Diz o catecismo em seu número sessenta e sete: “No decurso dos séculos houve revelações denominadas ‘privadas’, e algumas delas têm sido reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, contudo, ao depósito da fé. A função delas não é ‘melhorar’ ou ‘completar’ a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a viver dela com mais plenitude em determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o senso dos fiéis sabe discernir e acolher o que nessas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou de seus santos à Igreja”. Como vemos, caros leitores, a igreja toma posição reconhecendo o valor que elas representam para a vida de fé do cristão e sua correta posição dentro do caminhar rumo à porta estreita. Baseados nisso colocamos aqui um pequeníssimo resumo à cerca das revelações que Deus quis conceder aos seus santos a respeito da realidade do purgatório. Santa Francisca Romana nos conta que o purgatório é dividido em três partes distintas. Elas estão situadas uma abaixo da outra e são ocupadas por almas de diferentes ordens, estando estas mais profundamente submersas quanto mais contaminadas e distantes estiverem da hora de sua libertação. A região mais baixa é repleta de um fogo violento, mas não tão obscuro quanto o do inferno; trata-se de um vasto mar de fogo, do qual são expelidas chamas imensas. Inumeráveis almas encontram-se mergulhadas nessas profundezas: SÃO AQUELAS QUE SE TORNARAM CULPADAS DE PECADOS MORTAIS, DEVIDAMENTE CONFESSADOS, MAS NÃO SUFICIENTEMENTE EXPIADOS EM VIDA. A serva de Deus então aprendeu que, por cada pecado mortal perdoado, resta à alma culpada passar por um sofrimento de sete anos. Esse prazo não pode evidentemente ser encarado como uma medida definitiva, mas como uma pena média, já que pecados mortais diferem em enormidade. Ainda que as almas estejam envoltas pelas mesmas chamas, seus sofrimentos não são os mesmos: eles variam de acordo com o número e a natureza dos pecados cometidos. A santa foi conduzida então ao purgatório intermediário, destinado para as almas que haviam merecido um castigo menos rigoroso. Aí havia três distintos compartimentos: um que lembrava um imenso calabouço de gelo, cujo frio era indescritivelmente intenso; o segundo, ao contrário, era como um grande caldeirão de óleo e massa fervente; o terceiro tinha a aparência de um lago de metal líquido semelhante a ouro ou prata fundidos. O alto purgatório, que a santa não descreve, é a morada temporária das almas que menos sofrem — com exceção da pena de perda que consiste na privação da presença de Deus —, e estão muito próximas do feliz momento de sua libertação. Tal é, em substância, a visão de Santa Francisca Romana relativa ao Purgatório. E assim, de forma bastante resumida, podemos associar o testemunho da santa com a passagem do evangelho onde Jesus disse, assim que passou pelas tentações do deserto e começou sua vida pública: “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo” – Mateus 4,17. Jesus deu o recado, quem em estado de graça não fizer penitência o suficiente em vida, precisará faze-la antes de entrar nos céus: no purgatório. Fonte: Adaptado de padrepauloricardo.org por Jefferson Roger
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