aquela verdade. Partindo do princípio que somos criaturas, nossa escolha consiste em aderir aos planos de Deus ou não. Somos por ele muito limitados, como marionetes e ainda por cima existe essa peneira tampando o sol que se chama livre arbítrio. Por que se somos criados a sua imagem e semelhança fomos criados com tão pouca capacidade para compreender como são as coisas de Deus? Alguém pode questionar que não é verdade porque existem os exemplos dos santos. Ora, os santos, os eleitos, decidiram (Lucas 9,23) renegarem-se a si mesmos, tomarem sua cruz dia após dia e seguirem Jesus.


fonte: Jefferson Roger

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