Enquanto o cristão convive com a tentação, sente, mas não consente, seu namoro com o pecado ainda não se consolidou. Situação perigosa atestada pela bíblia que diz que “quem convive com o perigo nele perecerá”. Os primeiros santos diziam que satanás é como um cão acorrentado, não se aproxime dele para não ser mordido. Pecados não caem do céu, até mesmo eles possuem uma lógica e uma hierarquia. Também a respeito disso aprendemos nas sagradas escrituras que “pecado gera pecado”. O sujeito não se comporta como um carro esportivo que vai de zero a cem em menos de cinco segundo. Para pecar mortalmente é preciso conviver com os pecados veniais, acumula-los e acostumar-se com eles; depois entram em cena os pecados capitais trazendo a pessoa para mais perto ainda do abismo. Como vemos o aviso foi dado pelo próprio Cristo: não nos deixeis cair em tentação. É o que pedimos a Deus. E por que? Porque na tentação mora a ocasião. A ocasião de pecado é que deve ser evitada a todo custo. Ela constitui o cenário que possui os elementos e artimanhas as quais o inimigo utiliza para confundir a pessoa convencendo-a de que o mal é uma coisa boa. Convencendo de que o mal (o pecado) não destrói a alma e não condena ninguém ao inferno. A ocasião de pecado está espalhada pelo mundo como o ar que respiramos. Nossos sentidos sempre estão em contato com o bem e o mal. Por isso o cristão precisa ter dentro do seu coração o melhor dos filtros que não permitem a passagem do que não é bom para dentro de si: a Santíssima Trindade. Se estivermos impregnados pelo amor de Deus e amando-o de volta como nos recorda o primeiro mandamento de sua lei, basta, como faziam e sentiam os santos, um simples pensamento na possibilidade de pecar, para um mal-estar se apoderar da alma. Esta é a estatura pedida a nós por Deus, a estatura de Cristo (1ª Coríntios 11,1 – Efésios 5,1). Esse é o recolhimento que todos nós somos chamados a fazer. Tudo que vem de Deus precisa ser guardado e meditado em nossos corações, a exemplo de sua mãe, a Virgem Maria (Lucas 2,19 – 51). Sendo assim a reflexão nos leva a verificar uma falha nas atitudes e exames de consciência. É preciso refazermos mentalmente durante o exame a trajetória do nosso pecado. Agindo assim, iremos encontrar o momento, a ocasião de pecado, em que escolhemos o mal ao invés de Deus. Um exame bem feito nos permite evitar refazermos a trajetória porque saberemos que ela irá nos levar outra vez para a mesma ocasião. Satanás irá tentar de novo, com outros meios para que o cristão peque outra vez e tenha desgraçadamente sua recaída. Conscientes disso precisamos então agirmos diferentes, é o que chamamos mudança de vida e firme propósito de conversão. Eis o cerne da batalha: as ocasiões de pecado, iremos enfrenta-las por toda a vida e por toda a vida devemos evita-las e delas sairmos a qualquer custo. Sejamos como os santos e aqui encerro com o exemplo de Santa Teresa que dizia que era preferível morrer mil vezes a cometer um único pecado venial. Fonte: Jefferson Roger
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