segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O povo de Deus, no deserto andava...

Este é um trecho de uma música bem antiga que se canta durante as missas. Digo bem antiga porque quando eu tinha sete anos já se cantava nas celebrações esse cântico. Hoje com meus quarenta e sete anos, ainda é possível ouvi-la nas santas missas. Já se vão pelos menos mais de quarenta anos de sua existência e sua letra continua atual e marcante, assim como a palavra de Deus.

“O povo de Deus, no deserto andava, mas a sua frente alguém caminhava, o povo de Deus era rico de nada, só tinha esperança e o pó da estrada...” As palavras desse cântico são repletas de uma belíssima catequese. Elas nos colocam exatamente em frente ao significado do que representa para cada um de nós, sermos filhos do altíssimo, no que consiste e no que implica.

Ser rico de nada é ter o desapego pelas coisas que passam; esperança devemos ter na eternidade e não no futuro. O diabo nos oferece a tentação do amanhã, nos incentivando a deixarmos tudo para depois, inclusive o que é importante para a alma, com exceção é claro, da satisfação dos próprios desejos desordenados em relação ao que Deus nos pede e espera de cada um.

“Também sou teu povo senhor e estou nessa estrada, somente a tua graça me basta e mais nada, também sou teu povo senhor e estou nessa estrada, tu és alimento, da longa jornada...”

Essas duas estrofes nos rementem novamente ao significado de ser povo de Deus, membro da sua igreja, trilhando o caminho deixado por Jesus e reconhecendo que precisamos apenas da sua graça e do seu corpo e sangue. Os santos já diziam que para aquele a quem somente a graça de Deus não basta é um egoísta.

Grande verdade, pois se queremos algo diferente do que Deus nos dá é porque o estamos tirando do primeiro lugar de nossas vidas e dando prioridade aos nossos desejos egoístas, ferindo o primeiro mandamento de sua lei, os mandamentos do amor, muitas passagens do evangelho e em consequência rompendo com ele, deixando com esse virar de costas, a vida da graça santificante, tão necessária para alcançarmos a estatura do Cristo e um dia a vida eterna na glória e felicidade.

Um Deus que nos acompanha na jornada da vida, único alimento, se quisermos um dia estar com ele, só espera de cada um que aguentemos as tribulações do vale de lágrimas. Logo terminará a jornada, não há como comparar os poucos anos de uma vida terrena com uma eternidade no paraíso. Assim que isso for plantado em nossos corações, todo o sentido do que é mundano e profano cai por terra porque deixamos de querer aproveitar a vida no meio da bagunça, farra e prazeres baixos para garimparmos as pérolas (boas obras) no meio do deserto que irão no dia do juízo depor em nosso favor.


Fonte: Jefferson Roger

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